domingo, 11 de janeiro de 2009

Addicted to chaos... e outras orações punks

(Escrevi isso tudo já há algum tempo. De longe pessoal e dramatico demais para eu postar no meu blog... Mas dando uma olhada, me dei conta que tem algumas coisas boas aí no meio. Deus, volta e meia, ainda recebe de mim alguma correspondência punk. Tenciono a pensar que não sou o único. Portanto disponibilizo aqui alguns momentos da mais honesta fraqueza, na esperança de que alguém se identifique comigo e, assim como eu, esteja vencendo o caos apesar das orações caóticas e através delas).



Bom Deus.

Eu não me agüento mais, acho que Você também deve estar de pavio curto comigo. Sinto que é inútil, sinto que não há esperança e é este o pior de todos os sentimentos.

Sinto que estou perdendo, sinto que estou caindo, sinto que não há muito o que fazer.

Sinto saudades. Saudades de um outro tempo. Um tempo contigo, um tempo de esperanças (muita esperança) e de coração leve. Um tempo com Você, cheio de promessas e de vida, cheio de perspectivas.

Mas de uma hora para outra as coisas minguaram, fui eu quem virou as costas, eu sei, como tantas e tantas vezes antes.

Quebrei acordos, descumpri regras, trai, esqueci promessas.

Me esqueci de todo um jeito de viver ao qual até então tinha me comprometido e resolvi viver pra mim.

Quando a coisa apertou eu caí feio, e quando eu caí é porque a situação já estava preta. Eu não olhava mais para o céu, eu não olhava mais para Você.

Todo jeito de viver, toda a esperança, toda a promessa, toda vida agora parecem distantes.

Será que o céu esta mais longe?
Será que você ficou mais quieto?

E eu que um dia sonhei grande com sonhos para nós (para todos nós), agora não sonho mais nada, não quero mais nada. Quero enfiar a cabeça num buraco e lá ficar. Enfiar o talento num buraco e lá deixar.

Vou pedir perdão. E quantas vezes mais escrever cartas como esta? E quantas vezes mais fazer orações parecidas? Quantas vezes mais construirei castelos de areia? Castelos estes construídos sobre a rocha é verdade, pois não são as ondas que os destroem, sou eu mesmo.

Em outros tempos, já mais de uma vez, eu fiz direito! Mais de uma vez! Graças só a Ti (disso eu sei). Graças só a Ti fiz direito e mantive minha alma, vida, corpo e tudo graças a Ti.

Hoje sinto isso distante, hoje eu me sinto morno. Me sinto como que parado no meio do caminho, cansado de carregar toda a carga que eu mesmo fiz questão de por no meu próprio lombo.

Que fazer?

Desistir? Como, se não há NENHUM outro lugar para se ir

Ficar aqui parado? Enterrar o talento enquanto existe um mundo lá fora que precisa ser vivido, vivificado, amado, experimentado, remido? Me sinto tentado... Medo do meu Senhor Severo, sem dúvida. Outrora já me senti um servo do tipo “esperto”. Hoje tenho medo que meus investimentos acabem em prejuízo ao invés de lucro. Veja só, meu próprio coração em crise financeira! É... eu não sei o que fazer

Seguir em frente carregando tão pesada carga? Apenas para daqui alguns passos mal dados ficar novamente estafado e cair de cara no chão e comer poeira? É uma alternativa de tudo miserável.

Pedir que carregues para mim a carga pesada enquanto caminhamos lado a lado ao longo do caminho? Sim, está lá no livrinho de capa preta. Mas sejamos sinceros: DE NOVO?!

Bom Jesus! Temo que amanha mesmo meu coração mau tenha acumulado quantidade ainda mais pesada de tralhas que as que carrego agora no lombo! Temo investir mal o talento que me deste e temo a tua severidade.

Temo, temo, temo

Um abismo puxa outro abismo e logo é como se eu não mais Te conhecesse.

De fato, o pecado enche o coração de medo indevido, medo besta!

E Você já sabe exatamente quantas vezes mais vamos ter essa conversa, quantas vezes mais vou derramar lágrimas, quantas vezes mais minhas promessas eu vou quebrar e os sonhos esquecer. E já sabendo tudo isso você veio até mim me buscar... Juro, as vezes penso que Você é bobo...

Mas não é bobeira, é Amor. O bobo sou eu por não sentir o Amor, só medo. Um abismo puxa outro abismo e eu sinto medo. Não é certo, não é bom e mostra que te conheço mal. Ainda assim... Um abismo puxa outro abismo...

Que resta?

O medo é indevido. Deus já bem sabe dos investimentos escabrosos, das conversas, lágrimas, quedas e abobrinhas. Sabe até que eu chamei Ele de bobo... Ainda assim, cá estamos.

Resta o orgulho...

Mais uma vez, mais uma queda. DE NOVO! “Vem cá meu filho, você está Me enrolando?” O pior é que não, sou nó cego mesmo...

Mais uma vez, mais uma conversa, mais uma vez o coração partido cheio de lixo dentro eu Te entrego como se fosse a primeira.

E no meio do pedido de perdão faço uma pergunta para mim mesmo: “Será que estaremos conversando sobre isso de novo semana que vem?”. Minha alma geme: “NÃO! Por favor, não!” e eu faço disso uma oração.

“Deus, mal aê”, é isso. Sem promessas, sem sonhos. Não é muito satisfatório. Não parece haver mais nada a dizer, mas o silêncio invade tudo e eu tenho que pensar antes de saber como continuar: “tem um negócio que eu preciso que Você carregue para mim. Pesa umas 2 toneladas, e as vezes monta nas minhas costas e me arde nos ossos... chega de mansinho e pousa atrás da orelha, deve ter umas 2 toneladas”... “É o mesmo da semana passada, deve ter engordado um bocado - vai saber o que essa coisa anda comendo- Eu... Eu queria me ver livre disso aí, sério mesmo... O negócio pesa umas 3 toneladas...”... “Eu andaria mais leve sem isso, sem essas conversas. Bem, é isso”.

Mas ainda não é isso. A conversa séria dura alguns minutos a mais e assim acaba e para mim não há mais nada a dizer.
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Graça, muita Graça. E a Paz de Cristo amiguinhos
Amo vocês

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