sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Palestra com Francis Collins

The Language of God: A Scientist Presents Evidence for Belief from The Veritas Forum on Vimeo.


Uma palestra muito interessante com o Francis Collins. Onde ele, além de estar usando uma gravata muito legal e muito nerd, fala sobre como ele encontrou sua fé e como isso se relaciona com sua carreira de cientista.

OK, é um filminho looongo, mas vale mesmo a pena assistir! é bem bacana.


Paz de Cristo


quarta-feira, 22 de setembro de 2010

video: Pastor Marcos Monteiro sobre as Eleições 2010

Por algum tempo eu pensei se pronunciava ou não -brevemente- minha opinião acerca dessas eleições, em particular, acerca do filmezinho do Pastor Piragine que circula na NET (pra quem ainda não recebeu 3 ou 4 emails com o videozinho encaminhado e quiser assistir, procure Paschoal Piragine no youtube).

A verdade é que fiquei até que contente! Fiquei contente com as diversas críticas e observações feitas ao filminho do Piragine. Em particular, ao fato de que tais criticas -embora não tenham feito tanto susseso quanto o próprio filme- foram bastante plurais, ou seja, adivindas de diferentes pontos do espectro politico/religioso evangélico e não apenas de 'esquerdistas' e/ou 'liberais'. Talvez eu esteja equivocado, mas a meu ver isso mostra personalidade do meio evangélico brasileiro de -a despeito de posicionamento político- não adotar a postura simplista, reducionista deu que o posicionamento Cristão na politica é ser anti-aborto, anti-gay e demonizar a esquerda. Apesar de ter sido um dos que receberam 3 ou 4 emails encaminando o video do Piragine no youtube, as críticas que ouvi (seja no tweeter; em conversas ao vivo -sim algumas pessoas ainda mantém conversas presenciais orais; ou em blogs por aí), me mostraram que Cristãos estão cientes de que "iniquidade" tem a ver com injustiça social, com abuso e corrupção e não se delimita a (ou necessariamente inclui) homossexualismo / legalização do aborto. Bem como a suspeita de todo discurso "Atenção igreja: siga minha posição política ou Deus vai te castigar".

Bem, já falei demais. Abaixo tem um videozinho bacana do Pastor Marcos Monteiro que, pelo menos pra mim, fala melhor sobre consciência política Cristã:






Paz de Cristo
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O Silas Fiorotti escreveu um breve texto acerca do video do Piragine no zine 'Disturbios Sociais', vale a pena ler e conferir os links que ele indica AQUI

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sobre as afirmações de Stephen Hawking

Eriçou minha curiosidade, nessa semana que passou, o lançamento do novo livro de Stephen Hawking, no qual, entre outras coisas, ele dispensa Deus na origem do Universo. Em meio a citações do físico mais popular da atualidade dizendo que o "porque existe uma lei como a da gravidade, o universo pode e ira criar-se a sí mesmo do nada" (tirado DAQUI, tradução livre), acabei me deparando com muita gente jogando confete, muita gente metendo o pau e muita pouca gente que tinha -de fato- lido o livro do homem. A coisa toda me deixou com a pulga atrás da orelha...
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Do que estamos falando?
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Cá eu, não sei nem o que é 'Teoria M'. Também não lí o livro do homem, e seria sabio da minha parte, talvez, me abster de escrever um post longo e maçante sobre esse assunto, atacando a ciência que eu não entendo ou defendendo minha fé de suas garras (sejam lá quais forem, exatamente, essas garras). De fato, este post não tem essa intenção e nem existiria não fossem por duas coisas: A primeira delas é que, sem muita força, eu encontrei uma porrada de textos, filminhos e links bacanas acerca de toda a controvérsia que essa história levantou. A segunda é que um colega (um desses que a gente conhece pela net), pediu minha opinião a respeito dela. Acabei achando que isso tudo daria um post legal.
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Em primeiro lugar, tem esse filminho bacana, do físico teorico Sean Carroll (não confundir com o biologo Sean B. Carroll) trocando em miudos as afirmações de Hawking acerca do universo e de Deus (que eu tirei DAQUI). Acho que esse filminho é um bom começo para essa história toda:
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O universo, então, 'se cria sózinho'. A física moderna - Stephen Hawking nos informa - mostra que o universo, obedecendo suas próprias leis, pode (ou inevitavelmente ira) 'se criar a sí mesmo' e se desenvolver até o ponto que observamos hoje. Isso -segue o argumento- não deixa nenhum espaço para a 'intervenção divina'. Sean Carroll põe as cartas na mesa: você até pode acreditar em um deus, mas trata-se de um deus que não criou nada e simplesmente não interage com o universo. Trata-se, sem dúvida, de um deus que ninguém poderia remotamente confundir com, por exemplo, o Deus das religiões abraamicas.
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Minha opinião é:
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Baseado no modelo newtoniano mecanicista, Laplace afirmou que a hípotese de Deus era inutil. Com as bases (quem sabe, mais sólidas) da relatividade e física quantica, Hawking parece chegar às mesmas conclusões. Mas acho que aí justamente está o problema. Deus, segundo O entendo -se é que entendo- não é uma hipotese cientifica, Ele É uma pessoa. Assim, minha fé não é abalada pelo fato de que não existe nenhuma 'lacuna' no mundo natural na qual Deus pareça 'caber'. Se de fato, Hawking matou de uma vez por todas o 'deus das lacunas', acho que ele fez um favor à fé Cristã. O Deus que encontramos na Bíblia (seja a percepção que os judeus tinham de um Deus de poder no AT ou a percepção de Deus de Amor recebida pelos apostolos atráves de Jesus no NT) é de alguma forma distinto do Deus 'intelectualmente satisfatório' que aparece no final de uma linha argumentativa ao qual Tomás de Aquino dava ênfase.
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O universo 'funciona sózinho'. É claro que funciona! Ele não precisa de qualquer 'gambiarra sobrenatural' para funcionar. Eu acredito que a autonomia do universo está intimamente relacionada com Deus ter descrito sua criação como 'muito boa'. Não existe (ao que tudo parece indicar) nenhum canto escuro inexpugnável e inexplicável onde uma força sobrenatural deve ter atuado para que as coisas tenham seguido seu curso, O universo é capaz de se desenvolver sózinho.
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Ao mesmo tempo, não creio que a explicação de Hawking para a 'existencia de tudo' seja completa. Acredito profundamente que Deus está por detrás da elegancia dessa autonomia e que Ele a permita e a Sustente (Deus fez assim, e não deixou nenhuma "ponta solta"). É mais embasbacante para mim que o universo com regularidades tão 'simples' e 'elegantes' tenha a autonomia necessaria para se desenvolver desde seu principio, se organizar e, em algum (ns) cantinhos específicos, produzir vida e, na vida, a capacidade para evoluir às formas mais variaveis incluindo uma(s) capaz de reconhecer o seu próprio lugar no cosmos e buscar respostas acerca do sentido disso tudo. Longe de 'quebrar o encanto', a beleza que reconheço nesse processo todo alimenta de alguma forma a fé que professo, não com a certeza de uma hipótese corroborada, mas na percepção da beleza e da maravilha do cosmos. Trata-se de fé e não 'corroboração empirica', ainda assim, diante das próprias 'leis' que possibilitam a existência, seu desabrochar dinamico e vivo, considero minha opinião coerente.
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A Criação, eu creio, não possui pontas soltas que precisam ser remendadas de forma sobrenatural, não se trata tanto de que Deus 'não faz nada', mas antes, de que Deus faz tudo.
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Links, sites e opiniões interessantes
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Bem, essa é a minha opinião. Aliás, a resposta a cima foi exatamente o que escrevi, por email, ao camarada que perguntou minha opinião. Mas isso não é de forma alguma o final da discussão (muito pelo contrário, acho que pode até ser o começo).
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O blog da Scientific American também postou um texto bacana discutindo as afirmações de Hawking e a evidência de Deus.
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Ainda, o blog "Tubo de Ensaio" também postou (AQUI) sobre as afirmações e o livro do Stephen Hawking e prometeu se aprofundar no assunto em posts subsequentes. Marcio Campos nos explica que o 'nada' do qual, segundo Hawking, o universo inevitávelmente surge sózinho, não é bem 'nada', uma vez que necessita de regularidades físicas pré existentes. Ele escreve:
Quando os crentes dizem que Deus tirou o universo do nada, é nada mesmo. Se algo já existe, ou é, não estamos mais no nada ontológico. Um amigo, no Twitter, citou um exemplo tirado de um fórum ateísta: "cientistas já realizam uma creation ex nihilo, em laboratório, criando matéria do nada, apenas usando luz." Só esqueceram de avisar o sujeito que a luz existe, então não houve "criação a partir do nada". Da mesma forma, um amigo leitor do Tubo descreveu a situação nesses termos: se o que permite a criação "do nada" proposta por Hawking é a lei da gravidade, então não estamos no nada ontológico. Ainda que não existisse a matéria, nem a energia, existiria a lei e isso já é suficiente para não estarmos mais no nada. A única maneira de contornar o problema é não atribuir "ser" à lei. Mas isso simplesmente não faz sentido.
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Além disso, o blog também cita dois links, ESSE de um texto do Chicago Tribune, escrito pelo Pe. Robert Barron e ESSE de um artigo do Catholic Herald por Quentin de la Bedoyere. Vale a pena ler ambos.
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Por fim, o filmezinho abaixo (que eu também chupinhei do Tubo) apresenta uma conversa entre Alister McGrath e Jon Butterworth sobre o tal assunto:




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Bem, é isso. Apesar de as vezes achar toscas essas discussões, acho que nesse caso houve a oportunidade de explorar um pouco das fronteiras entre ciência e fé. Sei lá, me deu um pouco pra pensar.
Paz de Cristo


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Adicionado em 13/09/2010:

Acabei de ler, no BioLogos um texto do Karl Gibberson sobre as afirmações do Hawking. Ele foi públicado antes no The Huffington Post. Vale a pena ler: "Hawking’s Speculation: Everything Happens".

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Adicionado em 14/09/2010

Texto no site gringo da SciAm:

Cosmic Clowning: Stephen Hawking's "new" theory of everything is the same old CRAP