quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Evolução, 'Boas Novas' e Integridade: Breve entrevista com Michael Dowd

Chupinhei DESSE SITE, essa breve entrevista com Michael Dowd, autor do livro "Thank God for Evolution".

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Essa é a primeira vez que eu paro para ouvir o Michael Dowd falando (já tinha ouvido falar dele). Ele tem umas idéias pra lá de interessantes que integram os ensinamentos do Evangélho a própria natureza humana e sua história biológica.

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Não concordo com tudo que ele diz não! Acho que o conhecimento da nossa natureza humana, da história da vida e como ela se desenvolve, são extremamente relevantes para nós hoje, e tem sim implicações na nossa religião (pelo simples motivo que tem implicações na nossa forma de ver o mundo). Achei muito, muito legal, por exemplo, o que ele fala sobre os instintos humanos e sobre os efeitos do aumento na concentração de testosterona de pessoas que 'aumentaram seu status'.

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Mas, particularmente vejo esses conhecimentos como complementares com aquilo que a fé Cristã tem dito acerca da vida e Espiritualidade humana. Dowd, ao contrário, fala de uma 'revolução' da nossa maneira de ver essas mesmas doutrinas Cristãs que eu, e muita gente, consideram importantes -e até centrais - para a fé.

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Ainda assim, vamos sentar e ver o que o homem tem pra dizer, já disse e repito que o filminho é interessante e pode ser a base para um dialogo bastante produtivo.

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Ah... E se alguém aí acha que não tem jeito de complementar fé com ciência, eu recomendo um devocionalzinho pra lá de bacana: "Um Cientista lê a Bíblia" de John Polkinghorne. Para mim tem sido inspirador.

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O filminho tem só uns 10 minutos:
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Paz de Cristo

domingo, 23 de agosto de 2009

Mais sobre insetos


Já faz tempo quero escrever um pouquinho sobre meu apreço pelos prolificos animaizinhos conhecidos como insetos. Muitos perguntam com ironia: "por que Deus criou os pernilongos? Ou as moscas?" Mais do que justificar esses animais que parecem tão pouco interessados em serem justificados de sua chatisse. E que permanecem sendo irritantes justamente pelo fato de serem eles (e não os leões e os ursos) as verdadeiras feras indomaveis da natureza. As vezes penso em escrever um texto para tentar ensinar as pessoas a aprecia-los, mesmo os mais irritantes e nojentos.

Olhem eles mais de perto, são magnificas máquinas de sobrevivência, e são vitais para a sobrevivencia de tudo que é ecossistema na terra como o conhecemos.

Minhas reflexões vão ter que esperar um pouco, mas gostaria deixar com os leitores esse trecho do livro "A Criação" de E. O Wilson, no qual ele fala um pouquinho da importancia dos insetos. E explica, de forma terrível a apocaliptica, o que aconteceria se os insetos sumissem, de um dia para o outro da face da terra.




“Merecem mais respeito essas coisinhas minusculas que governam o mundo. A diversidade dos insetos é a maior já documentada entra todos os organismos: em 2006, o número total de espécies classificadas era de 900 mil. O número verdadeiro, somando as espécies já conhecidas e as que ainda estão por conhecer, pode ultrapassar 10 milhões. A biomassa dos insetos é imensa: cerca de 1 milhão de trilhões de insetos estão vivos a qualquer momento. Só as formigas, que talvez totalizem 10 mil trilhões, pesam aproximadamente o mesmo que todos os 6,5 bilhões de seres humanos. Embora essas estimativas ainda sejam rudimentares (falando generosamente), não há dúvida de que os insetos estão no alto da cadeia animal em volume físico total. Seus rivais na biomassa são os copepodes (minúsculos crustáceos marinhos), os ácaros (pequeninos artrópodes semelhantes a aranhas) e, bem no ápice, os incríveis vermes nematóides, cujas vastas populações, provavelmente representando milhões de espécies, constituem 4/5 de todos os animais da terra. Será que alguém acredita que essas pequeninas criaturas existem apenas para preencher espaço?

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As pessoas precisam dos insetos para sobreviver, mas os insetos não precisam de nós. Se toda a humanidade desaparecesse amanha, não teríamos, é provável, a extinção de uma única espécie de inseto, exceto 3 formas de piolhos que se aninham na cabeça e no corpo humanos. Mesmo assim, continuaria a existir o piolho-dos-gorilas, uma espécie bem próxima do parasita humano, que permaneceria disponível para perpetuar pelo menos algo próximo da antiga linhagem. Dentro de 2 ou 3 séculos, se o ser humano já tivesse desaparecido, os ecossistemas do mundo iriam se regenerar, voltando ao rico estado de quase equilíbrio existente a cerca de 10mil anos atrás – menos, é claro, as muitas espécies que levamos a extinção.

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No entanto, se os insetos desaparecessem, o meio ambiente terrestre logo iria entrar em colapso e mergulhar no caos. Imaginem os vários estágios desse cataclismo, tal como iria se desenrolar nas primeiras décadas:

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A maioria das plantas que dão flores – as angiospermas - , privados de seus insetos polinizadores, para de se reproduzir.

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Entre elas, a maioria das espécies de plantas herbáceas decresce até a extinção. Os arbustos e as árvores polinizados por insetos sobrevivem mais alguns anos, ou em alguns casos raros, até séculos.

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A grande maioria dos pássaros e outros vertebrados terrestres, privados da sua alimentação especializada de folhas, frutos e insetos, segue as plantas e caí na extinção.

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Desprovido de insetos, o solo não é revolvido, o que acelera o declínio das plants, uma vez que são os insetos – e não as minhocas, como em geral se pensa – os principais encarregados de remexer e renovar o solo.

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Populações de fungos e bactérias explodem e prosseguem no auge durante alguns anos, enquanto metabolizam o material das plantas e animais mortos, que vai se acumulando.

Os tipos de relva polinizados pelo vento e um punhado de espécies de samambaias e coníferas se alastram pela maior parte das áreas deflorestadas e depois conhecem algum declínio, a medida que o solo se deteriora.

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A espécie humana sobrevive, mas volta a viver de grãos polinizados pelo vento e de pesca marinha. Porém, com a fome generalizda durante as primeiras décadas, as populações humanas decaem para uma pequena fração de seus níveis anteriores. As guerras pelos controle de recursos cada vez mais escassos, o sofrimento, o declínio tumultuado para um barbarismo da idade das trevas seriam sem precedentes na história humana.

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Apegando-se a sobrevivência em um mundo devastado, e aprisionados em uma verdadeira idade das trevas do ponto de vista ecológico, os sobreviventes iriam rezar implorando a volta das plantas e dos insetos." (E. O Wilson).


Paz de Cristo

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Um pouco sobre 'Bichos-pau'




Chupinhei esse videozinho do museu de história natural da Inglaterra (cara, que site bacana!).


Ele fala um pouco sobre o grupo de animaizinhos que tem sido meu objeto de estudo nos últimos anos, os Phasmida, que também atendem pelo nome de Phasmatodea ou "Bichos-pau".

Simpaticos e bobalhões, os Phasmida estão entre os mais curiosos dos insetos. Além da impressionante semelhança desses insetos com galhos ou folhas, eles estão entre os maiores insetos vivos. O video aí em cima mostra o inseto mais longo conhecido hoje: Phobaeticus chani. Trata-se de um 'pauzão' de mais de meio metro (56,7cm, na verdade) que vive na ilha de Borneo. P. chani bate por 1cm o recorde antigo para 'inseto mais longo' até então pertencente ao Phobaeticus serratipes, outro Phasmida asiatico.

Esses aí são gigantões, a espécie com a qual eu trabalho, nativa aqui do Brasil, Phibalosoma phyllinum, não passa muito dos 20 cm, sendo que os machos chegam só a uns 15cm.

Bem... é isso aí

Paz de Cristo

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Darwin estava certo, até certo ponto


Tomei a liberdade de traduzir ESSE texto escrito por Simon Conway Morris. Gostei do texto e acho que vai valer o esforço hercúleo de traduzi-lo para os leitores do blog. Talvez a tradução fique ruim, difícil de entender ou mesmo errada em certos pontos. Peço desculpas de antemão por meu amadorismo como tradutor, espero não ter judiado do texto para além de qualquer possibilidade de sua compreensão. Agradecerei efusivamente dicas e correções dos leitores que puderem ler e comparar o texto original.


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Darwin estava certo, até certo ponto


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Quando físicos falam, não apenas de um ‘universo estranho’, mas de um universo mais estranho do que somos capazes de imaginar, eles articulam um sentimento de ‘negócios inacabados’, o qual a maior parte dos neo-darwinistas sequer pensam a respeito. Diz Simon Conway Morris.



Alguém poderia se perguntar o que Charles Darwin, ou seu tenaz aliado Thomas Henry Huxley, pensariam a respeito da recente invasão de posters dirigidos aquelas pessoas que não tem nada melhor para fazer do que ficar olhando as laterais dos ônibus. Tais pôsteres agora servem para informar todo mundo de que “Deus provavelmente não existe”. (no entanto, se você continuar olhando para as laterais dos ônibus é bem capaz que você leia precisamente a mensagem oposta).

Diante dos estandartes ateístas, Darwin, eu imagino, teria resmungado um pouco e, no seu jeito característico, passado o problema adiante, para seu leal companheiro, Huxley. Este, suspeito ainda, teria discretamente lamentado que essa gente pudesse levar esse tipo de coisa tão a sério, mas provavelmente também olharia para a coisa toda como mais uma oportunidade para aprofundar sua agenda secular.

E o que há de novo? Darwinismo atingiu um ponto próximo a saturação e, entre seus devotos costumeiros existe pouca dúvida de que ele servira de base, convenientemente, para toda sorte de trocas de elogios e tapinhas nas costas entre defensores do ateísmo. No entanto, talvez agora não seja a hora de nos regozijarmos tanto naquilo que Darwin acertou – e, no que concerne em demonstrar a realidade da evolução, e que ela ocorre através de processos naturais não há o que discutir - mas sim na sua herança, em termos de ‘negócios inacabados’. Penso que é curioso ver como alguns aceitam a evolução como uma explicação total que abrange todo o universo, mesmo a despeito dos protestos, as vezes nada gentis, daqueles que a tratam como uma religião. Não se preocupe, a ciência evolutiva está certamente incompleta. De fato, a compreensão do funcionamento de um processo, nesse caso, seleção natural e adaptação, não acarreta, necessariamente, na aquisição de poderes preditivos acerca do que pode (ou deve) ser o resultado do processo, nesse caso, evolutivo. Também não é lógico presumir que simplesmente porque somos resultados de processos evolutivos – e nós claramente somos – isso possa vir a explicar nossa capacidade de compreender o mundo. Muito pelo contrário.

Mas espere um instante; todo mundo sabe que evolução não é previsível! Sim, temos uma biosfera rica e vibrante para adimirar, mas nenhum produto-final é mais provável (ou improvável) que outro qualquer. A sapiência cientifica explica com sua ladainha característica: mutações ao acaso, extinções em massa catastróficas e outros ‘mega-desastres’, micróbios super virulentos, tudo isso assegura certa linearidade na ‘caminhada do bêbado’, em comparação ao incessante turbulência observada na história da vida. Então não é de surpreender que quase todos os neo-darwinistas insistem que os resultados do processo – e isso incluí você e eu – são uma casualidade fortuita. Sendo assim, não será surpreendente se, por exemplo, alguém encontrar seres vivos em algum planeta distante com a capacidade de voar, mas certamente que não serão pássaros. Talvez possa ser dito que todos os sistemas vivos se desenvolvam com base em uma organização celular, mas quem ousaria prever o surgimento dos cogumelos? No entanto as evidências apontam para uma direção diametralmente oposta a esta descrita a cima! Pássaros evoluíram pelo menos duas vezes, talvez até quatro vezes. O mesmo ocorre com os cogumelos. Ambos estão entre os exemplos menos familiares de convergência evolutiva.

Convergência? Em termos simples é a explicação de como, começando de pontos de partida distintos, organismos ‘navegam’ para a mesma solução biológica. Um exemplo clássico é o olho humano em comparação aos olhos dos cefalópodes; são incrivelmente similares, e ainda assim, evoluíram independentemente. Mas não vamos nos concentrar apenas nos olhos dos polvos. Desde moléculas até sistemas sociais, a convergência está em toda parte. Esqueça também a idéia de que em biologia evolutiva quase tudo é possível, e que, em geral, trata-se de um enorme amontoado de adequações sub-ótimas. Na verdade, paradoxalmente a enorme prevalência de convergências indica fortemente que as escolhas são bem mais limitadas, mas que quando elas de fato emergem o produto é soberbo. Você sabia que olhos podem detectar apenas um fóton e nossos narizes capazes de reconhecer (‘cheirar’) uma única molécula? A evolução atingiu o limite do que é possível no planeta Terra. Em particular as portas de nossa percepção podem ser estendidas apenas através da metodologia cientifica, permitindo um grande panorama partindo no Big Bang e chegando ao DNA.

No entanto como o se deu o caminho desde um até o outro? A forma com que a complexidade emergiu e é sustentada, mesmo na quase miraculosa fábrica química que nós chamamos de ‘célula’, ainda é um tanto enigmática. Auto-organização, com certeza está envolvida, mas um dos quebra-cabeças da evolução é a ampla versatilidade de muitas moléculas, sendo utilizadas numa miríade de diferentes capacidades. De fato, hoje é legitimo falar a respeito de uma lógica se aplicando à Biologia. Com certeza, um termo que possa ser ouvido saindo da boca de muitos neo-darwinistas. Mesmo assim, a evolução evidentemente segue regras mais fundamentais. Elas são cientificas, certamente, mas são regras que transcendem darwinismo. O QUE?! Darwinismo não é uma explicação total? Por que deveria ser? Ele é, afinal de contas, apenas um mecanismo, mas se a evolução é previsível, se ela de fato possui uma lógica, então evidentemente está sendo governada por princípios mais profundos. Se você parar pra pensar o mesmo ocorre com todas as outras ciências; por que o Darwinismo deveria ser uma excessão?

Mas tem mais! Como podemos explicar a mente? Darwin se dedicou a pensar a respeito. Poderia ele confiar em seus pensamentos mais do que naqueles provenientes de um cão? Ou pior, talvez houvesse bem ali um ponto (juntamente com a origem da vida) que a sua teoria universal chegasse a uma limitação*? Sob um certo ponto de vista a primeira possibilidade, a hipotese do ‘au-au’, é mais interessante. Porque afinal de contas, ser um produto da evolução não da nenhuma garantia de que tudo aquilo que nós percebemos como racionalidade. E de fato aquilo que ciência e matemática aplicam com sucesso avassalador, tem em sua base pouco mais do que mero capricho. No entanto, se o universo é, de fato, o produto de uma Mente racional e a evolução é simplesmente o mecanismo para a busca que, levando ao sentimento e à consciencia permita que possamos descobrir a arquitetura fundamental do universo – um argumento intuido por muitos matematicos quando eles falam a respeito da eficacia impressionante das ferramentas matematicas – nesse caso, as coisas não apenas começam a fazer muito mais sentido, mas elas se tornam também muito mais interessantes. Adeus niilismo pessimista e sua fria afirmação de que tudo é sem sentido. É claro, Darwin nos disse como poderiamos chegar lá e através de qual mecanismo, mas não nos disse o por que este ocorre em primeiro lugar, e nem como somos de fato capazes de compreende-lo.

Para reiterar: Quando físicos falam, não apenas de um ‘universo estranho’, mas de um universo mais estranho do que somos capazes de imaginar, eles articulam um sentimento de ‘negócios inacabados’, o qual a maior parte dos neo-darwinistas sequer pensam a respeito. É claro, nossos cerebros são produto da evolução, mas alguém seriamente cre que a própria consciencia seja material? Bem, sim, alguns levantam precisamente esse argumento, mas as suas explicações parecem não ter se estabelecido. Nos estamos, de fato, lidando com assuntos inacabados. O funeral de Deus? Eu não creio. Por favor junte-se a mim ao lado do caixão marcado com a inscrição ‘ateismo’. Eu temo que haverão poucas pessoas de luto.

Simon Conway Morris



*A versão original traz escrito:”... theory ran into the buffers”. Não faço idéia do que seja “run into the buffers”, tive que inferir o significado.



Paz de Cristo



STOP : A destruição do mundo







Hoje na lanchonete do ICB tive a infelicidade de deitar os olhos num informativo (parecido com um jornalzinho) de divulgação gratuita: “STOP A Destruição do Mundo”. Ainda não sei que grupo está por detrás da coisa toda, mas acho que seria legal que eu tirasse algumas linhas do meu blog para falar mal do jornalzinho. Eu explico o porquê.

O jornal aparentemente faz um belo esforço para divulgar uma ‘nova idéia de medicina’ de que todas as enfermidades sofridas pelo ser humano (inclusive cáries e gripe-suina) têm origens nos desequilíbrios internos de cada pessoa.

Eles explicam que toda essa história (descrita como uma ‘teoria errônea’) de que micróbios causam doenças, ganhou força nas idéias materialistas de Augusto Comte. Um paradigma reducionista físico, segundo eles, facilitou a ampla disseminação e aceitação das tais idéias ‘errôneas’ de Pasteur.

A coisa toda vai além. Segundo a publicação, essa idéia de Pasteur ‘estancou todo o desenvolvimento da humanidade, que colocou a causa de todos os problemas de saúde em uma etiologia mentirosa que nada tem a ver com a realidade’.

Bem, Pasteur parecia ser um cara legal, porque ele mentiria dessa forma? O STOP responde! “A idéia de Pasteur foi criada erroneamente para vender medicamentos”.

O que realmente ocorre para gerar doenças, segundo o STOP, é : “1) Por causa dos maus sentimentoe e idéias, as células são deformadas.; 2)Em seguida, os microzimas (partículas) se transformam em vírus e bactérias.; 3)Provando que as doenças vêm do interior e não de fora como dizia Pasteur.”

Meu comentário:

Logicamente, fatores psicológicos e psicossomáticos tem muito a ver com a saúde do individuo. Mas ao dizer que eles são a única e principal causa. E que doenças não tem nada a ver com microorganismos externos, os caras do STOP trocam toneladas de evidências empíricas provadas e comprovadas (vacinas, só pra citar um exemplo), por uma hipótese ‘esquisita’ para o desenvolvimento de doenças.

Você já tinha ouvido falar da tal hipótese das microzimas? Bem... Nem eu. Falando cientificamente, isso não interessa. Caso a hipótese seja valida e possa ser comprovada, pesquisadores na área de microbiologia e medicina podem estar na beira de uma verdadeira revolução cientifica. No entanto, não ouço falar de muitos artigos sobre ‘microzimas’ sendo publicados em revistas cientificas. E o aparente silêncio do meio cientifico a cerca da hipótese mostrada no jornalzinho ‘STOP’ nos aponta que, provavelmente, ela é, de fato, uma idéia tão idiota quanto parece.

Os defensores das microzimas teriam, é claro, uma defesa na ponta da língua: “O meio cientifico está contaminado por uma visão materialista dogmática, eles se recusam a ver os dados de outra forma! Ademais os lucros das vendas de remédios são um grande incentivo para que eles se calem a respeito da ‘teoria rival’ das microzimas”. Infelizmente, essa defesa da uma idéia totalmente errada de como a ciência atua e funciona - e de que pesquisadores ganham dinheiro* - De fato, quem conseguir experimentalmente demonstrar as tais microzimas; que elas, a partir de stress mental se transformam e causam enfermidades, tem muito, muito a ganhar na carreira cientifica (estou falando de prêmios nobel), todo cientista na área medica daria um braço para conseguir tal experimento (caso ele seja –fosse- possível). Ainda mais se fosse de forma tão cabal e elegante quanto a que Pasteur comprovou a existência de microorganismos.

Talvez você já tenha sacado onde quero chegar. Particularmente não me daria ao trabalho de escrever algumas linhas no meu blog acerca de um informativo que eu não sei de onde veio e que - tudo indica – não vai pra lugar nenhum. Mas o STOP é particularmente didático em mostrar exatamente a ‘receita de bolo’ para criar e divulgar uma pseudociência. Não é difícil identificar todos os seus elementos no jornalzinho: As afirmações de que o meio cientifico, enviesado e/ou mal intencionado, propaga idéias errôneas e busca adequar o conhecimento cientifico a uma ‘agenda’. Esse ‘viés cientifico’, segundo eles, acaba causando a hipótese ‘alternativa’ a ser ignorada. Os defensores da ‘hipótese alternativa’ são então vistos como os ‘verdadeiramente revolucionarios’ lutando contra o dogmatismo cientifico enferrujado. E, finalmente, sob escrutínio, se percebe que essa tal ‘hipótese alternativa’ é baseada em dados obscuros e questionáveis e ignora um montão de trabalhos científicos comprovados e fatos empiricamente corroborados.

Não sei pra vocês, mas para mim isso tudo soa particularmente familiar...

Quando o assunto é “como funciona a natureza”, a melhor tática ainda é buscar na própria criação as resposta. E a maneira menos tosca de se fazer isso, me parece, é o método cientifico, mesmo com suas limitações. A parte mais bacana é que esse método abre os braços para tudo que é questionamento e critica e se propõe a discutir e testar as mais diferentes idéias. O STOP nos mostra que passar por cima daquilo que nós podemos (graças a Deus) descobrir/espremer da natureza a cerca de como ela funciona, pode ficar parecendo meio ridículo, e até chegar a ser danoso e/ou perigoso (fico imaginando se alguém para de tomar vacina ou escovar os dentes por causa desse informativo irresponsável que atribuí a ocorrência de varíola e caries ao estado de espírito do paciente).

No final das contas, acho que podemos aprender alguma coisa com "STOP A DESTRUIÇÃO DO MUNDO"

Paz de Cristo

*OK, essa piadinha veio de um biólogo, pós-graduando que trabalha com ciência básica no Brasil, por isso é exagerada e despropositada... Desconsiderem...

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O que é ser ‘evangélico’

Em meio as tentativas de tentar entender o funcionamento do Bluetooth do celular novo que a pequena me deu (eu amo ela, e adorei o presente... mas sim, eu ainda tenho sérias reservas quanto a tecnologia), acabei escrevendo, em forma de pergunta, um texto no Y!R. Achei que a coisa toda deu certo, e vou postar aqui no blog.
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O termo ‘evangélico’ me da frio na espinha.
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O termo ‘evangélico’ pra mim significa –de alguma forma - mais do que ‘Cristão’ (ie. membro da religião Cristã). Significa um camarada que vive a vida segundo o Evangélho. Mas... Sem brincadeira, vocês já imaginaram o que é isso?
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Pra mim, ser evangélico é quase como ser punk. É se afastar do mundo, mostrando–se diferente do mundo e agindo no mundo. Turbilhonando, se revoltando, causando divisão, amando, pirando a cabeça das pessoas, fazendo pensar, fazendo amar, fazendo Gritar por Paz e justiça e igualdade.
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Pra mim ser Evangélico é se angustiar e se entristecer de tudo com tudo que é injustiça e desigualdade do mundo. É sentir nojo de tudo no mundo que não se parece com o Reino de Deus. É se afastar de tudo que se chama religião e amar de forma religiosa. Aguentando chingamento no transito e tapa na cara.
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Pra mim ser Evangélico é quando você se entristece quando percebe em si mesmo erro e pecado. É ter o coração apertado por tudo aquilo que você pode vir a ser e fazer de bom. Ser evangélico é bater no peito chorando ao se ver como pecador e de forma quase auto-destrutiva, arrancar mãos, olhos e pernas se estas lhes fazem pecar. É virar a costas e não olhar pra trás para seguir a Cristo.
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Ser Evangélico também é ter Esperança. E ver Esperança numa vida onde ninguém mais vê. É aplacar toda dor e desespero dizendo, pregando e mostrando que tudo pode ser feito novo. Tudo pode começar de novo. Cristo ressussitou e mesmo a morte foi derrotada. Ser evangélico é não desistir.Por muito tempo eu me perguntei se devia ou não me rotular como ‘evangélico’. Muita gente (e eu também), quando pensa em ‘evangélico’ imagina uma pessoa com comportamento quase que diametralmente oposto ao que eu descrevi a cima (uma caricatura farisaica, tacanha e proselitista).
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Mas acho que não penso mais assim. Se eu não me rotulo Evangélico hoje não é por um preconceito bobo. É simplesmente por não me sentir digno do titulo. Talvez um dia a força e maturidade me sejam dadas para abraçar o evangelho de forma tão crua e visceral. E meu coração anseia por esse dia. Mas por enquanto eu fico sendo só Cristão (1) mesmo, e deixo o titulo de evangélico para aqueles homens e mulheres com uma caminhada mais árdua, bela e cheia de frutos que a minha.
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(1)O termo Cristão significa, originalmente, ‘pequeno Cristo’ e, se tomado ao pé da letra pressupõe entrega, paixão e devoção ainda maiores do que aquelas que o termo ‘evangélico’ implica. Como já disse, ao me referir a ‘ser Cristão’ quero dizer apenas ‘membro da religião Cristã’, se me perguntassem, eu diria que esse já é um excelente começo.
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A propósito, lendo agora vejo que o texto inteiro é uma mentira, eu não parei de me denominar 'evangélico' para aqueles que perguntam sobre a minha crença.
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A Paz de Cristo

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There's a specter in the corner of an illustrated page
And a lonesome muted stripling with a rapt remedial gaze.
The poverty of his language and the wealth of his emotion
Bring him endless murky musings and unexpected frustration
Angst and madness weave the fabric of his life.
Tomorrow might be better but right now it feels like#&%#"@$#!"&*""%%75838769%("%56("5965&65"$"%423!(060_*"7534#



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(Greg Graffin, Sometimes it feels like)


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Bem... Semana difícil...


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Paz

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Um vinculo comum. Um breve texto

Um colega a quem não conheço pessoalmente me mandou esse trecho do discurso da posse de Robert F. Kennedy. Eu prometi que ia chupinhar e chupinhei.
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Ele é palmeirense, então seja essa a minha homenagem aos palmeirenses pelo 'chocolate' da semana passada (claro, eu poderia fazer uma tabela comparando os titulos conquistados pelo alvi-verde paulista nos ultimos 10 anos e os conquistados pelo Timão nos ultimos 6-8 meses... Mas eu posso apenas imaginar como uma vitória sobre o todo Poderoso Spor Clube Corinthians Paulistas deve significar mais do que muitos titulos...)

Aí vaí:



"Por que ensinar um homem a odiar e temer o próximo, ensinar que ele é inferior pela cor da sua pele, ou suas crenças, ou pela ideologia política que ele segue? Ensinar que quem é diferente ameaça sua liberdade, o seu trabalho, a sua casa ou sua família. Então, estará aprendendo a tratar os demais não como cidadãos, mas como inimigos, não colaborar reciprocamente, mas sim derrotar, a ser subjugado e dominado.
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Aprendemos, por último, a vermos nossos irmãos como estranhos. Estranhos com que dividimos a cidade, mas não a comunidade. Pessoas com quem dividimos o espaço, mas sem esforço em comum. Aprendemos apenas a compartilhar o medo em comum, apenas o desejo em comum de nos afastarmos um dos outros. O impulso em comum de reagir às diferenças á força.
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Nossas vidas neste planeta são muito curtas. A missão a ser realizada é grandiosa demais para permitir que este espírito siga prosperando em nossa terra.É claro que a solução não é um programa de governo, nem uma votação, mas talvez possamos lembrar, nem que seja por um segundo, que os que vivem conosco são nossos irmãos, que compartilham conosco a mesma vida passageira, que eles procuram como nós, nada mais do que a oportunidade de viver suas vidas com propósito e felicidade, ganhando a satisfação e a realização que puderam.
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Sem dúvida, este vínculo de metas em comum pode começar a nos ensinar alguma coisa.
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Seguramente podemos aprender pelo menos, a olhar a nossa volta e realmente ver o próximo. Aí, podemos nos esforçar um pouco mais para curar as feridas entre nós, nos transformando de todo coração, em irmãos e compatriotas outra vez." (Robert “Bob” F. Kennedy – Discurso da vitória – Prévias eleitorais na Califórnia – 06/07/68)


A Paz de Cristo

sábado, 1 de agosto de 2009

The Spring - Holy Blood

A banda "Holy Blood" (mySpace), é uma banda de black-metal Cristão (vou deixar teologos, moralistas e metaleiros explicarem essa aparente contradição em termos, cá eu só curto o som dos caras). Acho que a banda já acabou. Eles são Ucrânianos e cantam em ucraniano então eu fiquei bastante feliz ao ver esse video legendado em português. Uma vez que meu ucraniano não é nenhuma maravilha, eu posso apenas confiar na honestidade do camarada que fez a legenda e acreditar que a letra da música é de fato tão bela como diz a legenda.

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A música é bem legal!
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Paz de Cristo