domingo, 31 de janeiro de 2010

Mais um texto Traduzido da Sci Am

Resolvi traduzir mais um texto bacana da Sci Am. Trata da relação do modo de vida consumista com a sustentabilidade. Isso por que tenho sérias dúvidas de que as duas coisas não são mutuamente exclusiva, bem como sérias dúvidas de como proceder, agir, viver como Cristão frente a essa sociedade de consumo. Quem ler o texto pode até pensar que eu sou um eco-chato ou coisa assim, não sou. Mas tenho refletido no assunto e buscando respostas. Por isso achei bacana traduzir o texto para os leitores
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De acordo com uma pesquisa realizada pelos experts em sustentabilidade Brenda e Robert Vale, da Victoria University na Nova Zelandia, um par de cães da raça pastor alemão mantidos como mascotes na Europa ou Estados Unidos consomem, por ano, em média, mais do que uma pessoa vivendo em Bangladesh. E então? Será que os males ambientais do planeta são, de fato, resultado do crescimento do número de pessoas no planeta - número que, segundo previsões, atingira pelo menos 9 bilhões em 2050? Ou será que eles tem uma relação mais acentuada com o fato de que, enquanto a população humana dobrou nos últimos 50 anos, nós tivemos um aumento de quatro vezes em nossa utilização de recursos?
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Afinal de contas, os cerca de 40.000 participantes da recente c
onferencia climatica em Copenhagen produziram mais emissões de gases do efeito estufa em duas semanas do que 600.000 etiopes produzem em um ano. De fato, as 500 milhões de pessoas mais ricas do planeta produzem 50% das emissões de dioxido de carbono globais, comparados aos 3 bilhões mais pobres que produzem apenas 6% - Sozinhos, os norte-americanos utilizam 88Kg de produtos (como alimentos e água, alem de plasticos, metais e outras coisas) por dia, ou mais ou menos um "eu" por dia [traduzi o texto do jeito que está no site. Na verdade eu peso coisa de 65-70Kg].
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Como colocado de forma clara pela "
United Nations Millennium Ecosystem Assessment" em 2005: "a atividade humana esta colocando um peso tal sobre as funções naturais da Terra que a habilidade dos ecossistemas do planeta para sustentar gerações futuras não pode mais ser tido como certo".
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E o consumismo não está sequer cumprindo sua promessa - uma vida melhor. "A cultura consumista não está apenas causando destruição ambiental sem precedentes, ela está, em muitos casos não entregando o bem estar que ela deveria para as pessoas", disse Christopher Flavin, presidente do Worldwatch Institute, durante uma entrevista com a imprensa na semana passada dirigida para divulgar o seu novo relatório "State of the World" [condição do mundo], "
Transformando culturas: do consumismo a sustentabilidade". "Os tipos de mudanças políticas discutidas em Copenhagen também são críticas e, de fato, andarão lado a lado juntamente com uma mudança cultural (indo do consumismo à sustentabilidade)".

O que ele quer dizer com "mudança cultural"? Bem, um exemplo seria uma alteração da forma com que os funerais são realizados no ocidente - indo de injetar substancias quimicas toxicas nos corpos, selando-os em caixões caros e não degradaveis que são então enterrados em cemitérios que mantém os jardins eternamente verdes as custas de fertilizantes e pesticidas - para enterrar os entes queridos de formas projetadas para curar as feridas das famílias bem como as do meio ambiente (e, em última analise, transformar esses locais em reservas naturais). "Dois séculos de desenvolvimento de uma cultura consumista nos levaram a achar totalmente natural definirmos a nos mesmos primariamente por aquilo que consumimos e como", disse Erik Assadourian, autor do relatório para "Worldwatch", sejam hamburguers do McDonald's ou veiculos Hummer.

Os pesquisadores da 'Worldwatch' indentificaram seis instituições que devem ser alteradas para promover sustentabilidade: educação, negócios, media, governamental, movimentos sociais e tradições culturais. "Não é um projeto surgido 'do-nada' " alegou o co-autor do relatório e cientista político Michael Maniates do Allehgheny College na Pennsylvania. "Existem fortes elementos culturais que dão muito valor a comportamentos como a frugalidade ou a parcimonia. Nós devemos re-centralizar as condições culturais que chamam aquilo de dentro de nós que foi
suprimido".

E esta ética cultural de consumismo não está confinada ao mundo desenvolvido; paises em desenvolvimento também a estão adotando como um modelo economico. "O consumismo esta se espalhando pelo mundo", adicionou Assadourian, notando que a China, entre outras coisas, ultrapassou os E.U.A. como o maior mercado para carros novos vem como o maior emissor de gases do efeito estufa. "Será que isso vai continuar se espalhando? Ou as nações irão começar a reconhecer que esse não é um bom caminho?"

Ao mesmo tempo, uma mudança cultural pode já estar a caminho, representada por esforços como exemplificados pelo esforço do Equador em colocar dar atenção aos direitos da "Mãe Natureza" em sua constituição, ou aqueles da fabricante de carpetes com sede nos E.U.A., Interface para criar um produto que não requer a utilização de nada do meio ambiente que este não possa renovar.

No entanto a visão geral é a de que tais esforços foram soterrados por uma crescente maré de consumismo, especialmente com relação as recentes bugigangas eletronicas. Mas talvez aquele desejo pela última investida do merchandise da Apple possa ser substituido por aquilo que inventores como Saul Griffiths chama de "Heirloom culture" (a tradução seria algo como 'cultura de herança'), tratam se de produtos que duram por toda a vida ou mais. "Em essência, a vida 'descartável' será substituida por uma vida sustentável", disse Assadourian, "um mondo onde o 'machão' não será definido pelo tamanho do motor do carro, mas pelo fato de não se possuir um".

Em outras palavras, o problema é simplesmente a nossa economia voltada para o
consumo
. E em relação as propagandas de produtos que parecem nos dizer: "Nós não somos ignorantes, nos não possuimos princípos maus ou equivocados em relação ao meio ambiente" Maniates às traduz da seguinte forma: "Nós estamos tentando fazer o melhor possível dentro de sistemas culturais que elevam escolhas não-sustentáveis".

É claro, ao mesmo tempo, a "Worldwatch" gostaria que você gastasse US$19,95 e adiquirisse uma versão impressa do seu relatório, ou US$9,95 por um PDF ou documento eletronioco para o seu Kindle (sim, trata-se de mais uma bugiganga eletrônica). Trocar uma ética captalista consumista continua sendo mais dificil na prática do que na teoria...

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Paz

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Quatro palavras para todo casal

Ontem fizemos, eu e a pequena, 4 anos de namoro. Da até vergonha de lembrar que oficializamos nossa relação no Ark, no meio de uma daquelas terríveis convenções para aficçionados em mangás e animes. Furi-Kuri e mais uma meia duzia de animes a parte - bem como algumas bandas de J-Rock - nunca fui muito chegado em coisas de otaku. E ao longo dos anos eu aprendi a ter um saudavel preconceito frente a coisa toda. Eu geralmente frequentava essas tais convenções para auxiliar um grande amigo que costumava montar uma barraquinha para vender tranqueiras lá. Estas experiências foram bem traumatizantes e hoje para mim é dificil conversar com alguem sobre mangas e animes sem mostrar, de forma ofensiva, o tal preconceito. (é brincadeira, ok) Ainda assim, dei boas risadas naqueles dias e até confesso que sinto saudades. E foi alí que - com um amigável aperto de mão - começou um namoro que já dura quatro anos! LEGAL.
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Fica aí um post chupinhado da net que eu encontrei há um tempo e que achei bacana!
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Há quatro palavras, ou frases, que precisamos falar todos os dias para os nossos cônjuges.
Se não falamos em voz alta, precisamos pelo menos falar em nosso coração.
Estas palavras curam muitos dos males que prejudicam o casamento.
Ao falar estas palavras, a correspondente atitude tem que acompanhar. Se forem apenas palavras, nada adiantariam. E diga você estas palavras:

1. "EU TE PERDÔO".

Mt 6.12; 18. 21-22; 2Co 2.10; Ef 4.32
Estas palavras (e atitude) curam o ressentimento e amargura.
Pergunta para se fazer a si mesmo todos os dias: "Em que eu tenho ofendido ou defraudado? Pelo que eu sinto mal para com meu cônjuge?"

2. "EU TE ELOGIO".

Pr 31.28-31; 1Pe 3.7
Estas palavras curam a crítica e a acusação.
Pergunta para se fazer a si mesmo todos os dias: "O que meu cônjuge fez de bem hoje?"

3. "EU TE SIRVO".

Gl 5.13
Estas palavras curam o egoísmo e a omissão.
Pergunta para se fazer a si mesmo todos os dias: "Como eu posso ajudar meu cônjuge hoje?"

4. "EU TE AMO".

Gl 5.14; 2Co 4.5
Estas palavras curam a negligência.
Pergunta para se fazer a si mesmo todos os dias: "Como eu posso mostrar hoje o meu amor pelo meu cônjuge?"

Conclusão:

Se você falar todos os dias estas palavras para seu cônjuge, você terá um relacionamento conjugal que deixará os outros boquiabertos.

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Paz


terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Sobre aquelas coisas que podem pular na sua cabeça a qualquer hora, mas só pulam quando você esta orando...

Outro dia eu estava orando (sim, eu faço isso, e mais! Acredito que a coisa toda funcione). Uma das boas pedidas que me afastaram da 'aridez espiritual' que mencionei no ultimo post foi, sem dúvida a oração. Tive a oportunidade de ler, seguindo uma recomendação de um amigo, o livro "Oração" de Philip Yancey e me foi um bom 'boost' à oração (esse post não é sobre o tal livro, tem uma resenha dele AQUI).
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Enfim, estava orando acerca dos rumos da minha vida, do meu relacionamento com a minha pequena, com minha familia, minhas tretas, desavenças e talz. Abri meu coração, mostrei minha vontade pra Deus. No meio da coisa toda, pulou na minha cabeça uma idéia. Eu sugeri pra Ele se não seria uma boa se Jesus aparecesse diante de mim e de minha pequena, abençoasse nosso casamento (de preferencia dando o $$ para a entrada de um apartamento no butantã), se revelasse a algumas pessoas, desse uma grande bronca em outras.
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Orei de palhaço, eu bem sei. As coisas não funcionam desse jeito. Penso que de alguma forma a resolução de absolutamente todas as tretas e sofrimentos da vida meio que acabariam com seu proposito (eu não sei bem qualé o tal propósito, mas tenho aprendido a confiar em Deus).
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Não tenho problemas com oração. No livro do Yancey “Oração”, fico até constragido ao ler relatos de tanta gente que experimentou a silencio de Deus, que aguentou essa experiencia matando no peito feito teste de fé. Muitas de minhas orações são respondidas (pelo menos assim interpreto), e as orações palhaças não são exceção!
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Deus, que eu queria ver atendendo com trovões, responde num sussurro que, imagino, deve passar batido a maioria das vezes. E o sussurro sempre fala no meu coração.
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Peço pra Deus mudar as coisas lá em casa. Ele responde pra eu mudar meu coração
Peço pra Deus mudar meus relacionamentos. Ele responde pra eu mudar meu coração
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E é aí que complica. Por que aí você se liga e tem que admitir: “eu não consigo”. E penso que é aí que Deus começa a agir, é aí que as coisas começam a dar certo.
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O livro do Yancey fala de muita gente que não ora por que acha que é perda de tempo ou coisa assim, eu mesmo me pego protelando uma oração, esquecendo, me concentrando em coisas “mais importantes”. Mas não é por que a oração é ‘inutil’, é porque ela é dificil. Orar é tipo ‘discutir relação’ com Deus, e a gente não quer discutir relação. Numa relação a gente só quer a parte boa (cinema e beijihos), mas uma hora tem que discutir relação. E as vezes é um saco... Ainda assim, depois da discussão de relação, uma vez colocadas nas mãos de Deus (porque a gente não consegue), as coisas começam a se resolver –espero né... É isso

Paz de Cristo


quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Imagens e palavras

O fim de ano veio e foi e o blog anda meio paradão. De tudo que leio e penso tenho tido pouco animo para passar para vocês, putativos leitores. Acho isso ruim. Nesses três anos de 'vida de crente' aprendi que esse período de festas de fim de ano é, para mim, paradoxalmente, muito 'espiritualmente árido'.
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Neste ano resolvi tentar fazer diferente e acho que obtive resultados razoaveis. Gostaria que isso tivesse transbordado pra cá pro blog mais. Mas também, já precebi, o blog é orgânico. Posts brotam, surgem, são espontaneamente chupinhados, mais do que são planejados e arquitetados.
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Em um novo começo, que na verdade é uma continuidade, pois é isso que desejo fazer de 2010, queria mesmo não deixar o blog de fora desse renovo/continuidade/crescimento...
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Bem, é isso. Meu anseio para este blog em 2010 é aprofundar algumas coisas e mudar outras.
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E se tudo der errado, bem, que seja.
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Por enquanto Ficam aí uns filminhos nada-ver, de umas músicas que alguns podem achar clichê, mas eu acho que são lindas.

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PAZ!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Seres humanos (não muito brilhantes é verdade), mas, ainda assim, seres humanos


Sairam os vencedores do 'Darwin Awards' de 2009. Pra quem não sabe, "Darwin Awards" é uma homenagem postuma concedida a pessoas que retiram seus genes do pool genico de alguma forma 'pouco-brilhante'.

Geralmente se tratam de pessoas que tiveram ideias terrivelmente pouco inteligentes (como o cara que tentou comer uma salamandra venenosa), ou erros crassos de calculo (como os 2 ladrões que calcularam mal a quantidade de explosivo necessaria para explodir a parede de um banco e acabaram indo junto com a parece, campeões do ano passado).

A coisa toda parece engraçada até que me lembro do campeão do 'Darwin Awards' de 2008. O infame 'padre dos balões'. Não sei porque, talvez por ter ouvido um pouco do desespero dos conhecidos do tal padre, fiquei intensamente incomodado com as piadinhas e brincadeiras em cima do incauto padre. Não achei a história engraçada, antes trágica e infeliz. Penso que é uma faceta das mais terríveis do ser humano poder fazer piada acerca da morte de uma pessoa como se fosse... bem, como se fosse uma piada mesmo.

Então fica aqui meu protesto (sério) em favor daqueles que sofreram seleção negativa. Sabendo também que poderia muito bem ter sido eu o indicado a receber a tal homenagem, já fiz minha parcela da façanhas pouco inteligentes e nada responsáveis na minha vida, e tenho que agradecer o fato de que o acaso tem seu papel nos processos de genética de população, bem como ao Santo Espirito de Deus que já há um tempo tem tido o misericordioso trabalho de dissuadir minha alma dessa sorte de atividade.

Sei lá, pode parecer bobagem (eu mesmo estou aqui me perguntando acerca da validade deste post), mas pensando em programas de TV como Jackass, cujos participantes parecem tentar (até agora sem susseso) retirar seus genes do pool genico, bem como em mortes que são tão estupidas e tão trágicas - e nada engraçadas (ex. um motorista embriagado). Penso que isso tudo vale para uma reflexão mais profunda acerca do valor da vida...


Paz de Cristo



quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

'Cabeça aberta', 18 e outras histórias

Acabei de ler o livro "Mind Wide Open" de Steven Johnson (lançado em portugues pela editora Jorge Zahar com o titulo "De cabeça Aberta").
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O livro busca explicar para o público leigo, em linhas gerais, o que sabemos sobre o funcionamento do cérebro, e como isso pode ser útil em nos auxiliar a lidarmos melhor com nossa 'cabeça'. O autor faz questão de maneirar nos nomes complicados de partes do cérebro e neurotransmissores (e ele faz um excelente trabalho. É claro, é inevitavel mencionar o 'sistema limbico' ou o neurotransmissor 'oxitocina', mas eu apenas imagino o tipo de nomenclatura que pessoas que se especializam nessa área tem que aturar).
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O livro é excelente! MUITO BOM mesmo! No entanto, em vez de escrever uma 'review' do livro (leia uma AQUI), vou tecer uns breves comentários sobre o que o livro me fez pensar. E ele com certeza me fez pensar!
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A primeira coisa que me veio a cabeça é que sem dúvida os avanços da neurologia moderna podem (e o livro mostra isso) ajudar muito a entender nosso próprio comportamento em muitas situações. Como minha cabeça funciona? Eu sou autista? Talvez eu devesse tomar uns bloqueadores beta antes de falar em público? [ok, isso é um exagero... Ah, e eu também NÃO sou autista].
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Não só isso, mas também surgem diversas questões excitantes e desafiadoras para quem tem fé e crê que a mente (alma??) de um ser humano transcende de alguma forma a organização sinaptica da sua rede neuronal moldada por seus genes e sua história de vida: Onde fica a alma? O amor é apenas uma liberação de oxitocina em regiões especificas do nosso cérebro? Um abraço, uma mãe amamentando, correr todas as manhãs, são apenas formas de naturalmente alimentar com opióides nosso cérebro viciado?
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Questões pulularam no meu cérebro
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Uma das questões das quais quero falar brevemente é em relação ao autismo.
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Pra muita gente autismo é sinonimo de retardamento mental, ou coisa assim. O negócio é, na verdade, um pouco diferente. Autismo é uma 'cegueira' em nossos níveis de comunicação social!
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O livro explica que o ser humano possui, no cérebro, um sistema que 'já vem instalado', que possibilita o reconhecimento de outras pessoas e a identificação de que estas possuem sensações, sentimentos e recebem estimulos ambientais. Um bom exemplo é constatar que bebes de apenas 6 meses são capazes de seguir o olhar de uma pessoa que calha de estar olhando para o canto da sala. Pode parecer trivial, certo? Isso justamente por ser uma habilidade inata. Na verdade o simples reconhecimento por parte do bebe que a coisa que esta olhando para ele é uma pessoa, que essa pessoa recebe estimulos externos, que as 'bolas' na cara dessa pessoa são orgãos particulares de recepção de estimulos e 'apontam' para a região de onde vem o estimulo a ser recebido, nada disso é trivial e precisariamos aprender isso se já não nascecemos sabendo. Essa comunicação não verbal toda é importantissima para animais que exibem comportamento social e, principalmente, uma boa dose de cuidado parental.
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E isso é só um exemplo. Reconhecimento de sorriso, cara de tristeza, cara de preocupação, cara de invejoso cara de orgulhoso etc etc. São todos reconhecimentos e a maioria de nós consegue (bem ou mal) ler de forma inata e não completamente consciente esses sinais nos outros seres humanos com os quais nos relacionamos. Alguns fazem isso bem (imagino que bons jogadores de poquer) e alguns nem tanto (imagino que seja o caso de alguns biologos corinthianos), e alguns simplesmente não são capazes de fazê-lo. Uma pessoa autista é uma pessoa com graves deficiencias nesta área de 'leitura social'. Por algum motivo o modulo não 'vem instalado'. Existem varios níveis de autismo nos quais a pessoa tem um nivel maior ou menor de 'distanciamento social' (não estou usando a terminologia correta aqui! Imagino que se alguem que realmente entenda do assunto ler isso aqui vou receber um longo email me corrigindo). E junto com essa falta de um 'módulo' no cerebro, outros módulos compensam. Autistas geralmente tem facilidade com padrões, números puros entre outras coisas (penso que o filme Rain Man caracterize bem a coisa toda).
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Hoje acredita-se que muitos dos fisicos e matematicos mais geniais possuiam, de fato, algum nível de autismo. Tratam-se de pessoas com surpreendentes habilidades matematicas porem com uma certa falta de tato social.
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Bem, curioso com a coisa toda, corri atrás de maiores informações e achei na rede um 'AQ TEST' (teste de quoeficiente de autismo). Você caro leitor pode preencher o teste também. A média do grupo controle é 16,4. 80% dos que tiram mais de 32 possuem algum diagnóstico de autismo (outros não). Minha pequena fez o teste e tirou 9, isso significa que ela é beeem menos 'autista' que a média da população (o que não é de se surpreender, primeiro por que ela é mulher e mulheres são afetadas menos por autismo, segundo por que ela é uma moçinha extremamente extrovertida e sociavel). Já eu tirei uma 'nota' um pouco a cima da média: 18. O que significa apenas que eu sou um cara um pouco mais introvertido e com um pouco menos de 'traquejo social' do que a média da população, o que eu também já sabia.
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É bom lembrar que esse teste é SUBJETIVO e de forma alguma estritamente cientifico, ele não vai te dar um diagnóstico, por isso não leve a coisa tanto a sério. Ainda assim, após a leitura do livro, me senti extremamente compelido em 'exercitar' esse módulo de percepão social na minha cabeça, e penso que isso é bom.
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Contei toda essa histórinha, primeiro, porque ela é bem interessante. E, em segundo lugar para exemplificar um pouco da compreensão do nosso cérebro que o livro mostra. Bacana né?
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Tenho mais para falar, mas o post está ficando longo. Esperem (algum dia), um post subsequente.
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Desculpem também pelo blog ter andado meio parado. O fim de ano foi meio complicado.
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Feliz natal a todos e um 2010 porreta
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E fiquem com a Paz de Cristo









quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

2 blogs que eu achei na última semana

1) O blog "Tubo de Ensáio" que parece tratar de ciência e vez por outra abordar sua relação com a fé. Fiquei surpreso com a série de posts em homenagem aos 150 anos do Origem das Espécies, em especial a entrevista com Karl Giberson. Além disso tem também um trecho do documentário "Did Darwin Kill God" (que você viu primeiro AQUI no Nó Cego), bem como uma breve resenha do livro "A Goleada de Darwin" de Sandro de Souza.

Aqui o link de todos os posts:

1)Semana especial: Darwin
2)A conciliação possível entre Cristianismo e Evolução
3)Karl Giberson, presidente da Fundação BioLogos: "Deus pode guiar a história natural trabalhando por meio das leis da natureza"
4)Darwin matou Deus?
5)O que impede as pessoas de aceitar a evolução?
6)Bola cheia, bola murcha, bola fora...

2) O Blog "Arrow through the Sun" de um bioquimico Cristão, parece ter artigo muito, muito interessantes incluindo um link para um site que ensina uma estratégia porreta para ganhar no "Banco Imobiliario".

Paz

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Podemos alimentar E salvar o Planeta?


Abaixo eu deixo com vocês uma tradução minha DESSE TEXTO da edição de Dezembro da Scientific American. Ele trata de assuntos que eu considero muito importantes e vejo que são muito pouco discutidos (em especial no meio Cristão): Preservação ambiental em relação à produção de alimentos e controle de natalidade.

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Realmente gostaria de escrever alguma coisa a respeito dos assuntos tratados no texto aqui no blog, mas como sou nem sempre público os textos que prometo que vou publicar, deixo para os leitores comentarem. Se tudo der certo emitirei dentro de breve minhas próprias reflexões sobre o assunto.
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"Nós estamos exaurindo os recursos de nosso lar e casa. Recentemente, no número 24 da revista Nature Johan Rockström e seus colegas propuseram 10 "fronteiras planetárias" para definir limites seguros para a atividade humana. (Scientific American faz parte do grupo de publicações Nature). Esses limites incluíram metas na emissão de gases do efeito estufa, perda de biodiversidade, a conversão global do solo em terreno para agricultura e outros 'mega-impactos' nos ecossistemas da terra. Ainda assim, a humanidade já transpassou diversas dessas fronteiras e esta a caminho de exceder a maioria das outras. O aumento da demanda por alimentos tem um grande papel nessas transgressões.
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A revolução verde, que fez a produção de grãos aumentarem exponencialmente, deu a humanidade algum espaço para respirar, mas a continuidade do aumento populacional e a demanda pela produção de carne estão exaurindo esse excedente na produção de alimentos. O pai da revolução verde, Normal Borlaug, que faleceu em Setembro aos 98, levantou exatamente esse argumento em 1970 quando ele aceitou o premio Nobel da Paz: "Não pode haver qualquer progresso permanente na batalha contra a fome até que os agentes que lutam pelo aumento da produção de alimentos e aqueles que lutam pelo controle populacional se unam em um esforço comum".

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Este 'esforço comum' tem sido, na melhor das hipóteses, inconsistente e muitas vezes em essência não-existente. Desde 1970 a população aumentou de 3,7 bilhões para 6,9 bilhões e continua a aumentar numa taxa de cerca de 80 milhões/ano. A produção de alimento per-capita tem tido declínio em algumas grandes regiões, em especial na África subsaariana. Na Índia o fato de a população ter dobrado absorveu quase todo o aumento na produção de grãos. Por outro lado, a produção alimentícia é responsável por um terço de toda a liberação dos gases do efeito estufa para a atmosfera, quando se leva em consideração combustível fóssil utilizado por tratores e outras máquinas na produção, preparo e transporte do alimento; o dióxido de carbono liberado pelo desmatamento da área a ser cultivada e pasto. O metano proveniente de arrozais e criação de gado; e a liberação de óxido nítrico pelo uso de fertilizantes.

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Através do desmatamento florestal, a produção de alimentos também é responsável por grande parte da perda de biodiversidade no planeta. Fertilizantes químicos causam deposições massivas de nitrogênio e fósforo, que são responsáveis pela destruição de estuários em centenas de sistemas hidrográficos e ameaçam as condições de equilíbrio dinâmico na 'química' dos oceanos. Cerca de 70% da utilização mundial de água é dirigida a produção de alimentos, o que implica em depleção de lençóis freáticos e consumo ecologicamente destrutivo de água que se estende na Califórnia, na planície Indo-Gangética, na Ásia Central e no norte da China.

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Em resumo, a 'revolução verde' não negou os efeitos colaterais perigosos de uma população humana crescente, que estão fadados a aumentar à medida que a população mundial ira exceder 7 bilhões por volta de 2012, e previsões indicam que atingira 9 bilhões em 2046. O consumo de carne per capita também está aumentando. Carne bovina representa a maior ameaça, pois a criação de gado demanda até 16 Kg de ração para cada 1 Kg de carne consumida, além disso, eles emitem grandes quantidades de metano, e o fertilizante utilizado para o cultivo dos grãos utilizados como ração contribui muito para emissão de óxido nítrico.
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Produzir mais alimentos não é suficiente; O necessário simultaneamente estabilizar a população global e reduzir as conseqüências ecológicas da produção de alimentos - um desafio triplo. Uma redução rápida, voluntária na taxa de natalidade em países pobres, trazida por maior acesso ao planejamento familiar, menor taxa de morte infantil e educação sexual, poderia estabilizar a população em 8 bilhões em 2050.
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Auxilio financeiro a comunidades pobres com o intuito de resistir ao desflorestamento poderia salvar o habitat de muitas espécies. Plantio direto e outros métodos de plantio podem preservar o solo e a biodiversidade. Utilização mais eficiente de fertilizantes pode reduzir a liberação excessiva de nitrogênio e fósforo no ambiente. Um sistema de irrigação mais eficiente e variedades diferentes de sementes para plantio podem ser capazes de conservar água e reduzir outras pressões ecológicas. Ainda, uma dieta que contenha menos carne bovina poderia ajudar na conservação ambiental e ao mesmo tempo se provar mais saudável.
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Para a ocorrência de tais mudanças, serão necessários esforços tremendos tanto da iniciativa pública quanto privada e uma mobilização sem precedentes. Enquanto nos lembramos dos feitos de Borlaug, nós devemos redobrar nossos esforços em resposta aos seus avisos. A janela de oportunidade para que o desenvolvimento sustentável obtenha sussesso esta se fechando".

Paz de Cristo

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Isso é simplesmente dá hora!

1- Primeiro, uma histórinha breve que quero compartilhar com você sobre o genero de minhocas Osedax. Tive a oportunidade de ler acerca dessa gigantesca bizarrice da natureza tanto no site 'Wired Science' (AQUI), como no site da 'Science' (AQUI). (Tenho ainda que adimitir que estou chupinhando descaradamente este post DESSE BLOG)

Trata-se de um gênero espécies de minhoquinhas que vivem no fundo do oceano. Elas não tem boca nem anus e absorvem e excretam nutrientes a partir de uma simbiose com bactérias. Elas também vivem em colonias, geralmente como o macho diminuto vivendo dentro da fêmea! A coisa fica mais legal ainda, veja! Tudo que vive no fundo do oceano se alimenta de detritos (restos de animais marinhos e plankton que vão descendo para o fundo, coco peixe, essas coisas). Bem, as minhocas do genero Osedax se alimentam exclusivamente de ossos de baleias mortas!

Um estudo públicado recentemente na BMC Biology, analisou diversos genes na busca por esclarecer as relções filogenéticas dentro desse grupo. Os resultados foram bacanas, os pesquisadores descobriram, por exemplo que esse grupo existe a pelo menos 45 milhões de anos, mas os pesquisadores acreditam que ele possa ser ainda mais antigo e que essas minhóquinhas começaram a se diversificar no Cretáceo, comendo ossos de grandes répteis marinhos.

Bem... Eu achei a coisa toda fantastica! Deem uma olhada nos artigos

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2- Os tentilhões de Darwin continuam a contar histórias!Um casal de pesquisadores que está a decadas estudando os bichinhos conseguiram pegar um 'snapshot' do nascimento de uma nova espécie. VEJA AQUI! Em um artigo da PNAS (ESSE AQUI), os pesquisadores explicam essa história de especiação que, pelo que pude ver, envolve algumas gerações de isolamento reprodutivo e um novo padrão de canto. VEJA AQUI TAMBÉM.
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é isso aí... LEGAL né?

Paz de Cristo

terça-feira, 17 de novembro de 2009

150 anos de "A Origem das Espécies", uma celebração


Vai rolar aqui na USP uma série de palestras acerca da importância e influência da principal obra de Charles Darwin. Recomendo!

Para maiores informações deem uma olhada no site do IB-USP

Como não sou bom em fazer 'merchan' de nada, vou copiar o que está escrito no flyer (que achei provocante e com um 'exagero na medida certa'):

"A Origem das Espécies" de Charles Darwin não é apenas uma obra de importância científica. No decorrer do último século e meio, o livro tem tido um amplo impacto nas mais diversas esferas da sociedade moderna. Seu papel como marco paradigmático da civilização ocidental estende-se a todos os niveis de nossas vidas, seja cultural, social, político ou econômico. Na semana de seu aniversário de publicação, o instituto de Biocências, em parceria com o projeto VER CIÊNCIA, convida o público a participar de atividades que fornecerão uma visão mais abrangente do impacto da principal obra de Darwin. Nada mais justo que esta merecida celebração


O Instituto de Biociências da USP convida a todos para a comemoração dos: 150 anos de "A Origem das Espécies"
Data: 23 a 27 de novembro de 2009 das 17h30 às 19h no Anfiteatro Acadêmico da Administração do Instituto de Biociências da USP
Instituto de Biociências
Rua do Matão, trav. 14, nº 321, Cidade Universitária, São Paulo - SP, CEP: 05508-090

é isso aí

Paz de Cristo