segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Podemos alimentar E salvar o Planeta?


Abaixo eu deixo com vocês uma tradução minha DESSE TEXTO da edição de Dezembro da Scientific American. Ele trata de assuntos que eu considero muito importantes e vejo que são muito pouco discutidos (em especial no meio Cristão): Preservação ambiental em relação à produção de alimentos e controle de natalidade.

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Realmente gostaria de escrever alguma coisa a respeito dos assuntos tratados no texto aqui no blog, mas como sou nem sempre público os textos que prometo que vou publicar, deixo para os leitores comentarem. Se tudo der certo emitirei dentro de breve minhas próprias reflexões sobre o assunto.
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"Nós estamos exaurindo os recursos de nosso lar e casa. Recentemente, no número 24 da revista Nature Johan Rockström e seus colegas propuseram 10 "fronteiras planetárias" para definir limites seguros para a atividade humana. (Scientific American faz parte do grupo de publicações Nature). Esses limites incluíram metas na emissão de gases do efeito estufa, perda de biodiversidade, a conversão global do solo em terreno para agricultura e outros 'mega-impactos' nos ecossistemas da terra. Ainda assim, a humanidade já transpassou diversas dessas fronteiras e esta a caminho de exceder a maioria das outras. O aumento da demanda por alimentos tem um grande papel nessas transgressões.
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A revolução verde, que fez a produção de grãos aumentarem exponencialmente, deu a humanidade algum espaço para respirar, mas a continuidade do aumento populacional e a demanda pela produção de carne estão exaurindo esse excedente na produção de alimentos. O pai da revolução verde, Normal Borlaug, que faleceu em Setembro aos 98, levantou exatamente esse argumento em 1970 quando ele aceitou o premio Nobel da Paz: "Não pode haver qualquer progresso permanente na batalha contra a fome até que os agentes que lutam pelo aumento da produção de alimentos e aqueles que lutam pelo controle populacional se unam em um esforço comum".

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Este 'esforço comum' tem sido, na melhor das hipóteses, inconsistente e muitas vezes em essência não-existente. Desde 1970 a população aumentou de 3,7 bilhões para 6,9 bilhões e continua a aumentar numa taxa de cerca de 80 milhões/ano. A produção de alimento per-capita tem tido declínio em algumas grandes regiões, em especial na África subsaariana. Na Índia o fato de a população ter dobrado absorveu quase todo o aumento na produção de grãos. Por outro lado, a produção alimentícia é responsável por um terço de toda a liberação dos gases do efeito estufa para a atmosfera, quando se leva em consideração combustível fóssil utilizado por tratores e outras máquinas na produção, preparo e transporte do alimento; o dióxido de carbono liberado pelo desmatamento da área a ser cultivada e pasto. O metano proveniente de arrozais e criação de gado; e a liberação de óxido nítrico pelo uso de fertilizantes.

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Através do desmatamento florestal, a produção de alimentos também é responsável por grande parte da perda de biodiversidade no planeta. Fertilizantes químicos causam deposições massivas de nitrogênio e fósforo, que são responsáveis pela destruição de estuários em centenas de sistemas hidrográficos e ameaçam as condições de equilíbrio dinâmico na 'química' dos oceanos. Cerca de 70% da utilização mundial de água é dirigida a produção de alimentos, o que implica em depleção de lençóis freáticos e consumo ecologicamente destrutivo de água que se estende na Califórnia, na planície Indo-Gangética, na Ásia Central e no norte da China.

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Em resumo, a 'revolução verde' não negou os efeitos colaterais perigosos de uma população humana crescente, que estão fadados a aumentar à medida que a população mundial ira exceder 7 bilhões por volta de 2012, e previsões indicam que atingira 9 bilhões em 2046. O consumo de carne per capita também está aumentando. Carne bovina representa a maior ameaça, pois a criação de gado demanda até 16 Kg de ração para cada 1 Kg de carne consumida, além disso, eles emitem grandes quantidades de metano, e o fertilizante utilizado para o cultivo dos grãos utilizados como ração contribui muito para emissão de óxido nítrico.
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Produzir mais alimentos não é suficiente; O necessário simultaneamente estabilizar a população global e reduzir as conseqüências ecológicas da produção de alimentos - um desafio triplo. Uma redução rápida, voluntária na taxa de natalidade em países pobres, trazida por maior acesso ao planejamento familiar, menor taxa de morte infantil e educação sexual, poderia estabilizar a população em 8 bilhões em 2050.
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Auxilio financeiro a comunidades pobres com o intuito de resistir ao desflorestamento poderia salvar o habitat de muitas espécies. Plantio direto e outros métodos de plantio podem preservar o solo e a biodiversidade. Utilização mais eficiente de fertilizantes pode reduzir a liberação excessiva de nitrogênio e fósforo no ambiente. Um sistema de irrigação mais eficiente e variedades diferentes de sementes para plantio podem ser capazes de conservar água e reduzir outras pressões ecológicas. Ainda, uma dieta que contenha menos carne bovina poderia ajudar na conservação ambiental e ao mesmo tempo se provar mais saudável.
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Para a ocorrência de tais mudanças, serão necessários esforços tremendos tanto da iniciativa pública quanto privada e uma mobilização sem precedentes. Enquanto nos lembramos dos feitos de Borlaug, nós devemos redobrar nossos esforços em resposta aos seus avisos. A janela de oportunidade para que o desenvolvimento sustentável obtenha sussesso esta se fechando".

Paz de Cristo

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