Acabei de ler o livro "Mind Wide Open" de Steven Johnson (lançado em portugues pela editora Jorge Zahar com o titulo "De cabeça Aberta").
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O livro busca explicar para o público leigo, em linhas gerais, o que sabemos sobre o funcionamento do cérebro, e como isso pode ser útil em nos auxiliar a lidarmos melhor com nossa 'cabeça'. O autor faz questão de maneirar nos nomes complicados de partes do cérebro e neurotransmissores (e ele faz um excelente trabalho. É claro, é inevitavel mencionar o 'sistema limbico' ou o neurotransmissor 'oxitocina', mas eu apenas imagino o tipo de nomenclatura que pessoas que se especializam nessa área tem que aturar).
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O livro busca explicar para o público leigo, em linhas gerais, o que sabemos sobre o funcionamento do cérebro, e como isso pode ser útil em nos auxiliar a lidarmos melhor com nossa 'cabeça'. O autor faz questão de maneirar nos nomes complicados de partes do cérebro e neurotransmissores (e ele faz um excelente trabalho. É claro, é inevitavel mencionar o 'sistema limbico' ou o neurotransmissor 'oxitocina', mas eu apenas imagino o tipo de nomenclatura que pessoas que se especializam nessa área tem que aturar).
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O livro é excelente! MUITO BOM mesmo! No entanto, em vez de escrever uma 'review' do livro (leia uma AQUI), vou tecer uns breves comentários sobre o que o livro me fez pensar. E ele com certeza me fez pensar!
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A primeira coisa que me veio a cabeça é que sem dúvida os avanços da neurologia moderna podem (e o livro mostra isso) ajudar muito a entender nosso próprio comportamento em muitas situações. Como minha cabeça funciona? Eu sou autista? Talvez eu devesse tomar uns bloqueadores beta antes de falar em público? [ok, isso é um exagero... Ah, e eu também NÃO sou autista].
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Não só isso, mas também surgem diversas questões excitantes e desafiadoras para quem tem fé e crê que a mente (alma??) de um ser humano transcende de alguma forma a organização sinaptica da sua rede neuronal moldada por seus genes e sua história de vida: Onde fica a alma? O amor é apenas uma liberação de oxitocina em regiões especificas do nosso cérebro? Um abraço, uma mãe amamentando, correr todas as manhãs, são apenas formas de naturalmente alimentar com opióides nosso cérebro viciado?
Não só isso, mas também surgem diversas questões excitantes e desafiadoras para quem tem fé e crê que a mente (alma??) de um ser humano transcende de alguma forma a organização sinaptica da sua rede neuronal moldada por seus genes e sua história de vida: Onde fica a alma? O amor é apenas uma liberação de oxitocina em regiões especificas do nosso cérebro? Um abraço, uma mãe amamentando, correr todas as manhãs, são apenas formas de naturalmente alimentar com opióides nosso cérebro viciado?
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Questões pulularam no meu cérebro
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Uma das questões das quais quero falar brevemente é em relação ao autismo.
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Uma das questões das quais quero falar brevemente é em relação ao autismo.
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Pra muita gente autismo é sinonimo de retardamento mental, ou coisa assim. O negócio é, na verdade, um pouco diferente. Autismo é uma 'cegueira' em nossos níveis de comunicação social!
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O livro explica que o ser humano possui, no cérebro, um sistema que 'já vem instalado', que possibilita o reconhecimento de outras pessoas e a identificação de que estas possuem sensações, sentimentos e recebem estimulos ambientais. Um bom exemplo é constatar que bebes de apenas 6 meses são capazes de seguir o olhar de uma pessoa que calha de estar olhando para o canto da sala. Pode parecer trivial, certo? Isso justamente por ser uma habilidade inata. Na verdade o simples reconhecimento por parte do bebe que a coisa que esta olhando para ele é uma pessoa, que essa pessoa recebe estimulos externos, que as 'bolas' na cara dessa pessoa são orgãos particulares de recepção de estimulos e 'apontam' para a região de onde vem o estimulo a ser recebido, nada disso é trivial e precisariamos aprender isso se já não nascecemos sabendo. Essa comunicação não verbal toda é importantissima para animais que exibem comportamento social e, principalmente, uma boa dose de cuidado parental.
O livro explica que o ser humano possui, no cérebro, um sistema que 'já vem instalado', que possibilita o reconhecimento de outras pessoas e a identificação de que estas possuem sensações, sentimentos e recebem estimulos ambientais. Um bom exemplo é constatar que bebes de apenas 6 meses são capazes de seguir o olhar de uma pessoa que calha de estar olhando para o canto da sala. Pode parecer trivial, certo? Isso justamente por ser uma habilidade inata. Na verdade o simples reconhecimento por parte do bebe que a coisa que esta olhando para ele é uma pessoa, que essa pessoa recebe estimulos externos, que as 'bolas' na cara dessa pessoa são orgãos particulares de recepção de estimulos e 'apontam' para a região de onde vem o estimulo a ser recebido, nada disso é trivial e precisariamos aprender isso se já não nascecemos sabendo. Essa comunicação não verbal toda é importantissima para animais que exibem comportamento social e, principalmente, uma boa dose de cuidado parental.
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E isso é só um exemplo. Reconhecimento de sorriso, cara de tristeza, cara de preocupação, cara de invejoso cara de orgulhoso etc etc. São todos reconhecimentos e a maioria de nós consegue (bem ou mal) ler de forma inata e não completamente consciente esses sinais nos outros seres humanos com os quais nos relacionamos. Alguns fazem isso bem (imagino que bons jogadores de poquer) e alguns nem tanto (imagino que seja o caso de alguns biologos corinthianos), e alguns simplesmente não são capazes de fazê-lo. Uma pessoa autista é uma pessoa com graves deficiencias nesta área de 'leitura social'. Por algum motivo o modulo não 'vem instalado'. Existem varios níveis de autismo nos quais a pessoa tem um nivel maior ou menor de 'distanciamento social' (não estou usando a terminologia correta aqui! Imagino que se alguem que realmente entenda do assunto ler isso aqui vou receber um longo email me corrigindo). E junto com essa falta de um 'módulo' no cerebro, outros módulos compensam. Autistas geralmente tem facilidade com padrões, números puros entre outras coisas (penso que o filme Rain Man caracterize bem a coisa toda).
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Hoje acredita-se que muitos dos fisicos e matematicos mais geniais possuiam, de fato, algum nível de autismo. Tratam-se de pessoas com surpreendentes habilidades matematicas porem com uma certa falta de tato social.
Hoje acredita-se que muitos dos fisicos e matematicos mais geniais possuiam, de fato, algum nível de autismo. Tratam-se de pessoas com surpreendentes habilidades matematicas porem com uma certa falta de tato social.
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Bem, curioso com a coisa toda, corri atrás de maiores informações e achei na rede um 'AQ TEST' (teste de quoeficiente de autismo). Você caro leitor pode preencher o teste também. A média do grupo controle é 16,4. 80% dos que tiram mais de 32 possuem algum diagnóstico de autismo (outros não). Minha pequena fez o teste e tirou 9, isso significa que ela é beeem menos 'autista' que a média da população (o que não é de se surpreender, primeiro por que ela é mulher e mulheres são afetadas menos por autismo, segundo por que ela é uma moçinha extremamente extrovertida e sociavel). Já eu tirei uma 'nota' um pouco a cima da média: 18. O que significa apenas que eu sou um cara um pouco mais introvertido e com um pouco menos de 'traquejo social' do que a média da população, o que eu também já sabia.
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É bom lembrar que esse teste é SUBJETIVO e de forma alguma estritamente cientifico, ele não vai te dar um diagnóstico, por isso não leve a coisa tanto a sério. Ainda assim, após a leitura do livro, me senti extremamente compelido em 'exercitar' esse módulo de percepão social na minha cabeça, e penso que isso é bom.
.Contei toda essa histórinha, primeiro, porque ela é bem interessante. E, em segundo lugar para exemplificar um pouco da compreensão do nosso cérebro que o livro mostra. Bacana né?
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Tenho mais para falar, mas o post está ficando longo. Esperem (algum dia), um post subsequente.
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Desculpem também pelo blog ter andado meio parado. O fim de ano foi meio complicado.
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Feliz natal a todos e um 2010 porreta
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E fiquem com a Paz de Cristo
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