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Esta é uma matéria quentinha que acabou de sair na Folha de São Paulo esta manhã. Eu a encontrei no site do IB. Eu havia postado a matéria toda transcrita mas resolvi tirar. Quem quiser que veja o link a cima.
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Aparentemente cientistas estadunidenses (da Universidade Stanford), conseguiram fazer um peixe esgana-gata (Gasterosteus aculeatus) de água doce, produzir placas osseas e espinhos que apenas as espécies de água salgada apresentam. A matéria começa 'sensasionalista':
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"Os criacionistas costumam dizer que Darwin está
errado porque nunca viram uma espécie se transformar em outra. Pois cientistas
americanos acabam de fazer quase isso: transformaram um peixe de água doce no
seu ancestral marinho, revertendo a evolução."
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De fato, acho que esse seja o menor dos problemas para os 'criacionistas' que professam que as espécies sejam unidades estáticas que não se modificam e nem se originam a partir de espécies pré existentes. Ainda não tive tempo de correr atrás dos artigos desse camarada, David Kingsley, mas pela matéria parece que ele consegui ativar toda uma cascata de sinalização do desenvolvimento dos espinhos, escamas e placas osseas em 'esgana-gatas' de água doce, inserindo apenas um, ou poucos, trechos de material genético da espécie de água salgada. Por que, se as diferentes espécies não partilham um ancestral comum, esse peixe tinha toda uma cadeia de desenvolvimento montada, 'pronta' para o desenvolvimento de placas osseas e espinhos, com exceção de um único gene regulador 'quebrado'? Me parece tratar-se do mesmo caso do experimento que produziu aves com dentes, cujo link também postei aqui um tempinho atrás.
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."O que os pesquisadores fizeram foi
devolver a esgana-gatas de água doce, que habitam lagos nos EUA, um par de
barbatanas pélvicas em forma de espinho. Essas estruturas estão nas populações
marinhas do bicho, mas foram perdidas em algumas populações de lagos nos últimos
10 mil anos."
De qualquer jeito, o que esse experimento mostra não é a transformação 'em si', imediata, de espécies umas nas outras. Antes, estes experimentos mostram que os genomas das diferentes seres vivos contam uma história, e que esse história tem marcas inequivocas de que grupos de seres vivos partilham uma descêndencia e que, através de processos evolutivos as populações em diferentes ambientes se diferenciaram e especiaram.
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A transformação se deu ao longo das gerações e, no genoma dessa espécie, deixou marcas:
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"Os espinhos, na pelve e no dorso, ferem predadores de boca
mole, como trutas. Em alguns dos lagos em que os peixinhos ficaram presos no fim
da Era Glacial, porém, os maiores inimigos dos esgana-gatas são insetos. Eles
agarram suas vítimas justamente pelos espinhos da pelve..
Onde há pressão de insetos e pouco cálcio na água, a
evolução acabou por eliminar os espinhos. Quanto à armadura óssea, ela se perdeu
em todos os esgana-gatas de água doce. "Isso dá mais flexibilidade e velocidade
de nado", afirmou Kingsley. Restava descobrir de que forma isso aconteceu -o
mecanismo molecular da perda- e, por fim, tentar emular a ação da seleção
natural."
Cada ser vivo mostra a sua história no genoma, e essa história é escrita quando fatores ambientais e de deriva vão 'martelando' em cima da variabilidade genotípica em uma população. É muito bonito quando começamos a ver a história completa sendo contada: começando nas interações gênicas ligadas e desligadas e chegando nos fatores ambientais que selecionaram as diferenças.
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Como disse ainda não tive a oportunidade de correr atrás de artigos para ver o que róla, mas eu me sinto compelido, após uma primeira observação, a voltar a bater na mesma tecla: a Criação é muito mais dinâmica, prolífica e complexa do que geralmente nos damos conta. É muito mais maravilhosa.
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é isso ai amiguinh@s
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Fiquem na Paz de Cristo
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Updates: Encontrei essa opinião, apresentada por Olivia Judson no site do NY Times que conta a histórinha dos esgana-gata de forma mais clara e completa: AQUI
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