terça-feira, 21 de outubro de 2008

TETRIS

Sabe qual é o jogo de vídeo-game mais insano, insensato, repleto de violência gratuita, explicito, violento, grotesco, horrível e deshumano que tem? É TETRIS!

TETRIS é horrível e TETRIS é gratuito!

Você começa o jogo com apenas uma certeza: você VAI morrer! Em algum momento aquelas pecinhas vão começar a cair mais e mais rápido e você NÃO vai mais conseguir acompanhar. Não há esperança para o jogador de TETRIS, ele vai perder.

Ele NÃO vai resgatar a princesa
Ele NÃO vai vencer o “chefão final”
Ele NÃO vai ver o fim do jogo
Ele NÃO vai ver os créditos do jogo e ganhar um “CONGRATULATIONS, Thanks for Playing” no final

O jogador de TETRIS vai morrer, inexoravelmente

A única esperança do jogador de TETRIS é o “high-score”, a fagulha de esperança é deixar uma marca tatuada no PC, uma marca só sua: “eu estive aqui... Eu perdi, como todo mundo, mas não sem antes fazer 22.589 PONTOS” . Eu mesmo ainda olho com olhos de pai orgulhoso para minha marca aqui no computador do laboratório (ou vocês acham que eu trabalho?). Me lembro daqueles minutos de tensão, medo, loucura e frenezi em que cada peça que caia significava mais um problema do qual não dava pra desviar, e a cada segundo as peças caiam mais rápido e meus dedos ficavam mais lentos... Perdi... todo mundo perde. Mas não sem antes de fazer uma porrada de pontos e bater de forma humilhante o ex-campeão de tetris do laboratório, o “Zé das Couve” (um fantasma que mesmo o Waldir, técnico aqui do láb, não soube me dizer quem era, embora eu suspeite que seja ele mesmo).

“Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito”(Eclesiastes 1:14) Sim, também o “high-score” é vão... Algum dia o PC vai ser formatado, jogado no lixo, esquecido. E lá vai ficar o meu “high-score”, aqueles 5 minutos em que eu lutei bravamente por uma causa perdida, vão sumir para sempre... As vezes eu penso que Salomão jogava TETRIS....

Vaidade das vaidades, tudo é vaidade....

E a única solução para o problema do TETRIS ainda é a mesma: “Fodam-se as peças!”, elas não importam tanto assim, elas não são tão importantes quanto os amigos, os amores, os pores do sol, os jogos do Corinthians no Pacaembu sábado as 16hs, os afagos da pequena, um PF com tubaina no boteco da esquina, groselha com água com gás...
“Eis aqui o que eu vi, uma boa e bela coisa: comer e beber, e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, em que trabalhou debaixo do sol, todos os dias de vida que Deus lhe deu, porque esta é a sua porção.” (Eclesiastes 5:18)

E isso tudo sem esquecer que a vida não tem NADA A VER com TETRIS,

O chefão final vai se dar mal
A princesa vai ser salva
Vai rolar um “Congratulations, Thanks for Playing”

Por isso inclusive é bom saber jogar, porque eu não agüento gente apelona... mas isso é para outro dia....
Paz de Cristo

Um comentário:

Eduardo Nakamura disse...

Ae Emiliano! Aqui é o Naka. Uma excelente dissertação sobre o Tetris, rapaz. Embora sempre tentem mascarar a real natureza do tetris fazendo versões mais coloridinhas, com bonequinhos e etc, a verdadeira face do tetris sempre vem à tona.