segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

7 Bilhões

Video interessante da "National Geographic Magazine". Algo para se começar a pensar em 2011.

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Paz

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Um natal evolucionário!

O blog está paradão, mas não está morto!
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E resolvi escrever uma coisinha no Natal!
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Um presentão de Natal que eu tenho ganhado é o "Advent of Evolutionary Christianity". Trata-se de um projeto do Reverendo Michael Dowd. Nunca lí nada do homem, mas já ouvi muitas criticas provenientes até mesmo de Cristãos evolucionistas mais conservadores, que o acusam de abraçar uma espécie de pan-teísmo à-la Carl Sagan.
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O projeto em sí é composto de entrevista feitas pelo próprio Dowd de grandes nomes no meio de ciência e fé durante todo o período do Advento. Entrevistas geniais incluem Denis Lamaroux, Brian McLaren, John Polkinghorne, Ken Miller, John F. Haught entre muitos, muitos outros.
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As entrevistas podem ser baixadas pela net AQUI. Já tive a oportunidade de ouvir algumas e achei GENIAL! Eu sinceramente recomendo, são conversas informais, que, para mim, tem sido extremamente tocantes e edificantes! Em particular as conversas com o Lamaroux e com o Brian McLaren.
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Realemente, não concordo com todas as opiniões do Dowd, mas as entrevistas são muito, muito legais! Vale a pena conferir!!


Paz de Cristo

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Palestra com Francis Collins

The Language of God: A Scientist Presents Evidence for Belief from The Veritas Forum on Vimeo.


Uma palestra muito interessante com o Francis Collins. Onde ele, além de estar usando uma gravata muito legal e muito nerd, fala sobre como ele encontrou sua fé e como isso se relaciona com sua carreira de cientista.

OK, é um filminho looongo, mas vale mesmo a pena assistir! é bem bacana.


Paz de Cristo


quarta-feira, 22 de setembro de 2010

video: Pastor Marcos Monteiro sobre as Eleições 2010

Por algum tempo eu pensei se pronunciava ou não -brevemente- minha opinião acerca dessas eleições, em particular, acerca do filmezinho do Pastor Piragine que circula na NET (pra quem ainda não recebeu 3 ou 4 emails com o videozinho encaminhado e quiser assistir, procure Paschoal Piragine no youtube).

A verdade é que fiquei até que contente! Fiquei contente com as diversas críticas e observações feitas ao filminho do Piragine. Em particular, ao fato de que tais criticas -embora não tenham feito tanto susseso quanto o próprio filme- foram bastante plurais, ou seja, adivindas de diferentes pontos do espectro politico/religioso evangélico e não apenas de 'esquerdistas' e/ou 'liberais'. Talvez eu esteja equivocado, mas a meu ver isso mostra personalidade do meio evangélico brasileiro de -a despeito de posicionamento político- não adotar a postura simplista, reducionista deu que o posicionamento Cristão na politica é ser anti-aborto, anti-gay e demonizar a esquerda. Apesar de ter sido um dos que receberam 3 ou 4 emails encaminando o video do Piragine no youtube, as críticas que ouvi (seja no tweeter; em conversas ao vivo -sim algumas pessoas ainda mantém conversas presenciais orais; ou em blogs por aí), me mostraram que Cristãos estão cientes de que "iniquidade" tem a ver com injustiça social, com abuso e corrupção e não se delimita a (ou necessariamente inclui) homossexualismo / legalização do aborto. Bem como a suspeita de todo discurso "Atenção igreja: siga minha posição política ou Deus vai te castigar".

Bem, já falei demais. Abaixo tem um videozinho bacana do Pastor Marcos Monteiro que, pelo menos pra mim, fala melhor sobre consciência política Cristã:






Paz de Cristo
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O Silas Fiorotti escreveu um breve texto acerca do video do Piragine no zine 'Disturbios Sociais', vale a pena ler e conferir os links que ele indica AQUI

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sobre as afirmações de Stephen Hawking

Eriçou minha curiosidade, nessa semana que passou, o lançamento do novo livro de Stephen Hawking, no qual, entre outras coisas, ele dispensa Deus na origem do Universo. Em meio a citações do físico mais popular da atualidade dizendo que o "porque existe uma lei como a da gravidade, o universo pode e ira criar-se a sí mesmo do nada" (tirado DAQUI, tradução livre), acabei me deparando com muita gente jogando confete, muita gente metendo o pau e muita pouca gente que tinha -de fato- lido o livro do homem. A coisa toda me deixou com a pulga atrás da orelha...
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Do que estamos falando?
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Cá eu, não sei nem o que é 'Teoria M'. Também não lí o livro do homem, e seria sabio da minha parte, talvez, me abster de escrever um post longo e maçante sobre esse assunto, atacando a ciência que eu não entendo ou defendendo minha fé de suas garras (sejam lá quais forem, exatamente, essas garras). De fato, este post não tem essa intenção e nem existiria não fossem por duas coisas: A primeira delas é que, sem muita força, eu encontrei uma porrada de textos, filminhos e links bacanas acerca de toda a controvérsia que essa história levantou. A segunda é que um colega (um desses que a gente conhece pela net), pediu minha opinião a respeito dela. Acabei achando que isso tudo daria um post legal.
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Em primeiro lugar, tem esse filminho bacana, do físico teorico Sean Carroll (não confundir com o biologo Sean B. Carroll) trocando em miudos as afirmações de Hawking acerca do universo e de Deus (que eu tirei DAQUI). Acho que esse filminho é um bom começo para essa história toda:
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O universo, então, 'se cria sózinho'. A física moderna - Stephen Hawking nos informa - mostra que o universo, obedecendo suas próprias leis, pode (ou inevitavelmente ira) 'se criar a sí mesmo' e se desenvolver até o ponto que observamos hoje. Isso -segue o argumento- não deixa nenhum espaço para a 'intervenção divina'. Sean Carroll põe as cartas na mesa: você até pode acreditar em um deus, mas trata-se de um deus que não criou nada e simplesmente não interage com o universo. Trata-se, sem dúvida, de um deus que ninguém poderia remotamente confundir com, por exemplo, o Deus das religiões abraamicas.
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Minha opinião é:
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Baseado no modelo newtoniano mecanicista, Laplace afirmou que a hípotese de Deus era inutil. Com as bases (quem sabe, mais sólidas) da relatividade e física quantica, Hawking parece chegar às mesmas conclusões. Mas acho que aí justamente está o problema. Deus, segundo O entendo -se é que entendo- não é uma hipotese cientifica, Ele É uma pessoa. Assim, minha fé não é abalada pelo fato de que não existe nenhuma 'lacuna' no mundo natural na qual Deus pareça 'caber'. Se de fato, Hawking matou de uma vez por todas o 'deus das lacunas', acho que ele fez um favor à fé Cristã. O Deus que encontramos na Bíblia (seja a percepção que os judeus tinham de um Deus de poder no AT ou a percepção de Deus de Amor recebida pelos apostolos atráves de Jesus no NT) é de alguma forma distinto do Deus 'intelectualmente satisfatório' que aparece no final de uma linha argumentativa ao qual Tomás de Aquino dava ênfase.
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O universo 'funciona sózinho'. É claro que funciona! Ele não precisa de qualquer 'gambiarra sobrenatural' para funcionar. Eu acredito que a autonomia do universo está intimamente relacionada com Deus ter descrito sua criação como 'muito boa'. Não existe (ao que tudo parece indicar) nenhum canto escuro inexpugnável e inexplicável onde uma força sobrenatural deve ter atuado para que as coisas tenham seguido seu curso, O universo é capaz de se desenvolver sózinho.
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Ao mesmo tempo, não creio que a explicação de Hawking para a 'existencia de tudo' seja completa. Acredito profundamente que Deus está por detrás da elegancia dessa autonomia e que Ele a permita e a Sustente (Deus fez assim, e não deixou nenhuma "ponta solta"). É mais embasbacante para mim que o universo com regularidades tão 'simples' e 'elegantes' tenha a autonomia necessaria para se desenvolver desde seu principio, se organizar e, em algum (ns) cantinhos específicos, produzir vida e, na vida, a capacidade para evoluir às formas mais variaveis incluindo uma(s) capaz de reconhecer o seu próprio lugar no cosmos e buscar respostas acerca do sentido disso tudo. Longe de 'quebrar o encanto', a beleza que reconheço nesse processo todo alimenta de alguma forma a fé que professo, não com a certeza de uma hipótese corroborada, mas na percepção da beleza e da maravilha do cosmos. Trata-se de fé e não 'corroboração empirica', ainda assim, diante das próprias 'leis' que possibilitam a existência, seu desabrochar dinamico e vivo, considero minha opinião coerente.
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A Criação, eu creio, não possui pontas soltas que precisam ser remendadas de forma sobrenatural, não se trata tanto de que Deus 'não faz nada', mas antes, de que Deus faz tudo.
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Links, sites e opiniões interessantes
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Bem, essa é a minha opinião. Aliás, a resposta a cima foi exatamente o que escrevi, por email, ao camarada que perguntou minha opinião. Mas isso não é de forma alguma o final da discussão (muito pelo contrário, acho que pode até ser o começo).
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O blog da Scientific American também postou um texto bacana discutindo as afirmações de Hawking e a evidência de Deus.
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Ainda, o blog "Tubo de Ensaio" também postou (AQUI) sobre as afirmações e o livro do Stephen Hawking e prometeu se aprofundar no assunto em posts subsequentes. Marcio Campos nos explica que o 'nada' do qual, segundo Hawking, o universo inevitávelmente surge sózinho, não é bem 'nada', uma vez que necessita de regularidades físicas pré existentes. Ele escreve:
Quando os crentes dizem que Deus tirou o universo do nada, é nada mesmo. Se algo já existe, ou é, não estamos mais no nada ontológico. Um amigo, no Twitter, citou um exemplo tirado de um fórum ateísta: "cientistas já realizam uma creation ex nihilo, em laboratório, criando matéria do nada, apenas usando luz." Só esqueceram de avisar o sujeito que a luz existe, então não houve "criação a partir do nada". Da mesma forma, um amigo leitor do Tubo descreveu a situação nesses termos: se o que permite a criação "do nada" proposta por Hawking é a lei da gravidade, então não estamos no nada ontológico. Ainda que não existisse a matéria, nem a energia, existiria a lei e isso já é suficiente para não estarmos mais no nada. A única maneira de contornar o problema é não atribuir "ser" à lei. Mas isso simplesmente não faz sentido.
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Além disso, o blog também cita dois links, ESSE de um texto do Chicago Tribune, escrito pelo Pe. Robert Barron e ESSE de um artigo do Catholic Herald por Quentin de la Bedoyere. Vale a pena ler ambos.
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Por fim, o filmezinho abaixo (que eu também chupinhei do Tubo) apresenta uma conversa entre Alister McGrath e Jon Butterworth sobre o tal assunto:




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Bem, é isso. Apesar de as vezes achar toscas essas discussões, acho que nesse caso houve a oportunidade de explorar um pouco das fronteiras entre ciência e fé. Sei lá, me deu um pouco pra pensar.
Paz de Cristo


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Adicionado em 13/09/2010:

Acabei de ler, no BioLogos um texto do Karl Gibberson sobre as afirmações do Hawking. Ele foi públicado antes no The Huffington Post. Vale a pena ler: "Hawking’s Speculation: Everything Happens".

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Adicionado em 14/09/2010

Texto no site gringo da SciAm:

Cosmic Clowning: Stephen Hawking's "new" theory of everything is the same old CRAP

domingo, 22 de agosto de 2010

Meteorito

Tô pra lá da metade do livro ‘Milagres’ do C. S. Lewis.
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Muito bom sem dúvida, profundo e edificante, mas até aqui (e principalmente nos primeiros capítulos do livro) não pude deixar de franzir o cenho para algumas premissas e argumentos do autor. Nos capítulos subsequentes ele se aprofunda e a gente vê aqueles argumentos claros e cativantes que, volta e meia, servem como principio para reflexão, característicos do Lewis. Mas aquelas franzidas de cenho permanecem, um tanto indigestas. Isso não é de surpreender, claro. C.S. Lewis, do mesmo jeito que todo mundo, ás vezes falava besteira (de fato, o estranho seria encontrar um camarada que concordasse com tudo que o professor, estimado no meio Cristão, propusesse, sem criticas, ressalvas ou desenvolvimentos posteriores).

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A tal indigestão não veio em discodar do Lewis, mas naquela impressão engraçada de um mesmo ponto de vista abordado em seus aspectos distintos causando confusão. Não sei se o leitor já sofreu desse mal entendido, mas eu já (ok,ok, talvez eu seja meio retardado), e explico. Imagine duas pessoas discutindo um certo assunto e discordando veementemente entre sí. Até um certo momento em que ambas realmente “prestam atenção” no argumento uma da outra e percebem que, apesar deles verem e estarem abordando o assunto a partir de perspectivas totalmente diferentes, eles não discordam em nada (ou quase nada), acerca das conclusões a que estão chegando. Por conta do vocabulário, background, ilustrações ou exemplos distintos que as duas pessoas estão usando, há aparência de discórdia, mas colocado o argumento claramente na mesa, as diferenças somem ou se resumem a detalhes (é verdade que as vezes os detalhes são muito importantes). Bem... As vezes isso acontece comigo ok!

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Com o “Milagres”, talvez a solução do mal entendido tenha vindo exatamente com um poema escrito pelo próprio Lewis que jaz na primeira página do livro e que eu não havia visto até estar pra lá da metade do livro. O poema é bonito e toda essa introdução foi para dizer que vou transcreve-lo aqui. Para mim foi uma surpresa lê-lo, algo como “ahhh, então é isso? Bem, eu concordo com isso!!”. No geral ‘Milagres’ tá legal, tem argumentos sensacionais e também algumas coisas com as quais não concordo, não tô achando tão legal quanto ‘Problema do Sofrimento’ ou “Os Quatro Amores”, mas vale muito a pena ler.
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Vaí aí o poeminha.
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Meteorito
(C. S. Lewis)
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Entre colinas, um meteorito,
Com musgo a cobri-lo, imenso se guarda,
Os ventos e as chuvas com toques benditos
Da rocha os contornos, abrandam com calma.
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Assim pode a Terra tão fácil sorver
As cinzas das chamas do véu sideral,
E pode a visita lunar envolver,
Como ao nativo de um feudo real
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Nem é de estranhar que tais caminhantes,
No seio da Terra encontrem seu lar,
Pois cada partícula nela constante
Primeiro surgiu do espaço estelar.
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Tudo que é Terra já foi céu um dia;
Do sol do passado a Terra surgiu,
Ou de alguma estrela talvez erradia
Que perto demais do Sol explodiu.
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Se gotas tardias então inda caem,
Do espaço celeste neste chão criador
É que ainda aqui opera uma força do além,
A alegre torrente de chuva e esplendor
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Paz

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A Sabedoria dos Parasitas, por Carl Zimmer

Mais um texto traduzido. Este é do Carl Zimmer. É meio antigo mas eu achei muito legal. Tirado DAQUI











Eu tenho o hábito de colecionar contos de parasitas da mesma forma com que algumas pessoas colecionam ‘action figures’. Tendo preenchido todo um livro com tais contos, eu pensei ter ‘completado toda a coleção’. No entanto, até agora eu havia deixado passar a o terrível e glorioso espetáculo protagonizado pela vespa Ampulex compressa.




Enquanto adulta, Ampulex compressa é semelhante as demais vespas, zunindo por aí e se reproduzindo. Mas as coisas começam a ficar esquisitas quando chega a hora de botar um ovo. Ela, primeiramente, encontra uma barata para servir de hospedeiro para o ovo e procede aplicando 2 ferroadas extremamente precisas na barata sem sorte. A primeira delas é aplicada na região mediana da barata, causando paralisia nas suas pernas dianteiras. A breve paralisia causada por essa primeira picada dá a vespa tempo precioso para que ela possa aplicar uma ferroada mais precisa na cabeça.




A vespa insere seu ferrão através do exoesqueleto da barata diretamente no interior de seu cérebro. Ela aparentemente se utiliza de sensores ao longo da lateral do ferrão para guia-lo, de forma mais ou menos semelhante a um cirurgião encontrando seu caminho até um apêndice inflamado através de uma laparoscopia. A vespa então continua a sondar o cérebro da barata até localizar um ponto em particular que aparentemente é responsável pelo controle do reflexo de fuga. Ela injeta um outro veneno que influencia estes neurônios de tal forma que o reflexo de fuga desaparece.




Visto de fora, o efeito é surreal. A vespa não paralisa a barata. Na verdade, a barata é capaz de levantar suas pernas dianteiras novamente e andar. Mas agora ela é incapaz de se mover por conta própria. A vespa toma uma das antenas da barata e a guia – nas palavras de um cientista israelita que estuda Ampulex – como um cachorro na coleira.




A barata-zumbi vai onde seu mestre a guia, tal lugar acaba, invariavelmente, sendo a toca da vespa. A barata adentra obedientemente na toca e espera calmamente enquanto a vespa sela a entrada da toca com pequenosenos seixos. A vespa então se volta para a barata mais uma vez e bota um ovo na sua região ventral. A barata não oferece resistência alguma. O ovo se choca, e então a larva através de mordidas, abre um buraco na lateral da barata. E procede para dentro do seu pobre hospedeiro.




A larva cresce dentro do seu hospedeiro, devorando seus órgãos internos, durante uns 8 dias. Ela então está pronta para se fechar em seu casulo – o que também ocorre no interior da barata. Depois de mais 4 semanas, a vespa se desenvolve em sua forma adulta. Ela se liberta do seu casulo, da mesma forma, saí da barata. Observar uma vespa adulta saindo de forma subita de dentro de uma barata traz a memória aquele filme ‘Alien’.




Eu acho essa vespa fascinante por diversas razões. Uma delas é que ela representa uma transição evolutiva. De novo e de novo, organismos de vida livre se tornaram parasitas, se adaptando a seus hospedeiros com delicada precisão. Caso você observe os hábitos de um parasita completo, pode ser difícil imaginar como ele pode ter evoluído de alguma outra coisa. Ampulex nos oferece algumas pistas, por que ela existe entre os mundos do parasitismo e da vida livre.




Ampulex não é técnicamente um parasita, mas tem um hábito de vida conhecido como ‘exoparasitóide’. Em outras palavras, um adulto de vida livre bota ovos externamente em relação a um hospedeiro e então a larva rasteja para dentro do hospedeiro. Podemos imaginar sem dificuldade os ancestrais da Ampulex como vespas que botavam ovos próximo a insetos mortos – como algumas espécies fazem hoje. Estes ancestrais carniceiros com o tempo evoluíram e se tornaram vespas que atacavam hospedeiros vivos. Da mesma forma, não é difícil visualizar uma vespa semelhante à Ampulex evoluindo e se tornando um parasitoide completo que injetam seus ovos diretamente no interior de seus hospedeiros, como muitas espécies fazem ainda hoje.




E tem também a ferroada. Ampulex não tenciona matar a barata. Ela não tem a intenção sequer de paralisar o animal da forma como aranhas e cobras fazem, uma vez que ela é muito pequena para arrastar uma barata grande e paralisada até sua toca. Então, ao invés disso ela apenas reprograma a rede neural da barata extirpando a sua motivação. Seu veneno faz mais do que transformar baratas em zumbis. Ele também altera o seu metabolismo, de forma que sua tomada de oxigênio cai para um terço do normal. Os cientistas israelitas descobriram que eles podem diminuir a taxa de consumo de oxigênio em baratas injetando substancias paralisantes ou removendo neurônios –os mesmos que a vespa inutiliza com sua ferroada. Mas eles conseguiram realizar apenas uma rude imitação; as baratas manipuladas desidratavam rapidamente e morriam em seis dias. O veneno da vespa de alguma forma faz com que seu hospedeiro fique em animação suspensa e ao mesmo tempo, saudável, mesmo enquanto a larva parasitoide o devora de dentro para fora.




Cientistas ainda não entendem como Ampulex realiza tais façanhas. Parte da sua ignorância é devida ao fato de que cientistas ainda tem muito para aprender acerca de sistema nervoso e metabolismo. No entanto milhões de anos de seleção natural permitiram que a Ampulex se tornasse capaz de realizar ‘engenharia reversa’ no seu hospedeiro. Seria interessante que nós seguíssemos o mesmo caminho, e ganhássemos a perspicácia dos parasitas.





É isso aí


Paz de Cristo

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Idade do universo, um filminho









Filminho excelente refutando alguns argumentos do Adauto Lourenço. Muito bom!





Tirado DAQUI.



Paz de Cristo

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Gravidade, evolução e dogma religioso (tradução de um texto do Michael Zimmerman)





Depois de muito tempo com o blog parado, li um texto que vale a pena traduzir (e explicar algumas coisinhas), trata-se de um texto do Michael Zimmerman, fundador e diretor do Clergy Letter Project, tirado DAQUI.
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Involuntariamente, estou certo, Eric Verlinde pode ter providenciado um momento definitivo para o Discovery Institute[1] , e outros grupos, que professam que seus ataques à evolução são levados adiante em nome da ciência ao invés de constituírem um mecanismo para promoverem suas respectivas crenças religiosas estreitas e sectárias.


Verlinde é um físico de renome internacional que publicou recentemente um artigo no qual ele levanta uma questão provocante: a gravidade realmente existe? Como Dennis Overbye explicou no New York Times:


“Para mim a gravidade não existe”, disse o Dr. Verlinde, que esteve recentemente nos Estados Unidos com a finalidade de se explicar. Não que ele não seja capaz de cair, o que ocorre é que o Dr. Verlinde está entre os físicos que proclamam que a ciência têm visto a gravidade por um ângulo errado, e que existe algo mais básico do qual a gravidade “emerge”, da mesma forma que o mercado de ações emerge do comportamento coletico de investidores individuais ou que a elasticidade emerge do comportamento de átomos.


E o que isso tudo tem a ver com a posição do Discovery Institute em relação a evolução?


A ligação é, na verdade, bastante clara. Seu grito de protesto, adotado pela 'Texas State Board of Education'; a legislação do estado de Louisiania e seu governador Bobby Jindal ; bem como diversos outros estados norte-americanos, é justamente que estudantes deveriam aprender as “forças e fraquezas” de teorias cientificas. Eles adotaram esse lema como um meio de esconder suas reais intenções – trazer design inteligente/criacionismo para as aulas de ciência.


Caso eu esteja equivocado acerca de suas reais intenções, nós iremos ver, dentro de pouco tempo, o Discovery Intitute lutando para que os conselhos escolares alterem totalmente o currículo básico de Física. Mas eu não estou contando com isso.


É interessante notar que, diferentemente de virtualmente todos que atacam evolução, Verlinde é parte do ‘mainstream’ da comunidade cientifica, e que suas idéias inovadoras estão sendo publicada na literatura cientifica em artigos revisados por pares. Mais do que isso, Verlindo não está só em questionar o que sabemos acerca da gravidade. De fato, a comunidade de físicos foi incapaz de explicar adequadamente o mecanismo da gravidade. Alguns, em sua maioria proponentes da teoria das cordas, supõe a existência de partículas sem massa que eles nomearam ‘graviton’ e afirmam que ela seria responsável por mediar a força da gravidade, uma força que teria alcance ilimitado. Outros simplesmente ignoram a hipótese da existência de tal partícula.


E ainda assim, até agora, não houveram protestos acerca da maneira como nossas crianças vêm aprendendo física em geral e, em particular, gravidade.


Os mecanismos da evolução, por outro lado, são compreendidos já há um bom tempo, observados e medidos. Os ataques na teoria evolutiva estão vindo de fora da comunidade cientifica, por pessoas que não conduzem ativamente pesquisas no campo, por pessoas que, invariavelmente, possuem um viés atrelado a uma agenda ligada a uma instituição religiosa.


Será que isso significa que nós atualmente sabemos todo o possível acerca de evolução? É claro que não! A literatura cientifica está repleta de artigos fascinantes que levam adiante nosso conhecimento nesse campo, questionando quais mecanismos evolutivos tomam precedência sob diferentes condições ambientais, e dando suporte experimental para diversas idéias.


Além disso, por conta dos, aparentemente, infindáveis ataques à evolução provenientes daqueles que consideram este conceiro cientifico ofensivo por conta de pressuposições religiosas, sociedades cientificas ao redor do mundo têm dado suporte através de declarações afirmando a importância de se pesquisar e ensinar evolução. 68 academias de ciência, por exemplo elaboraram conjuntamente uma declaração acerca do ensinio de evolução que deixa absolutamente claro que não existe controvérsia cientifica acerca de evolução. Essas academias representam países tão diversos como os Estados Unidos, a Albania, a Belgica, o Canada, a Holanda, o Sri Lanka e o Zimbabue, só para citar alguns.


Nos Estados Unidos, a 'American Anthropological Association', a 'American Geological Institute', a 'American Institute for Biological Sciences', a 'Botanical society of America' e a ' Society for Neuroscience', juntamente com um conjunto de outras organizações de alto nível, produziram declarações semelhantes. O fato é que, independentemente do que o Discovery Institute e outros grupos semelhantes possam afirmar, não existe qualquer controvérsia dentro da comunidade cientifica acerca da centralidade e importância da teoria evolutiva.


Ainda assim, a opinião de experts ainda não teve o efeito de ater aqueles que atacam a evolução. Ao invés disso, eles afirmam que cientistas são parciais e que os alunos merecem coisa melhor. Estou ciente que os recentes questionamentos acerca da gravidade citados acima provavelmente não irão alterar a natureza de tais ataques. Por outro lado, estou esperançoso, que eles possam providenciar uma oportunidade para auxiliar o público a reconhecer o real significado por detrás da demanda constante para que conselhos escolares reformulem seus currículos para permitir que estudantes vejam “os dois lados da história” e a tática sectária que ela representa.


Caso o Discovery Institute não aborde a incerteza cientifica da teoria gravitacional da mesma forma com a qual tem abordado evolução, então poderemos nos voltar para uma das grandes filosofas do nosso tempo para aconselhamento. Como Desi Arnaz da série “I Love Lucy” disse de forma pré-ciente, o Discovery Institute tem “algumas explicações para dar”[2].


[1] O Discovery Institute é um think tank conservador norte-americano baseado em Seattle, Washington, mais conhecido pela sua defesa do design inteligente e de sua campanha Ensine a controvérsia que propõe a discussão daquilo que entende ser as deficiências da Teoria da Evolução nas aulas de ciências do sistema público de ensino dos Estados Unidos da América, Definição concisa tirada do Wikipedia.


[2] Não saquei nem a referencia nem o trocadilho por isso traduzi literalmente mesmo esse finalzinho, pode ter ficado meio estranho e/ou confuso.


é isso aí


Paz de Cristo

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