terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Cristianismo e Evolucionismo em 101 Perguntas e Respostas - por John F. Haght

Esse é o segundo livro que leio do Teologo Católico John F. Haught sobre a influência da ciência moderna, em particular a biologia evolutiva, sobre a teologia e vice-versa. O outro livro "Deus Após Darwin" é mais aprofundado em aspéctos teologicos enquanto que "Cristianismo e Evolucionismo em 101 Perguntas e Respostas" me parece mais introdutório, claro e -por ser organizado em forma de 'perguntas e respostas' bastante direto (e excessivamente resumido). Como acontece, não concordo 100% com as idéias do homem, mas recomendo as duas obras, penso que Haught nos ajuda a expandir nossa visão e, com auxilio da ciência moderna, ter uma visão maior do Deus Criador (ando pensando muito em como a ciência tem um papel em 'desprovincianizar' algumas de nossas concepções religiosas, o que pode nos ajudar a pensar [em] Deus um poquim melhor. Além disso, a própria ciência pode ser um jeito de dar Louvor ao Criador [LEIA AQUI]).
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De qualquer jeito, ainda estou na pergunta 63 (mais ou menos), mas já posso dizer que o livro é bacana e instigante. Para outras opiniões, tem um blog lusitano, 'Companhia dos Filosofos' que postou uma resenha acerca do livro (AQUI) - o livro, alias, foi traduzido por uma editora lusitana e está em portugues de portugal - Alem disso, postaram também uma resenha no site irmãos.com (AQUI).
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Resolvi também transcrever um pequeno trecho do livro (uma resposta particular que considerei bastante interessante). Aí vai:
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Como é que a evolução altera a nossa compreensão de Deus?
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Uma perspectiva evolucionista propõe, antes de mais, uma grande mudança na forma como localizamos a transcendência divina. Podemos hoje talvez afirmar que Deus não está apenas “lá em cima”, mas também “mais adiante”. De acordo com a formulação de Karl Rahner Deus é o Futuro Absoluto. A reflexão sobre o processo evolucionário tem ajudado a teologia a recuperar o profundo sentido bíblico de Deus como Aquele que Se relaciona com o mundo dando-lhe promessas ainda por realizar. Deus vem do futuro a este mundo ainda inacabado e cria-o de novo, a partir do futuro. Uma teologia da evolução pensa Deus e a promessa de Deus em termos da “futuridade” do ser, e não em termos de uma eterna e imóvel presença, a pairar “lá em cima”. Isto, porém, não é tanto uma mudança qualitativa na nossa compreensão de Deus, mas mais uma recuperação radical de intuições bíblicas esquecidas acerca da realidade última.
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Em segundo lugar, a epopeia da evolução expande a nossa compreensão de Deus, fazendo-nos tomar consciência de que o amor divino abraça o destino de todo cosmos. Assim, já não podemos legitimamente separar as nossas aspirações pessoais daquele que vier a ser o destino da criação inteira. Enquanto as religiões acreditavam num universo estático, talvez fosse compreensível que a esperança humana pudesse tomar a forma de vislumbrar um destino algo individualista num outro mundo, completamente diferente deste. Este “optimismo de retirada” , como o apelida Teilhard de Chardin, dominou a espiritualidade ocidental ao longo dos séculos. A evolução, no entanto, diz-nos que estamos ligados a um universo mais amplo e a uma grandiosa história de vida, num prolongado processo de “vir-a-ser”. O renovado sentido de “ser um” com o cosmos oferece à nossa esperança um horizonte verdadeiramente novo. A evolução dá às nossas vidas um sentido mais forte do que nunca de sermos participantes do processo em curso de uma história cósmica da criação.
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Finalmente, a evolução deu um acento novo àquilo que podemos chamar graça divina. A graça divina permite que possa haver um universo “contigente”, um universo que não é modelado por uma necessidade determinística. Num mundo assim, o acaso ou os acidentes podem ocorrer. A teologia não deveria ter-se surpreendido, deveria antes ter esperado que o mundo criado fosse aberto ao tipo de contingência e de aleatoridade que encontramos na evolução da vida. O próprio São Tomás de Aquino defendeu que um universo totalmente dominado pela necessidade não seria distinto de Deus. O mundo, para ser mundo, tem de ter elementos de não-necessidade ou de contingência. “Seria contrário à natureza da Providência e à perfeição do mundo”, disse São Tomás, “se nada acontecesse por acaso.”
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Apenas um cosmos independente poderia dialogar ou ter a verdadeira intimidade com Deus. Sob este ponto de vista, portanto, a epopeia da evolução é a história da independência e autonomia emergentes de um mundo que está a despertar na presença da graça de Deus. E a graça divina, como Karl Rhaner muitas vezes também sublinhou, torna o mundo mais autónomo, e não menos. Na presença de Deus, o universo não se dissolve no nada ou em Deus, mas torna-se antes um mundo distinto do seu Criador. A evolução, portanto, permite-nos sentir profundamente essa convicção primordial bíblica de que Deus é Amor gracioso e libertador.
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Paz de Cristo

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Deus não dá “reset”

É o que eu penso! Deus não dá “reset”. Ele não desiste –embora já tenha pensado sériamente no caso – Ele não se entrega (dãh). Mas o impressionante mesmo é que Ele não nos entrega (ao diabo, ao “deus dará” ou o que seja).
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Talvez seja esse o significado mais profundo que eu encontrei no relato Bíblico do dilúvio, talvez seja esse o significado do Arco-Iris, a promessa de Deus que Ele nunca mais (nunca mais mesmo) vai dar “reset” na sua Criação.
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Sem dúvida, o fato de eu pensar assim esta no cerne de porque eu não engulo a doutrina Espirita do reencarnacionismo, bem como certas interpretações escatológicas.
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(PARENTESES: no meio evangélico, onde, para muita gente ‘apologética’ é meter o pau na crença (ou descrença) alheia – algumas vezes falando um bocado de groselha – a gente tem que ter cuidado pra falar de coisa que não concorda, principalmente quando –e é o meu caso – não se é expert naquilo que se está criticando. Este aqui se propõe a ser um texto sóbrio e respeitoso de alguém que reconhece que pode estar muito bem falando merda, e cujo principal objetivo não é meter o pau na crença de ninguém. Antes, trata-se de um reflexo do meu anseio para entender algumas coisas e, no meio das chuvas catastróficas que tem abalado minha cidade, poder, no fim de tarde, olhar para um arco-iris, sabendo que aquilo significa que Deus não vai dar “reset”. Mesmo nesta cidade que, se fosse um PC, mereceria muito bem ser “formatada” )
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Mas é o que me parece sim. A meu ver, acreditar em reencarnação equivale a acreditar que sua alma é “formatada” de geração em geração. Para começar, já faz um tempo que eu não acredito muito em 'alma', pelo menos não no conceito de "essência pessoal separada da matéria". Essa história da distinção entre corpo e alma/ material e espiritual é basicamente uma herança do pensamento pagão grego para o Cristianismo (que influenciou grandão caras como Paulo e principalmente Agostinho). Não vou me aprofundar muito no assunto para não acabar falando bobagem (se é que já não é tarde), basta dizer que se eu acredito em 'alma', isso para mim se traduz nos padrões sinapticos dos neuronios dos nossos cérebros que determinam quem nós somos e são determinados, em certa medida, pela nossa herança genética, pelas nossas experiências etc. Em suma: você não é dividido em hardware e software, você é uma coisa só, integrada. Você é você! Se eu acredito que você, eu e todo mundo possui uma saída USB * que se conecta ao Transcendente (ao Espirito de Deus) a resposta é sim, mas não acredito em alma ‘fantasminha’.
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E neste sentido, também não me parece coerente com o pouquinho que eu conheço de Deus que a alma ou espírito seja submetido a diversas ‘formatações’ e aquilo que se chama “Emiliano” seja perdido, formatado, jogado fora em prol de alguma forma ‘mais elevada’. Acredito que Deus, em Seu Amor incompreensível, se importe mesmo com o “Emiliano”. Sem dúvida Ele tem poder para me transformar, numa próxima reencarnação, em um importante e asseado empresário, paciente, solicito e torcedor d’algum time tricolor de torcida recatada, apesar de pouco expressiva. Seria uma ‘evolução’**, mas aí não seria o Emiliano, não seria eu. Eu teria sido ‘resetado’ em alguma coisa diferente, e Deus quer a mim, a você, a nós do nosso jeito.
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Mas isso não é tudo, penso que Deus tenha o mesmo apreço em relação a toda Sua Criação. E partindo daí, acho difícil entender algumas doutrinas Cristãs acerca do que vai acontecer ‘no fim’ (a tal da escatologia). Entendo NADA do assunto, apenas penso com os meus botões que, o projeto de Deus para a Criação (todo o Universo), também é um projeto de redenção, não de “reset” .
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Essa dúvida particular me pulou na cabeça quando eu estava conversando (quase brigando) com a minha pequena acerca do assunto. Ela estava falando da obra que ela está lendo: “Deixados Pra Trás”. Ela me conta que no último dos 13 livros, que fala sobre o milenio, os autores retratam uma Criação refeita por Deus após 12 livros de cataclismas apocalípticos. Criação essa, descrita como “mais abundante” do que a anterior.
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OK, talvez exista uma ou duas referências Bíblicas bonitinhas e incontestáveis para justificar essa interpretação dos autores, mas eu fiquei pensando: “Como é possível? Como pode?”. Fiquei pensando nesse milênio, cheio de florestas que cresceram do dia para noite, pomares, com leopardos, zebras, gnus e, até onde sabemos, tiranossauros e Achantostegas, convivendo pacificamente. Com uma diversidade ainda mais abundante e embasbacante que as 300.000 espécies de besouro que temos hoje (talvez com muitas mais recentemente ‘inventadas’).
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Pensei em tudo isso e voltei a perguntar: “Mas como assim?” Penso que dá mesma forma que eu, todo o resto da Criação tem uma história, uma herança única que da a ela sua beleza (e falo isso me referindo desde as formigas no jardim até às Luas de Saturno). Também nesse sentido, minha esperança não é a do “reset”, mas a da redenção, a do renovo.
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Como imaginar um barato desse? Esse renovo? Acho que isso é assunto para um outro post, mas tenho refletido sobre como o tamanho da Criação pode nos ajudar a ver um Deus ainda maior... talvez faça sentido a citação de Teilhard de Chardin: "incessantemente, ainda que imperceptivelmente, o mundo está constantemente a emergir um pouco mais acima do nada". Nesse sentido, nem aquilo que somos é um HD sendo constantemente formatado pela eternidade e colocado dentro de um PC diferente. E nem a Criação é um fusca velho, quebrado que algum dia ira se transformar, como que da noite pro dia, numa Ferrari, mas sim uma obra em andamento, na qual a Redenção e o Reino de Deus penetram e permeiam “incessantemente, ainda que imperceptivelmente”.
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Viajei grandão né.
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É isso aí
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Paz de Cristo

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*Foi nesse momento que, enquanto escrevia, eu percebi que a metáfora tinha ido longe demais... Já era tarde para voltar atrás, no entanto.
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**isso é discutível...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010


"Eu costumava pensar que os maiores problemas que nosso mundo enfrenta hoje são as mudanças climáticas, o colapso de terras para o cultivo e a perda de biodiversidade. Pensava também que com 30 anos de boa ciência nós poderiamos resolver esses problemas. Eu estava enganado. Os maiores problemas que enfrentamos são a ganância, o egoismo e a apatia, e para isso precisamos de transformação espiritual e cultural. Nós cientistas não sabemos fazer isso". (Gus Speth, ex-reitor da 'Yale School of Forestry and Enviroment').
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Citação retirada DESSE texto, escrito por Ken Wilson
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Paz

domingo, 31 de janeiro de 2010

Mais um texto Traduzido da Sci Am

Resolvi traduzir mais um texto bacana da Sci Am. Trata da relação do modo de vida consumista com a sustentabilidade. Isso por que tenho sérias dúvidas de que as duas coisas não são mutuamente exclusiva, bem como sérias dúvidas de como proceder, agir, viver como Cristão frente a essa sociedade de consumo. Quem ler o texto pode até pensar que eu sou um eco-chato ou coisa assim, não sou. Mas tenho refletido no assunto e buscando respostas. Por isso achei bacana traduzir o texto para os leitores
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De acordo com uma pesquisa realizada pelos experts em sustentabilidade Brenda e Robert Vale, da Victoria University na Nova Zelandia, um par de cães da raça pastor alemão mantidos como mascotes na Europa ou Estados Unidos consomem, por ano, em média, mais do que uma pessoa vivendo em Bangladesh. E então? Será que os males ambientais do planeta são, de fato, resultado do crescimento do número de pessoas no planeta - número que, segundo previsões, atingira pelo menos 9 bilhões em 2050? Ou será que eles tem uma relação mais acentuada com o fato de que, enquanto a população humana dobrou nos últimos 50 anos, nós tivemos um aumento de quatro vezes em nossa utilização de recursos?
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Afinal de contas, os cerca de 40.000 participantes da recente c
onferencia climatica em Copenhagen produziram mais emissões de gases do efeito estufa em duas semanas do que 600.000 etiopes produzem em um ano. De fato, as 500 milhões de pessoas mais ricas do planeta produzem 50% das emissões de dioxido de carbono globais, comparados aos 3 bilhões mais pobres que produzem apenas 6% - Sozinhos, os norte-americanos utilizam 88Kg de produtos (como alimentos e água, alem de plasticos, metais e outras coisas) por dia, ou mais ou menos um "eu" por dia [traduzi o texto do jeito que está no site. Na verdade eu peso coisa de 65-70Kg].
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Como colocado de forma clara pela "
United Nations Millennium Ecosystem Assessment" em 2005: "a atividade humana esta colocando um peso tal sobre as funções naturais da Terra que a habilidade dos ecossistemas do planeta para sustentar gerações futuras não pode mais ser tido como certo".
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E o consumismo não está sequer cumprindo sua promessa - uma vida melhor. "A cultura consumista não está apenas causando destruição ambiental sem precedentes, ela está, em muitos casos não entregando o bem estar que ela deveria para as pessoas", disse Christopher Flavin, presidente do Worldwatch Institute, durante uma entrevista com a imprensa na semana passada dirigida para divulgar o seu novo relatório "State of the World" [condição do mundo], "
Transformando culturas: do consumismo a sustentabilidade". "Os tipos de mudanças políticas discutidas em Copenhagen também são críticas e, de fato, andarão lado a lado juntamente com uma mudança cultural (indo do consumismo à sustentabilidade)".

O que ele quer dizer com "mudança cultural"? Bem, um exemplo seria uma alteração da forma com que os funerais são realizados no ocidente - indo de injetar substancias quimicas toxicas nos corpos, selando-os em caixões caros e não degradaveis que são então enterrados em cemitérios que mantém os jardins eternamente verdes as custas de fertilizantes e pesticidas - para enterrar os entes queridos de formas projetadas para curar as feridas das famílias bem como as do meio ambiente (e, em última analise, transformar esses locais em reservas naturais). "Dois séculos de desenvolvimento de uma cultura consumista nos levaram a achar totalmente natural definirmos a nos mesmos primariamente por aquilo que consumimos e como", disse Erik Assadourian, autor do relatório para "Worldwatch", sejam hamburguers do McDonald's ou veiculos Hummer.

Os pesquisadores da 'Worldwatch' indentificaram seis instituições que devem ser alteradas para promover sustentabilidade: educação, negócios, media, governamental, movimentos sociais e tradições culturais. "Não é um projeto surgido 'do-nada' " alegou o co-autor do relatório e cientista político Michael Maniates do Allehgheny College na Pennsylvania. "Existem fortes elementos culturais que dão muito valor a comportamentos como a frugalidade ou a parcimonia. Nós devemos re-centralizar as condições culturais que chamam aquilo de dentro de nós que foi
suprimido".

E esta ética cultural de consumismo não está confinada ao mundo desenvolvido; paises em desenvolvimento também a estão adotando como um modelo economico. "O consumismo esta se espalhando pelo mundo", adicionou Assadourian, notando que a China, entre outras coisas, ultrapassou os E.U.A. como o maior mercado para carros novos vem como o maior emissor de gases do efeito estufa. "Será que isso vai continuar se espalhando? Ou as nações irão começar a reconhecer que esse não é um bom caminho?"

Ao mesmo tempo, uma mudança cultural pode já estar a caminho, representada por esforços como exemplificados pelo esforço do Equador em colocar dar atenção aos direitos da "Mãe Natureza" em sua constituição, ou aqueles da fabricante de carpetes com sede nos E.U.A., Interface para criar um produto que não requer a utilização de nada do meio ambiente que este não possa renovar.

No entanto a visão geral é a de que tais esforços foram soterrados por uma crescente maré de consumismo, especialmente com relação as recentes bugigangas eletronicas. Mas talvez aquele desejo pela última investida do merchandise da Apple possa ser substituido por aquilo que inventores como Saul Griffiths chama de "Heirloom culture" (a tradução seria algo como 'cultura de herança'), tratam se de produtos que duram por toda a vida ou mais. "Em essência, a vida 'descartável' será substituida por uma vida sustentável", disse Assadourian, "um mondo onde o 'machão' não será definido pelo tamanho do motor do carro, mas pelo fato de não se possuir um".

Em outras palavras, o problema é simplesmente a nossa economia voltada para o
consumo
. E em relação as propagandas de produtos que parecem nos dizer: "Nós não somos ignorantes, nos não possuimos princípos maus ou equivocados em relação ao meio ambiente" Maniates às traduz da seguinte forma: "Nós estamos tentando fazer o melhor possível dentro de sistemas culturais que elevam escolhas não-sustentáveis".

É claro, ao mesmo tempo, a "Worldwatch" gostaria que você gastasse US$19,95 e adiquirisse uma versão impressa do seu relatório, ou US$9,95 por um PDF ou documento eletronioco para o seu Kindle (sim, trata-se de mais uma bugiganga eletrônica). Trocar uma ética captalista consumista continua sendo mais dificil na prática do que na teoria...

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Paz

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Quatro palavras para todo casal

Ontem fizemos, eu e a pequena, 4 anos de namoro. Da até vergonha de lembrar que oficializamos nossa relação no Ark, no meio de uma daquelas terríveis convenções para aficçionados em mangás e animes. Furi-Kuri e mais uma meia duzia de animes a parte - bem como algumas bandas de J-Rock - nunca fui muito chegado em coisas de otaku. E ao longo dos anos eu aprendi a ter um saudavel preconceito frente a coisa toda. Eu geralmente frequentava essas tais convenções para auxiliar um grande amigo que costumava montar uma barraquinha para vender tranqueiras lá. Estas experiências foram bem traumatizantes e hoje para mim é dificil conversar com alguem sobre mangas e animes sem mostrar, de forma ofensiva, o tal preconceito. (é brincadeira, ok) Ainda assim, dei boas risadas naqueles dias e até confesso que sinto saudades. E foi alí que - com um amigável aperto de mão - começou um namoro que já dura quatro anos! LEGAL.
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Fica aí um post chupinhado da net que eu encontrei há um tempo e que achei bacana!
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Há quatro palavras, ou frases, que precisamos falar todos os dias para os nossos cônjuges.
Se não falamos em voz alta, precisamos pelo menos falar em nosso coração.
Estas palavras curam muitos dos males que prejudicam o casamento.
Ao falar estas palavras, a correspondente atitude tem que acompanhar. Se forem apenas palavras, nada adiantariam. E diga você estas palavras:

1. "EU TE PERDÔO".

Mt 6.12; 18. 21-22; 2Co 2.10; Ef 4.32
Estas palavras (e atitude) curam o ressentimento e amargura.
Pergunta para se fazer a si mesmo todos os dias: "Em que eu tenho ofendido ou defraudado? Pelo que eu sinto mal para com meu cônjuge?"

2. "EU TE ELOGIO".

Pr 31.28-31; 1Pe 3.7
Estas palavras curam a crítica e a acusação.
Pergunta para se fazer a si mesmo todos os dias: "O que meu cônjuge fez de bem hoje?"

3. "EU TE SIRVO".

Gl 5.13
Estas palavras curam o egoísmo e a omissão.
Pergunta para se fazer a si mesmo todos os dias: "Como eu posso ajudar meu cônjuge hoje?"

4. "EU TE AMO".

Gl 5.14; 2Co 4.5
Estas palavras curam a negligência.
Pergunta para se fazer a si mesmo todos os dias: "Como eu posso mostrar hoje o meu amor pelo meu cônjuge?"

Conclusão:

Se você falar todos os dias estas palavras para seu cônjuge, você terá um relacionamento conjugal que deixará os outros boquiabertos.

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Paz


terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Sobre aquelas coisas que podem pular na sua cabeça a qualquer hora, mas só pulam quando você esta orando...

Outro dia eu estava orando (sim, eu faço isso, e mais! Acredito que a coisa toda funcione). Uma das boas pedidas que me afastaram da 'aridez espiritual' que mencionei no ultimo post foi, sem dúvida a oração. Tive a oportunidade de ler, seguindo uma recomendação de um amigo, o livro "Oração" de Philip Yancey e me foi um bom 'boost' à oração (esse post não é sobre o tal livro, tem uma resenha dele AQUI).
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Enfim, estava orando acerca dos rumos da minha vida, do meu relacionamento com a minha pequena, com minha familia, minhas tretas, desavenças e talz. Abri meu coração, mostrei minha vontade pra Deus. No meio da coisa toda, pulou na minha cabeça uma idéia. Eu sugeri pra Ele se não seria uma boa se Jesus aparecesse diante de mim e de minha pequena, abençoasse nosso casamento (de preferencia dando o $$ para a entrada de um apartamento no butantã), se revelasse a algumas pessoas, desse uma grande bronca em outras.
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Orei de palhaço, eu bem sei. As coisas não funcionam desse jeito. Penso que de alguma forma a resolução de absolutamente todas as tretas e sofrimentos da vida meio que acabariam com seu proposito (eu não sei bem qualé o tal propósito, mas tenho aprendido a confiar em Deus).
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Não tenho problemas com oração. No livro do Yancey “Oração”, fico até constragido ao ler relatos de tanta gente que experimentou a silencio de Deus, que aguentou essa experiencia matando no peito feito teste de fé. Muitas de minhas orações são respondidas (pelo menos assim interpreto), e as orações palhaças não são exceção!
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Deus, que eu queria ver atendendo com trovões, responde num sussurro que, imagino, deve passar batido a maioria das vezes. E o sussurro sempre fala no meu coração.
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Peço pra Deus mudar as coisas lá em casa. Ele responde pra eu mudar meu coração
Peço pra Deus mudar meus relacionamentos. Ele responde pra eu mudar meu coração
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E é aí que complica. Por que aí você se liga e tem que admitir: “eu não consigo”. E penso que é aí que Deus começa a agir, é aí que as coisas começam a dar certo.
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O livro do Yancey fala de muita gente que não ora por que acha que é perda de tempo ou coisa assim, eu mesmo me pego protelando uma oração, esquecendo, me concentrando em coisas “mais importantes”. Mas não é por que a oração é ‘inutil’, é porque ela é dificil. Orar é tipo ‘discutir relação’ com Deus, e a gente não quer discutir relação. Numa relação a gente só quer a parte boa (cinema e beijihos), mas uma hora tem que discutir relação. E as vezes é um saco... Ainda assim, depois da discussão de relação, uma vez colocadas nas mãos de Deus (porque a gente não consegue), as coisas começam a se resolver –espero né... É isso

Paz de Cristo


quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Imagens e palavras

O fim de ano veio e foi e o blog anda meio paradão. De tudo que leio e penso tenho tido pouco animo para passar para vocês, putativos leitores. Acho isso ruim. Nesses três anos de 'vida de crente' aprendi que esse período de festas de fim de ano é, para mim, paradoxalmente, muito 'espiritualmente árido'.
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Neste ano resolvi tentar fazer diferente e acho que obtive resultados razoaveis. Gostaria que isso tivesse transbordado pra cá pro blog mais. Mas também, já precebi, o blog é orgânico. Posts brotam, surgem, são espontaneamente chupinhados, mais do que são planejados e arquitetados.
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Em um novo começo, que na verdade é uma continuidade, pois é isso que desejo fazer de 2010, queria mesmo não deixar o blog de fora desse renovo/continuidade/crescimento...
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Bem, é isso. Meu anseio para este blog em 2010 é aprofundar algumas coisas e mudar outras.
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E se tudo der errado, bem, que seja.
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Por enquanto Ficam aí uns filminhos nada-ver, de umas músicas que alguns podem achar clichê, mas eu acho que são lindas.

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PAZ!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Seres humanos (não muito brilhantes é verdade), mas, ainda assim, seres humanos


Sairam os vencedores do 'Darwin Awards' de 2009. Pra quem não sabe, "Darwin Awards" é uma homenagem postuma concedida a pessoas que retiram seus genes do pool genico de alguma forma 'pouco-brilhante'.

Geralmente se tratam de pessoas que tiveram ideias terrivelmente pouco inteligentes (como o cara que tentou comer uma salamandra venenosa), ou erros crassos de calculo (como os 2 ladrões que calcularam mal a quantidade de explosivo necessaria para explodir a parede de um banco e acabaram indo junto com a parece, campeões do ano passado).

A coisa toda parece engraçada até que me lembro do campeão do 'Darwin Awards' de 2008. O infame 'padre dos balões'. Não sei porque, talvez por ter ouvido um pouco do desespero dos conhecidos do tal padre, fiquei intensamente incomodado com as piadinhas e brincadeiras em cima do incauto padre. Não achei a história engraçada, antes trágica e infeliz. Penso que é uma faceta das mais terríveis do ser humano poder fazer piada acerca da morte de uma pessoa como se fosse... bem, como se fosse uma piada mesmo.

Então fica aqui meu protesto (sério) em favor daqueles que sofreram seleção negativa. Sabendo também que poderia muito bem ter sido eu o indicado a receber a tal homenagem, já fiz minha parcela da façanhas pouco inteligentes e nada responsáveis na minha vida, e tenho que agradecer o fato de que o acaso tem seu papel nos processos de genética de população, bem como ao Santo Espirito de Deus que já há um tempo tem tido o misericordioso trabalho de dissuadir minha alma dessa sorte de atividade.

Sei lá, pode parecer bobagem (eu mesmo estou aqui me perguntando acerca da validade deste post), mas pensando em programas de TV como Jackass, cujos participantes parecem tentar (até agora sem susseso) retirar seus genes do pool genico, bem como em mortes que são tão estupidas e tão trágicas - e nada engraçadas (ex. um motorista embriagado). Penso que isso tudo vale para uma reflexão mais profunda acerca do valor da vida...


Paz de Cristo



quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

'Cabeça aberta', 18 e outras histórias

Acabei de ler o livro "Mind Wide Open" de Steven Johnson (lançado em portugues pela editora Jorge Zahar com o titulo "De cabeça Aberta").
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O livro busca explicar para o público leigo, em linhas gerais, o que sabemos sobre o funcionamento do cérebro, e como isso pode ser útil em nos auxiliar a lidarmos melhor com nossa 'cabeça'. O autor faz questão de maneirar nos nomes complicados de partes do cérebro e neurotransmissores (e ele faz um excelente trabalho. É claro, é inevitavel mencionar o 'sistema limbico' ou o neurotransmissor 'oxitocina', mas eu apenas imagino o tipo de nomenclatura que pessoas que se especializam nessa área tem que aturar).
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O livro é excelente! MUITO BOM mesmo! No entanto, em vez de escrever uma 'review' do livro (leia uma AQUI), vou tecer uns breves comentários sobre o que o livro me fez pensar. E ele com certeza me fez pensar!
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A primeira coisa que me veio a cabeça é que sem dúvida os avanços da neurologia moderna podem (e o livro mostra isso) ajudar muito a entender nosso próprio comportamento em muitas situações. Como minha cabeça funciona? Eu sou autista? Talvez eu devesse tomar uns bloqueadores beta antes de falar em público? [ok, isso é um exagero... Ah, e eu também NÃO sou autista].
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Não só isso, mas também surgem diversas questões excitantes e desafiadoras para quem tem fé e crê que a mente (alma??) de um ser humano transcende de alguma forma a organização sinaptica da sua rede neuronal moldada por seus genes e sua história de vida: Onde fica a alma? O amor é apenas uma liberação de oxitocina em regiões especificas do nosso cérebro? Um abraço, uma mãe amamentando, correr todas as manhãs, são apenas formas de naturalmente alimentar com opióides nosso cérebro viciado?
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Questões pulularam no meu cérebro
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Uma das questões das quais quero falar brevemente é em relação ao autismo.
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Pra muita gente autismo é sinonimo de retardamento mental, ou coisa assim. O negócio é, na verdade, um pouco diferente. Autismo é uma 'cegueira' em nossos níveis de comunicação social!
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O livro explica que o ser humano possui, no cérebro, um sistema que 'já vem instalado', que possibilita o reconhecimento de outras pessoas e a identificação de que estas possuem sensações, sentimentos e recebem estimulos ambientais. Um bom exemplo é constatar que bebes de apenas 6 meses são capazes de seguir o olhar de uma pessoa que calha de estar olhando para o canto da sala. Pode parecer trivial, certo? Isso justamente por ser uma habilidade inata. Na verdade o simples reconhecimento por parte do bebe que a coisa que esta olhando para ele é uma pessoa, que essa pessoa recebe estimulos externos, que as 'bolas' na cara dessa pessoa são orgãos particulares de recepção de estimulos e 'apontam' para a região de onde vem o estimulo a ser recebido, nada disso é trivial e precisariamos aprender isso se já não nascecemos sabendo. Essa comunicação não verbal toda é importantissima para animais que exibem comportamento social e, principalmente, uma boa dose de cuidado parental.
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E isso é só um exemplo. Reconhecimento de sorriso, cara de tristeza, cara de preocupação, cara de invejoso cara de orgulhoso etc etc. São todos reconhecimentos e a maioria de nós consegue (bem ou mal) ler de forma inata e não completamente consciente esses sinais nos outros seres humanos com os quais nos relacionamos. Alguns fazem isso bem (imagino que bons jogadores de poquer) e alguns nem tanto (imagino que seja o caso de alguns biologos corinthianos), e alguns simplesmente não são capazes de fazê-lo. Uma pessoa autista é uma pessoa com graves deficiencias nesta área de 'leitura social'. Por algum motivo o modulo não 'vem instalado'. Existem varios níveis de autismo nos quais a pessoa tem um nivel maior ou menor de 'distanciamento social' (não estou usando a terminologia correta aqui! Imagino que se alguem que realmente entenda do assunto ler isso aqui vou receber um longo email me corrigindo). E junto com essa falta de um 'módulo' no cerebro, outros módulos compensam. Autistas geralmente tem facilidade com padrões, números puros entre outras coisas (penso que o filme Rain Man caracterize bem a coisa toda).
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Hoje acredita-se que muitos dos fisicos e matematicos mais geniais possuiam, de fato, algum nível de autismo. Tratam-se de pessoas com surpreendentes habilidades matematicas porem com uma certa falta de tato social.
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Bem, curioso com a coisa toda, corri atrás de maiores informações e achei na rede um 'AQ TEST' (teste de quoeficiente de autismo). Você caro leitor pode preencher o teste também. A média do grupo controle é 16,4. 80% dos que tiram mais de 32 possuem algum diagnóstico de autismo (outros não). Minha pequena fez o teste e tirou 9, isso significa que ela é beeem menos 'autista' que a média da população (o que não é de se surpreender, primeiro por que ela é mulher e mulheres são afetadas menos por autismo, segundo por que ela é uma moçinha extremamente extrovertida e sociavel). Já eu tirei uma 'nota' um pouco a cima da média: 18. O que significa apenas que eu sou um cara um pouco mais introvertido e com um pouco menos de 'traquejo social' do que a média da população, o que eu também já sabia.
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É bom lembrar que esse teste é SUBJETIVO e de forma alguma estritamente cientifico, ele não vai te dar um diagnóstico, por isso não leve a coisa tanto a sério. Ainda assim, após a leitura do livro, me senti extremamente compelido em 'exercitar' esse módulo de percepão social na minha cabeça, e penso que isso é bom.
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Contei toda essa histórinha, primeiro, porque ela é bem interessante. E, em segundo lugar para exemplificar um pouco da compreensão do nosso cérebro que o livro mostra. Bacana né?
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Tenho mais para falar, mas o post está ficando longo. Esperem (algum dia), um post subsequente.
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Desculpem também pelo blog ter andado meio parado. O fim de ano foi meio complicado.
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Feliz natal a todos e um 2010 porreta
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E fiquem com a Paz de Cristo









quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

2 blogs que eu achei na última semana

1) O blog "Tubo de Ensáio" que parece tratar de ciência e vez por outra abordar sua relação com a fé. Fiquei surpreso com a série de posts em homenagem aos 150 anos do Origem das Espécies, em especial a entrevista com Karl Giberson. Além disso tem também um trecho do documentário "Did Darwin Kill God" (que você viu primeiro AQUI no Nó Cego), bem como uma breve resenha do livro "A Goleada de Darwin" de Sandro de Souza.

Aqui o link de todos os posts:

1)Semana especial: Darwin
2)A conciliação possível entre Cristianismo e Evolução
3)Karl Giberson, presidente da Fundação BioLogos: "Deus pode guiar a história natural trabalhando por meio das leis da natureza"
4)Darwin matou Deus?
5)O que impede as pessoas de aceitar a evolução?
6)Bola cheia, bola murcha, bola fora...

2) O Blog "Arrow through the Sun" de um bioquimico Cristão, parece ter artigo muito, muito interessantes incluindo um link para um site que ensina uma estratégia porreta para ganhar no "Banco Imobiliario".

Paz