sábado, 18 de abril de 2009

Aproximação Despretenciosa de Cristãos Libertários e Simpatizantes

Segue o breve texto que eu escrevi as pressas para o encontro que rolou hoje.

1)Introdução

Ao começar a escrever esse texto me sinto jogado num mato sem cachorro! Pretendo falar um pouco da minha opinião a respeito de como O Cristianismo evangélico (tupiniquim e gringo) tem se comportado frente ao avanço das ciências naturais e como ele tem respondido à aridez do reducionismo cientificista.

Tenho uma opinião formada! Intransigente, não fundamentada em dogmas, mas em fatos. E aí mora o problema, pois este espaço é feito na base das dissidências e discussões, da discórdia, da pluralidade, das fugas, tanto do senso comum, como do consenso burro. Como posso eu ser tão pretensioso e autoritário no meio de um encontro tão despretensioso e libertário, frente às possíveis opiniões de meus irmãozinh@s?(em Cristo e por comum descendência)

Por um lado, não posso! Meu conhecimento na área de Teologia é parco. A profundidade de meus conhecimentos em filosofia não passa de uma poça, envergonhada frente ao mar de idéias. Evolução/Criação são idéias ricas e com implicações enormes nestas duas áreas.

No campo das ciências naturais... Bem, nessa área eu também manjo muito pouco! NINGUÉM MANJA! Por mais que a ciência tenha brilhado luz em nossas vidas, nos presenteado com comodidades e terrores impares. Por mais que essa “bagaça” chamada ciência – tantas vezes vista como uma força incontrolável, como uma deusa ou um demônio, mas que, no duro, não passa de uma metodologia - por mais que ela tenha brilhado e brilhe luz sobre toda sorte de questão importante do mundo natural que nos cerca, ainda vivemos em grande escuridão. A ciência é como uma rede de pescar peixes, ela tem mais buracos do que qualquer outra coisa e é assim que ela funciona.

Ainda assim a rede está lá! Cada dia aqueles sortudos dentre nós com condições sociais e culturais podem aprender mais sobre o universo que nos cerca e podem chegar mais perto de entender as regularidades da natureza (sem dúvida, marcas impares do Criador!). E as regularidades estão aí, cada vez mais a natureza nos mostra o dedo de Deus, não no obscuro e insondável, não apenas no milagre impar, mas, a cima de tudo, nas regularidades no funcionamento na ordem (ainda que desordenada), no equilíbrio (ainda que dinâmico) e no DES-equilibrio fundamental que é a vida.

Então alguma coisa se sabe! E, em ciências, para discutir, para brigar, para quebrar paradigmas, os dados/ resultados de experimentos/ observações etc São essenciais. E isso por uma razão bem simples, a ciência tem um gabarito, a saber, a própria natureza. E daí a minha firmeza autoritária com evolução: Ela ocorre! Diatomáceas fazem, salamandras fazem, pássaros fazem, e eles só podem faze-la porque dinossauros um dia fizeram também e deixaram descendentes com penas, ossos pneumáticos, sangue quente, muitas vértebras cervicais, bico etc etc etc.

Nada em ciência é definitivo, de fato amanha mesmo algum cientista pode evidenciar toda sorte de equívocos na nossa maneira de ver o mundo. Nada em ciência é dogmático! Tudo pode ser submetido a critica. O objeto de nossa conversa, a evolução darwiniana, passou por duras críticas em seus 150 anos de existência, e passa ainda hoje. NÃO, eu garanto proveniente dos insossos e reciclados argumentos Criacionistas, e com certeza não por ser uma “teoria em crise”. De fato, ela acumulou tanta evidência que a favorece ao longo desses 150 anos que eu posso ficar na frente de vocês sem qualquer problema e dizer que ela ocorre com a mesma certeza (ou, com a mesma quase certeza) com que digo que a terra gira em torno do sol e não vice-versa, a matéria é composta por átomos e estes por partículas subatômicas. Simplesmente esse é a forma com que a ciência se move: critica, revisão, originalidade. Eu garanto para vocês que, mesmo no mundo de hoje, em que pesquisadores tem que se preocupar mais em correr atrás de verbas do que em revelar o funcionamento da natureza, em que se vomita publicações sobre os mais profundos segredos da Criação sem nem pensar a respeito. Mesmo sob essas condições cientistas sonham com a quebra de paradigma, com a idéia nova, que vai contra todo o estabelecido, com fama e reconhecimento. A ciência aceita e abraça esse tipo de coisa. O que é sustentado pelo que observamos fica, o que não, é descartado.

2)Um pouco de Evolução

O Criacionismo tem florescido aqui em solo tupiniquim. O meio evangélico Brasileiro tem a mania de importar, com alguns anos de “delay” as tranqueiras que os gringos inventam (o movimento que pasteurizou e enlatou toda a música “gospel” evangélica é um exemplo). Lá nos EUA a muito se fala em Criacionismo e de um tempo para cá começou a se falar de “design inteligente” (que é basicamente a mesma coisa que criacionismo, a diferença é que a palavra “Criador” é substituída por Designer*).

Vou me ater aqui, apenas a explicar um pouquinho (um pouquinho de NADA) sobre evolução à luz de sua história.

A idéia de Evolução (ou seja: de que os seres vivos se transformam ao longo do tempo), é bem mais antiga do que Darwin. Tales de Mileto, professor de Pitagoras, propôs que toda a vida era proveniente da água:

"O mundo evoluiu da água por processos naturais".

Amiúde era levantada entre filósofos e cientistas naturais a idéia de que as espécies de seres vivos se transformavam. O cientista francês Maupertuis discutiu essa idéia, assim como o fizeram os enciclopedistas, como Diderot. Outro exemplo é o avô de Darwin, Erasmus Darwin. Nenhum deles, no entanto, apresentou o mecanismo responsável por essa transicionalidade da vida. E no final do século XVIII a visão predominante entre naturalistas era o Fixismo.

Foi por esse período que os naturalistas começaram a ter maiores condições para explorar e investigar o mundo natural. As viagens intercontinentais, por exemplo, se tornavam cada vez menos perigosas e mais velozes. James Watt inventou o motor a vapor em 1769 (na verdade ele o melhorou), e logo morros estavam sendo serrados e montanhas escavadas, para darem lugar a vias férreas e estradas. Toneladas de terra foram revolvidas e escavadas evidenciando um extenso registro fóssil. Bem verdade que naquela época a existência de fosseis já era bem conhecida e documentada: Heródoto, Plutarco e outros já haviam emitido suas opiniões a respeito. Aristóteles pensava que os fosseis eram resultado de mudanças no nível do mar que soterrava e preservava conchas e animais marinhos. Outros achavam que os fósseis não passavam de rochas e outros criam (ainda crêem) que os fosseis tenham surgido no dilúvio (apesar de Leonardo da Vinci ter demonstrado de forma engenhosa que fósseis de fato não surgiram simultaneamente).

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A grande mudança trazida com a revolução industrial foi que camada após camada estratos geológicos era revolvida e evidenciavam um padrão. Naturalistas começaram a notar que formações rochosas tendiam a ter uma mesma ordem. E em cada camada era possível encontrar fosseis característicos.

De cara, os fosseis forneceram informações importantes: A vida na terra nem sempre fora igual ela é hoje diferentes espécies surgiram e foram extintas. Fora isso, ficou evidenciado um padrão bastante peculiar nos diferentes estratos geológicos, o que hoje é conhecido como sucessão faunal. Era possível prever que tipo de fóssil poderia ser encontrado em que estrato e, alem disso, diferentes regiões continham fósseis diferentes! Os fosseis aqui da América, por exemplo eram bastante distintos dos fósseis do velho mundo e parecia haver uma clara relação entre a fauna fóssil e a fauna atual da região ( exemplo: fosseis de animais semelhantes a tatus eram encontrados nas mesmas regiões onde hoje se encontram tatus modernos).

À medida que iam surgindo as evidências, alguns naturalistas começaram a abandonar a idéia fixista. Lamark propôs uma teoria evolutiva importante em seu livro de 1809 “Philosophie zoologique”. Embora hoje a teoria de Lamark seja tida como fracassada, a verdade é que ela foi muito importante em introduzir e difundir o pensamento evolutivo. De fato, sua teoria estava errada, mas isso não denigre o nome desse grande naturalista de vida sofrida.

Foi nesse contexto que Darwin desenvolveu suas idéias ao longo de muitos anos, juntando cadernos cheios de pensamentos e evidências que ajuntou ao longo de sua vida de naturalista e durante a sua famosa viagem com o Beagle. Preocupado com as implicações metafísicas de sua teoria ele hesitou bastante tempo em publica-la. Apenas quando recebeu os escritos de um outro jovem naturalista, Alfred Russel Wallace foi que decidiu faze-lo. Isso por que Wallace havia escrito um ensaio que desenvolvia as mesmas idéias e chegava as mesmas conclusões a que Darwin havia chegado. Os dois chegaram a um acordo e foi Darwin quem, no final, lançou seu livro “A Origem das Espécies”.

E QUAL ERA AFINAL A TEORIA EVOLUTIVA de DARWIN E WALLACE?

Resumidamente, a história é a seguinte:
A)Seres vivos possuem uma tremenda amplitude de variação. Darwin começa o “Origens” com um capítulo dedicado somente a mostrar a variação de espécies domesticas de seres vivos. Ele dedica intermináveis parágrafos em descrever e discorrer sobre as diferentes variedades de pombos que ele criava. No capitulo seguinte o homem escreve que no mundo natural pode observar-se igual amplitude de variação morfológica entre os seres vivos. Prova disso são eram as intermináveis discussões entre naturalistas em decidir se populações de certos seres vivos constituem diferentes espécies, se são sub-espécies ou diferentes linhagens (esse problema persiste até hoje! Pra falar a verdade mesmo o conceito do que é uma espécie é algo tremendamente problemático).

B)Todos os seres vivos se engajam numa “batalha pela existência”. Baseando-se nas teorias de Malthus, Darwin observa que todos os seres vivos têm uma prole maior do que a que o ambiente pode sustentar. Tomando como exemplo o animal com o desenvolvimento mais lento que ele conhecia, o elefante (o tempo de gestação do elefante é de 22 meses. Daí até o elefantinho atingir maturidade sexual vão mais vários anos). Darwin observa que, se todos os elefantinhos que nascem sobrevivessem, em questão de poucos anos a população de elefante chegaria aos bilhões! Outro ótimo exemplo dessa “luta pela sobrevivência” é o bacalhau! Fêmeas de bacalhau chegam a liberar 2 milhões de ovos durante o seu período reprodutivo. Ainda assim, estima-se que cada fêmea de bacalhau produza, durante toda sua vida, apenas 2 indivíduos bem-sucedidos (que vivem o suficiente para se reproduzir).

C) E como Essa “luta” se relaciona com a tal variabilidade? Darwin propôs que os “sobreviventes” que seriam capazes de se proliferar e passar para frente suas características, seriam justamente os que fossem mais adaptados a sobreviver no meio em que vivem. A “seleção natural” atuaria automaticamente “premiando” os seres mais adaptados com uma prole maior e “punindo” seres menos adaptados “impedindo-os” de se reproduzirem. Sendo assim, seja no quintal da minha casa, nas ilhas Galapagos, ou na Sibéria a seleção natural está sempre atuando! Basta haver reprodução, variabilidade e que essa variabilidade tenha um sucesso diferencial no ambiente e, automaticamente, será estabelecida seleção.

D) E como a seleção natural atua na origem das espécies? É simples! Basta haver alguma coisa dividindo uma população de seres vivos em 2 e a seleção passara a atuar de maneira diferente nas 2 populações, selecionando características diferentes nas duas, diferenças tais que se acumulam até que as duas populações se tornem duas espécies distintas (e novas).

É só isso! Pra falar a verdade acho que Darwin usa a palavra “evolução” no ”Origens” no máximo, uma vez ou outra. Ele se refere ao processo como “descendência com modificação”, o que é uma descrição muito mais clara.

A importância disso tudo é que Darwin propôs um mecanismo para a origem da diversidade da vida na terra. Sua teoria em geral foi bem aceita, mas muitos críticos apontaram para o fato de que Darwin não podia explicar a origem da variabilidade e sua hereditariedade. Houve inclusive um tempo, no inicio do século XX em que a teoria da evolução ficou eclipsada por conta dessa falta de um mecanismo que explicasse a hereditariedade. Esse problema foi apenas definitivamente resolvido com a re-descoberta da genética mendeliana e, mais tarde a biologia molecular desvendou os processos químicos por detrás da hereditariedade.

A pergunta que fica é: Pode, apenas um processo de mutações que ocorrem ao acaso, submetidas à seleção natural ser responsável pela origem de toda a diversidade de seres vivos que observamos? Ela pode gerar informações? Ela é capaz de explicar adaptações mesmo no intrincado e complexo nível bioquímico?

A resposta é clara: SIM!
A importância da seleção natural pode ser observada todos os dias a nossa volta: linhagens de bactérias resistentes a antibióticos, insetos resistentes a inseticidas, populações de peixes nas quais apenas indiviuos grandes são pescados tem se tornado cada vez menores num período de apenas algumas gerações.

Um exemplo particularmente gritante de como a seleção é capaz de produzir informação nova, foi observado há alguns anos, quando foi descoberta uma bactéria capaz de digerir Nylon! Nylon é um polímero sintético e não ocorre na natureza. Industrias responsáveis por sua fabricação geralmente jogavam os restos da reação para a produção de nylon em grandes tanques. Na década de 70, Japoneses observaram que nesses grandes tanques, contendo apenas água e componentes de nylon, estavam crescendo bactérias! As bactérias haviam “evoluído” uma nova proteína, capaz de quebrar componentes do nylon em moléculas menores que pudessem ser utilizadas como alimento, a enzima foi chamada de nylonase! Anos depois (na década de 90) pesquisadores em laboratório submeteram bactérias a um meio de cultura rico em fragmentos de nylon (monômeros). Em pouco tempo eles observaram certas colônias que tinham a capacidade de se desenvolver nesse meio. Em seguida os pesquisadores passaram essas bactérias “comedoras de nylon” para um outro meio com cadeias maiores de nylon, mais difíceis de digerir. Mais uma vez, após alguns dias colônias de bactérias começaram a crescer também nesse meio!

Esse processo todo pode ser resumido assim: linhagens de bactéria se reproduzem se dividindo (criando clones de si mesmas, elas não fazem sexo). Essa reprodução nunca é 100% igual, e mutações aparecem no material genético de uma geração para outra (variabilidade). Algumas dessas mutações refletem nas proteínas produzidas pela bactéria (proteínas são as ferramentazinhas que a bactéria usa para quebrar compostos, montar sua parede celular, reconhecer sinais químicos, enfim: tudo. O mesmo vale para todos os outros seres vivos). Algumas dessas bactérias possuíam uma mutação em uma de suas proteínas que possibilitaram que essa proteína “quebrasse” moléculas de nylon. Ao serem expostas a um meio onde só tinha nylon, essas bactérias mutantes se deram muito bem (seleção) enquanto que as outras tiveram dificuldade em seguir vivendo!

Fonte:

Irfan D. Prijambada et al.“Emergence of Nylon Oligomer Degradation Enzymes in
Pseudomonas aeruginosa PAO through Experimental Evolution” APPLIED AND ENVIRONMENTAL MICROBIOLOGY, May 1995, p. 2020–2022.




Então SABEMOS que descendência com modificação e seleção pode produzir adaptações novas. Mas será ele capaz de dar origens a novas espécies. Mais uma vez a resposta é inequívoca: SIM. Não bastasse a transicionalidade evidente no registro fóssil, podemos observar a especiação ocorrendo, por exemplo, nas chamadas populações em anel. Esta situação se caracteriza pela ocorrência de duas populações que não se intercruzam vivendo na mesma região e conectadas por um “anel” de populações relacionadas que cruzam entre si.







Desenho retirado do Livro Evolução de mark Ridley, 3aedição.
Fonte:
Moritz, C., C.J. Schneider and D.B Wake, 1992,Evolutionary relationships within the Ensatina eschscholtzi complex confirm the ring species interpretation. Syst. Zool.,41:273-291.

Isso sem falar nas raras oportunidades em que o registro fóssil é completo o suficiente para que não seja necessária nem mesmo a inferência da ocorrência de especiação, como, por exemplo em diatomáceas, onde podemos VER a especiação ocorrendo:




Fonte:

T.M. Cronin and C. E. Schneider, "Climatic Influences on Species: Evidence from the Fossil Record," Trends in Evolutionary Biology and Ecology 5 (1990): 275-279.


3)Um pouco de Deus

As questões que ficam para mim, com certeza não são de cunho cientifico. Particularmente não vejo conflitos ou atritos entre a teoria evolutiva e a fé Cristã. Sei que muitos, crentes e descrentes, discordam de mim. Ironicamente eles parecem possuir argumentos bastante semelhantes. O que vejo é uma oportunidade para enriquecer e amadurecer a fé e o conhecimento da natureza e da Criação de Deus. Acredito que as obras de Deus não se mostram apenas no insondável, inexplicável e milagroso, mas no próprio tecido da realidade. O naturalismo metodológico (que é um nome bonito para método cientifico), nos mostra que o universo que habitamos possui uma regularidade exemplar. Constantes permitem que a matéria se organize do jeito que se organiza e permitem o desenvolvimento de estrelas e sistemas solares, permitem o aparecimento de planetas nos quais a vida possa se desenvolver e permitem o desenvolvimento dessa vida até a formação de seres racionais capazes de raciocínios complexos, pensamento abstrato e moralidade. Acho que parte de Deus ter descrito a criação como "Muito Boa" é justamente o seu potencial para se desenvolver plenamente e sua independência e liberdade para realizar esse desenvolvimento. Uma Criação que não necessita de remendos, mas que possui pleno potencial para crescer.
No entanto, fosse o universo como um relógio, uma máquina fechada respondendo a regras totalmente previsíveis e determináveis. Quem sabe cairíamos no argumento de Laplace, de que a “hipótese” Deus é, simplesmente, desnecessária. Felizmente o que tem se desdobrado diante de nós foge bastante dessa regularidade previsível. A física quântica nos tem mostrado que o próprio tecido da realidade carrega em si uma carga de imprevisibilidade. O desdobramento de eventos subatômicos é, em essência, imprevisível. A principio isso pode nos dizer muito pouco a respeito de Deus, mas nos diz que vivemos em um universo essencialmente aberto para o novo, um universo indeterminado e indeterminável.

Ao mesmo tempo em que creio numa Criação livre e que, por ser “Muito Boa” não necessite de “remendos sobrenaturais” para se desenvolver. Creio num Deus de amor que está todo tempo interagindo com essa Criação e que quer isso. Um Deus capaz de milagres (capaz de qualquer coisa) e que atende orações. No duro, Creio no Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. O naturalismo metodológico é uma ferramenta muito importante, mas ela possui limites claros, e Deus se encontra bem longe desses limites. Simplesmente acho que Ele não se encontra nas lacunas de nosso conhecimento, mas naquilo que podemos revelar a respeito do mundo natural. Dizer que a teoria evolutiva retira parte do poder de Deus sobre sua Criação equivale a dizer que as descobertas a respeito de metrologia tiram das mãos de Deus o poder sobre o clima e as estações do ano! Se você vê as coisas desse jeito, cada avanço cientifico será um retrocesso para Deus. Creio que Deus avance e se revele a medida em que avança e se revela aquilo que conhecemos a respeito de sua Criação.

Por fim tenho que falar um pouco das acusações feitas à evolução de “tirar a autoridade da Bíblia”. De fato, creio que a evolução simplesmente “detone” uma interpretação literal fundamentalista das Escrituras, em particular dos primeiros capítulos de Gênesis. Não creio, no entanto que tal interpretação seja a única e nem a “mais certa”. Já disse que não manjo nada de Teologia, mas Teólogos iminentes como Agostinho e C. S. Lewis parecem concordar comigo.

Não consigo enfiar na cabeça que o pecado original tenha se dado no fato de um camarada ter comido uma fruta. Creio que uma interpretação rasa literalista dos primeiros capítulos de Gênesis é que retirem a real profundidade do texto, reduzindo-o e adulterando seu real significado (se é que é possível dizer uma coisa dessas).

Creio que o Gênesis relate, antes de tudo a Criação de Deus como vista por povos de culturas nômades de uns 10.000 atrás, simplesmente não é um relato cientifico e não tenciona ser literal. Mais importante o texto nos fala da queda da humanidade. Adão e Eva comem do “fruto do conhecimento do bem e do mal”. O tal “pecado original’ pressupõe uma “tomada de conhecimento”, alguma forma de conscientização. Não que o fato de o ser humano ter adiquirido a consciência seja em si um pecado ou uma “maldição”. O pecado origina,l para mim, se deu quando o homem tencionou ser igual a Deus e fracassou! Nesse ponto a finitude e a contingência (necessários na Criação), passaram a trazer sofrimento impar ao homem afastado de Deus e rebelde em relação aos Seus caminhos.

Paz de Cristo

2 comentários:

*Lah disse...

Olá Emiliano!
Vim parabenizar pelo seus textos, e por este trabalho informativo que você faz. Sou estudante e quero também prestar Biologia, e suas informações me ajudaram significamente. Obrigada!

Emiliano M disse...

Lah! Que bom poder te ajudar moça! Dê uma boa olhada nos links do blog. Talvez alguma coisa lá te ajude!

Acabei de postar um filme de cerca de 30 minutos sobre Darwin e seleção natural

http://kleineherz.blogspot.com/2009/05/paz-de-cristo.html

Tente esse site aqui também, muito informativo e didatico:

http://evolution.berkeley.edu/evolibrary/home.php

Serve pra afiar o ingles e a biologia ;)

Fica na Paz