segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Acho que cansei!

Se você acompanha esse blog e/ou me conhece talvez você ache que eu sou meio neurótico quando o assunto é evolução.
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Bem, nas ultimas semanas sofri uma overdose que teve fim ontem! Terminei de ler -quase simultaneamente, por coincidência - "Escalando o Monte Improvável" de Richard Dawkins; e terminei de ouvir "The Greatest Show on Earth", também do Dawkins, em audiobook (você já deve ter reparado que eu ouço muitos "audiobooks"! Só digo uma coisa: audioboks foram a solução para todos os meus problemas de transito!).
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Enfim... Estava ficando de saco cheio desse papo de evolução. E mais ainda da visão naturalista seca que Dawkins dá a coisa toda (mas falarei disso a seu devido tempo).
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Só que nos ultimos dias aconteceram coisas que fizeram reavivar meu gostinho pelo grande balé da matéria nesse universo emergindo naquilo que chamamos vida (sem dúvida um dos maiores shows que Deus imbuiu à sua Criação)
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1)O primeirio foi que eu fiquei sabendo que o filme "CREATION", que conta a vida e as tretas de Charles Darwin será lançado em breve. Parece uma bela duma produção e embora tenha encontrado dificuldades para ser lançado nos E.U.A. estou confiante que o filme aparece no Brasil mais cedo ou mais tarde. Aparentemente o filme mostra a repercussão da teoria de Darwin na sociedade inglesa do séc XVIII, além das próprias crises e conflitos espirituais do naturalista. Fique aí com o trailer, eu estou babando para ver!!
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2) A outra coisa é que temos dois "elos perdidos" a menos![1] Encontraram eles! No finzinho de setembro fiquei sabendo que encontraram na china um pequenino fossil de dinossauro com penas que resolve muitas das questões acerca da origem das aves de seus ancestrais diretos, os dinossauros terópodes. O Anchiornis huxleyi é um dinossaurozinho do inicio do Jurassico coberto de penas. O que eu achei mais bacana é que ele possuia penas com formato aerodinamico tanto nos membros anteriores quanto nos posteriores. O que pode nos dar uma dica bacana de como surgiu o voô nas aves. O Anchiornis huxleyi provavelmente usava suas penas para pular e planar de árvore em árvore nas florestas de 160 milhões de anos atrás. LEIA MAIS! AQUI e AQUI.



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E o outro, é o Ardipithecus ramidus, trata-se de mais um fóssil transicional na linhagem dos hominideos. Com mais ou menos 4,4 milhões de anos é o mais antigo até agora. O que eu achei um barato a respeito dele é que era um primata bipede, mas que, tudo indica, possuia uma excelente capacidade para subir em árvores. O escalador-de-árvores, bipede, peludo e de cabeça pequena (o cérebro dele era 1/3 do nosso), levanta algumas perguntas importantes sobre a evolução dos homínideos, mas eu não vou me atrever a escrever bobagens aqui não! Carl Zimmer escreveu um texto muito, muito legal sobre esse fóssil e eu recomendo muito para quem quiser mais informações AQUI. Deem uma olhada também em: I)O blog Cristianismo e Realidade públicou um post a respeito,II) o site da science.



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3)OK, eu começei esse post dizendo que estava cheio de evolução, mas gostaria de tecer ainda mais uma ou duas reflexões (que talvez poste nos próximos dias) que minhas leituras recentes fizeram florescer na minha cabeça. Espero que não sejam tanto sobre evolução, nem sobre ciência, nem sobre enjoadas e caducas "controvérsias". Mas sobre a vida, e como nós observamos a vida. Não vejo como alguém poderia se enjoar de falar sobre a vida e o perceber a vida, e acho que é esse um pouco do meu objetivo aqui. Mas o resto fica pra depois

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Paz de Cristo
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[1] -P.S Apesar da piadinha acerca de "elos perdidos", esse conceito é totalmente erroneo e não deveria ser utilizado. A idéia de que existem "elos-perdidos" únicos ligando uma espécie a outra é uma daquelas concepções erradas que faz tanta gente não entender direito o que é evolução. O que existem são fosseis transicionais -e em certo sentido, todos os fósseis são transicionais. Alguns no entanto revelam informações importantes acerca da história dos grupos de seres vivos na terra e sua história.

5 comentários:

Marie Curie disse...

uau, quanta coisa legal! Curti os "elos perdidos", eu sei que você não curte a palavra, mas é muito meis promocional, huhauhauahua! Bjus!

Silas disse...

Não percebe que ao refletir sobre evolucionismo e criação você fala sobre a sua vida?

Veja só: toda essa argumentação nada mais é do que uma tentativa de união(válida) entre o sentimento intimo de que Deus existe e a racionalidade (porque hoje teimam em associar Deus a irracionalidade).

Poderíamos levar também essas reflexões para o nível psicológico/filosófico. Veja um texto que produzi sobre isso:

"A grande fragilidade do homem moderno é esse imperialismo da consciência. A idéia de Deus e do transcendente não é apenas uma arbitrariedade que surgiu por causa de interesses.

A idéia de Deus, de uma força maior, criadora, é parte do psiquismo do ser humano. Jung chamava esta imagem de Imago Dei. Claro que não há como comprovar a existência externa de Deus.

Mas eu prefiro a idéia de um Deus interior a um exterior. Aceitar a Imago Dei interna é essencial para a vivência humana, porque é um arquétipo natural à nossa espécie, e nossos paradigmas distorcidos não poderão mudar isso: nossa consciência não tem tanto domínio sobre o organismo quanto queremos.

As racionalizações são sempre vazias, porque nós procuramos acreditar naquilo que nos convém. Dessa maneira, do ponto de vista racional, não há diferença entre acreditar em Deus e não acreditar, já que ambas as hipóteses não podem ser testadas racionalmente pelo nosso método científico.

Apesar disso, do ponto de vista sentimental, como realização natural do ser humano, a realização dessa Imago Dei é extremamente positiva.

Jung mesmo disse que o ser humano tem essa escolha a fazer, e que poderá direcionar sua racionalidade para provar qualquer uma delas com sucesso, mas aquele que busca Deus, seja dentro de si ou fora, está seguindo sua própria natureza enquanto humano, enquanto que aquele que não acredita não pode provar e sofre tormentos de apego à vida que são totalmente desnecessários.

Eu, particularmente, acredito numa Deusa...

Porque eu acredito?

Bem: palavras são só palavras. Não adianta eu usar as palavras que servem pra mim, porque para mim elas têm um valor de vivência. Se você nunca viveu e não dá tal valor a tais palavras, então são vazias e minha argumentação também.

Acredito porque sinto dentro de mim que é verdade. Porque está sempre comigo."

Dentro do conhecimento que temos nós buscamos isso que há dentro de nós. Seus conhecimentos sobre biologia te levam para seus argumentos, os meus me levam aos meus. Mas a verdade é que estamos atrás de algo para muito além de qualquer esquema racional: o sentido da vida...

Emiliano M disse...

Marie! Que bom que você curtiu mulher! Também achei uns links bem legais.

Silas, como sempre deixou um comentário bacana. Sabe, quanto mais estudo mais me fascino com as ciências da vida (por mais que eu hoje perceba que essa história de pesquisador não é lá muito comigo). E sim, é claro que tudo isso se reflete na minha vida.

Seu texto também é muito interessante embora eu não concorde com tudo

Paz de Cristo

Lisandro Hubris disse...

Além dos nossos pesquisadores premiados entenderem bem mais de a origem da vida do que os profetas insanos.
E os seres vivos mudarem segundo seus fatores intrínsecos, ligados ao seu repertório genético, os seus fatores extrínsecos, (os fatores relacionados ao meio ambiente), e em decorrência dos acidentes...
Não há dúvidas de que os genes que projetaram os primeiros órgãos e os seres jurássicos são mais velhos do que o homem.
Pois no código genético dos seres atuais está registrado tudo o que aconteceu com os seus ancestrais, desde que eles se juntaram, se separaram, sofreram mutações ou acumularam as características que os tornaram o que são.

Se não bastasse que as religiões fossem formas primitivas, místicas e precárias de maturidade intelectual e de se buscar a verdade existente nos acontecimentos.
Onde o crente espera por excitantes milagres.
E se deixa enganar pelas versões fantasiosas que aliviam os seus anseios ou temores.
É certo que um dia o medo do Inferno será substituído pelo conhecimento; pela Justiça, pela liberdade, pela esperança e pelas oportunidades que existirão num Admirável mundo novo, pois os supersticiosos, crédulos e os que acreditam em forças sobrenaturais agindo sobre o mundo físico, não seriam o ápice da Evolução.
E muito menos, o produto esperado de um Universo engenhosamente favorável à Evolução.

Emiliano M disse...

Olá Lisandro!

Que bom ter sua visita por aqui! Acredite, os seus comentários ácidos são sempre muito bem vindos.

Mais do que uma explicação precária de mundo, creio que a fé e a busca pelo transcendente seja um elemento intrinscico no homem. Vejo que mesmo muitos ateus convictos possuem em sua vida algum elemento do que pode ser chamado 'espiritualidade', tendo profunda adimiração por exemplo pelo mundo natural. Sinceramente não conheço ninguém que fique impavido diante de tantos e tantos acidentes e regularidades atuando sobre o repertório genético.

Paz de Cristo