Sairam os vencedores do 'Darwin Awards' de 2009. Pra quem não sabe, "Darwin Awards" é uma homenagem postuma concedida a pessoas que retiram seus genes do pool genico de alguma forma 'pouco-brilhante'.
Geralmente se tratam de pessoas que tiveram ideias terrivelmente pouco inteligentes (como o cara que tentou comer uma salamandra venenosa), ou erros crassos de calculo (como os 2 ladrões que calcularam mal a quantidade de explosivo necessaria para explodir a parede de um banco e acabaram indo junto com a parece, campeões do ano passado).
A coisa toda parece engraçada até que me lembro do campeão do 'Darwin Awards' de 2008. O infame 'padre dos balões'. Não sei porque, talvez por ter ouvido um pouco do desespero dos conhecidos do tal padre, fiquei intensamente incomodado com as piadinhas e brincadeiras em cima do incauto padre. Não achei a história engraçada, antes trágica e infeliz. Penso que é uma faceta das mais terríveis do ser humano poder fazer piada acerca da morte de uma pessoa como se fosse... bem, como se fosse uma piada mesmo.Então fica aqui meu protesto (sério) em favor daqueles que sofreram seleção negativa. Sabendo também que poderia muito bem ter sido eu o indicado a receber a tal homenagem, já fiz minha parcela da façanhas pouco inteligentes e nada responsáveis na minha vida, e tenho que agradecer o fato de que o acaso tem seu papel nos processos de genética de população, bem como ao Santo Espirito de Deus que já há um tempo tem tido o misericordioso trabalho de dissuadir minha alma dessa sorte de atividade.
Sei lá, pode parecer bobagem (eu mesmo estou aqui me perguntando acerca da validade deste post), mas pensando em programas de TV como Jackass, cujos participantes parecem tentar (até agora sem susseso) retirar seus genes do pool genico, bem como em mortes que são tão estupidas e tão trágicas - e nada engraçadas (ex. um motorista embriagado). Penso que isso tudo vale para uma reflexão mais profunda acerca do valor da vida...
Paz de Cristo
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Seres humanos (não muito brilhantes é verdade), mas, ainda assim, seres humanos
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
'Cabeça aberta', 18 e outras histórias

O livro busca explicar para o público leigo, em linhas gerais, o que sabemos sobre o funcionamento do cérebro, e como isso pode ser útil em nos auxiliar a lidarmos melhor com nossa 'cabeça'. O autor faz questão de maneirar nos nomes complicados de partes do cérebro e neurotransmissores (e ele faz um excelente trabalho. É claro, é inevitavel mencionar o 'sistema limbico' ou o neurotransmissor 'oxitocina', mas eu apenas imagino o tipo de nomenclatura que pessoas que se especializam nessa área tem que aturar).
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Não só isso, mas também surgem diversas questões excitantes e desafiadoras para quem tem fé e crê que a mente (alma??) de um ser humano transcende de alguma forma a organização sinaptica da sua rede neuronal moldada por seus genes e sua história de vida: Onde fica a alma? O amor é apenas uma liberação de oxitocina em regiões especificas do nosso cérebro? Um abraço, uma mãe amamentando, correr todas as manhãs, são apenas formas de naturalmente alimentar com opióides nosso cérebro viciado?
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Uma das questões das quais quero falar brevemente é em relação ao autismo.
O livro explica que o ser humano possui, no cérebro, um sistema que 'já vem instalado', que possibilita o reconhecimento de outras pessoas e a identificação de que estas possuem sensações, sentimentos e recebem estimulos ambientais. Um bom exemplo é constatar que bebes de apenas 6 meses são capazes de seguir o olhar de uma pessoa que calha de estar olhando para o canto da sala. Pode parecer trivial, certo? Isso justamente por ser uma habilidade inata. Na verdade o simples reconhecimento por parte do bebe que a coisa que esta olhando para ele é uma pessoa, que essa pessoa recebe estimulos externos, que as 'bolas' na cara dessa pessoa são orgãos particulares de recepção de estimulos e 'apontam' para a região de onde vem o estimulo a ser recebido, nada disso é trivial e precisariamos aprender isso se já não nascecemos sabendo. Essa comunicação não verbal toda é importantissima para animais que exibem comportamento social e, principalmente, uma boa dose de cuidado parental.
Hoje acredita-se que muitos dos fisicos e matematicos mais geniais possuiam, de fato, algum nível de autismo. Tratam-se de pessoas com surpreendentes habilidades matematicas porem com uma certa falta de tato social.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
2 blogs que eu achei na última semana
Aqui o link de todos os posts:
1)Semana especial: Darwin
2)A conciliação possível entre Cristianismo e Evolução
3)Karl Giberson, presidente da Fundação BioLogos: "Deus pode guiar a história natural trabalhando por meio das leis da natureza"
4)Darwin matou Deus?
5)O que impede as pessoas de aceitar a evolução?
6)Bola cheia, bola murcha, bola fora...
2) O Blog "Arrow through the Sun" de um bioquimico Cristão, parece ter artigo muito, muito interessantes incluindo um link para um site que ensina uma estratégia porreta para ganhar no "Banco Imobiliario".
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Podemos alimentar E salvar o Planeta?

Abaixo eu deixo com vocês uma tradução minha DESSE TEXTO da edição de Dezembro da Scientific American. Ele trata de assuntos que eu considero muito importantes e vejo que são muito pouco discutidos (em especial no meio Cristão): Preservação ambiental em relação à produção de alimentos e controle de natalidade.
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Realmente gostaria de escrever alguma coisa a respeito dos assuntos tratados no texto aqui no blog, mas como sou nem sempre público os textos que prometo que vou publicar, deixo para os leitores comentarem. Se tudo der certo emitirei dentro de breve minhas próprias reflexões sobre o assunto.
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"Nós estamos exaurindo os recursos de nosso lar e casa. Recentemente, no número 24 da revista Nature Johan Rockström e seus colegas propuseram 10 "fronteiras planetárias" para definir limites seguros para a atividade humana. (Scientific American faz parte do grupo de publicações Nature). Esses limites incluíram metas na emissão de gases do efeito estufa, perda de biodiversidade, a conversão global do solo em terreno para agricultura e outros 'mega-impactos' nos ecossistemas da terra. Ainda assim, a humanidade já transpassou diversas dessas fronteiras e esta a caminho de exceder a maioria das outras. O aumento da demanda por alimentos tem um grande papel nessas transgressões.
.A revolução verde, que fez a produção de grãos aumentarem exponencialmente, deu a humanidade algum espaço para respirar, mas a continuidade do aumento populacional e a demanda pela produção de carne estão exaurindo esse excedente na produção de alimentos. O pai da revolução verde, Normal Borlaug, que faleceu em Setembro aos 98, levantou exatamente esse argumento em 1970 quando ele aceitou o premio Nobel da Paz: "Não pode haver qualquer progresso permanente na batalha contra a fome até que os agentes que lutam pelo aumento da produção de alimentos e aqueles que lutam pelo controle populacional se unam em um esforço comum".
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Este 'esforço comum' tem sido, na melhor das hipóteses, inconsistente e muitas vezes em essência não-existente. Desde 1970 a população aumentou de 3,7 bilhões para 6,9 bilhões e continua a aumentar numa taxa de cerca de 80 milhões/ano. A produção de alimento per-capita tem tido declínio em algumas grandes regiões, em especial na África subsaariana. Na Índia o fato de a população ter dobrado absorveu quase todo o aumento na produção de grãos. Por outro lado, a produção alimentícia é responsável por um terço de toda a liberação dos gases do efeito estufa para a atmosfera, quando se leva em consideração combustível fóssil utilizado por tratores e outras máquinas na produção, preparo e transporte do alimento; o dióxido de carbono liberado pelo desmatamento da área a ser cultivada e pasto. O metano proveniente de arrozais e criação de gado; e a liberação de óxido nítrico pelo uso de fertilizantes..
Através do desmatamento florestal, a produção de alimentos também é responsável por grande parte da perda de biodiversidade no planeta. Fertilizantes químicos causam deposições massivas de nitrogênio e fósforo, que são responsáveis pela destruição de estuários em centenas de sistemas hidrográficos e ameaçam as condições de equilíbrio dinâmico na 'química' dos oceanos. Cerca de 70% da utilização mundial de água é dirigida a produção de alimentos, o que implica em depleção de lençóis freáticos e consumo ecologicamente destrutivo de água que se estende na Califórnia, na planície Indo-Gangética, na Ásia Central e no norte da China.
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Em resumo, a 'revolução verde' não negou os efeitos colaterais perigosos de uma população humana crescente, que estão fadados a aumentar à medida que a população mundial ira exceder 7 bilhões por volta de 2012, e previsões indicam que atingira 9 bilhões em 2046. O consumo de carne per capita também está aumentando. Carne bovina representa a maior ameaça, pois a criação de gado demanda até 16 Kg de ração para cada 1 Kg de carne consumida, além disso, eles emitem grandes quantidades de metano, e o fertilizante utilizado para o cultivo dos grãos utilizados como ração contribui muito para emissão de óxido nítrico.
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Produzir mais alimentos não é suficiente; O necessário simultaneamente estabilizar a população global e reduzir as conseqüências ecológicas da produção de alimentos - um desafio triplo. Uma redução rápida, voluntária na taxa de natalidade em países pobres, trazida por maior acesso ao planejamento familiar, menor taxa de morte infantil e educação sexual, poderia estabilizar a população em 8 bilhões em 2050.
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Auxilio financeiro a comunidades pobres com o intuito de resistir ao desflorestamento poderia salvar o habitat de muitas espécies. Plantio direto e outros métodos de plantio podem preservar o solo e a biodiversidade. Utilização mais eficiente de fertilizantes pode reduzir a liberação excessiva de nitrogênio e fósforo no ambiente. Um sistema de irrigação mais eficiente e variedades diferentes de sementes para plantio podem ser capazes de conservar água e reduzir outras pressões ecológicas. Ainda, uma dieta que contenha menos carne bovina poderia ajudar na conservação ambiental e ao mesmo tempo se provar mais saudável.
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Para a ocorrência de tais mudanças, serão necessários esforços tremendos tanto da iniciativa pública quanto privada e uma mobilização sem precedentes. Enquanto nos lembramos dos feitos de Borlaug, nós devemos redobrar nossos esforços em resposta aos seus avisos. A janela de oportunidade para que o desenvolvimento sustentável obtenha sussesso esta se fechando".
Paz de Cristo
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Isso é simplesmente dá hora!
Trata-se de um gênero espécies de minhoquinhas que vivem no fundo do oceano. Elas não tem boca nem anus e absorvem e excretam nutrientes a partir de uma simbiose com bactérias. Elas também vivem em colonias, geralmente como o macho diminuto vivendo dentro da fêmea! A coisa fica mais legal ainda, veja! Tudo que vive no fundo do oceano se alimenta de detritos (restos de animais marinhos e plankton que vão descendo para o fundo, coco peixe, essas coisas). Bem, as minhocas do genero Osedax se alimentam exclusivamente de ossos de baleias mortas!
Um estudo públicado recentemente na BMC Biology, analisou diversos genes na busca por esclarecer as relções filogenéticas dentro desse grupo. Os resultados foram bacanas, os pesquisadores descobriram, por exemplo que esse grupo existe a pelo menos 45 milhões de anos, mas os pesquisadores acreditam que ele possa ser ainda mais antigo e que essas minhóquinhas começaram a se diversificar no Cretáceo, comendo ossos de grandes répteis marinhos.
Bem... Eu achei a coisa toda fantastica! Deem uma olhada nos artigos
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2- Os tentilhões de Darwin continuam a contar histórias!Um casal de pesquisadores que está a decadas estudando os bichinhos conseguiram pegar um 'snapshot' do nascimento de uma nova espécie. VEJA AQUI! Em um artigo da PNAS (ESSE AQUI), os pesquisadores explicam essa história de especiação que, pelo que pude ver, envolve algumas gerações de isolamento reprodutivo e um novo padrão de canto. VEJA AQUI TAMBÉM.
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é isso aí... LEGAL né?
terça-feira, 17 de novembro de 2009
150 anos de "A Origem das Espécies", uma celebração

Vai rolar aqui na USP uma série de palestras acerca da importância e influência da principal obra de Charles Darwin. Recomendo!
Para maiores informações deem uma olhada no site do IB-USP
Como não sou bom em fazer 'merchan' de nada, vou copiar o que está escrito no flyer (que achei provocante e com um 'exagero na medida certa'):
"A Origem das Espécies" de Charles Darwin não é apenas uma obra de importância científica. No decorrer do último século e meio, o livro tem tido um amplo impacto nas mais diversas esferas da sociedade moderna. Seu papel como marco paradigmático da civilização ocidental estende-se a todos os niveis de nossas vidas, seja cultural, social, político ou econômico. Na semana de seu aniversário de publicação, o instituto de Biocências, em parceria com o projeto VER CIÊNCIA, convida o público a participar de atividades que fornecerão uma visão mais abrangente do impacto da principal obra de Darwin. Nada mais justo que esta merecida celebração
O Instituto de Biociências da USP convida a todos para a comemoração dos: 150 anos de "A Origem das Espécies"é isso aí
Data: 23 a 27 de novembro de 2009 das 17h30 às 19h no Anfiteatro Acadêmico da Administração do Instituto de Biociências da USPInstituto de Biociências
Rua do Matão, trav. 14, nº 321, Cidade Universitária, São Paulo - SP, CEP: 05508-090
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Saiu!
VEJA O POST AQUI
O post saiu hoje e faz parte de uma série de posts intitulada: "Evangelicals and Evolution: A Student Perspective". Trata-se da história e breve testemunho de diversos estudantes Cristãos, seus desafios na área acadêmica, seus contatos com a ciência evolutiva e outras coisas. A série esta muito interessante e contem histórias bonitas de pesquisadores e estudantes, e sua caminhada na busca por compreender e se aprofundar na fé que professam juntamente com a ciência que estudam. Achei o post anterior ao meu, muito legal! Tanto que mereceu uma menção no blog Science and the Sacred (leia AQUI).
É isso aí! Entrem lá e comentem! Sugiro que acompanhem toda a série, para mim pelo menos tem sido uma benção e espero que seja para muita gente! Acho importante contar histórias de pessoas que enfrentam o confronto entre fé e ciência com muita fé e ciência e o superam.
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editado (3-11-09) O blog "Science and Religion: A View from an Evolutionary Creationist/Theistic Evolutionist" públicou, também, um breve comentário sobre o post no Evangelical Dialogue: VEJA AQUI.
2) Deem também uma boa olhada no blog "O Observador Antrópico" do Alex Altorfer. Uma fonte muito interessante e - o mais legal - em português!
é isso aí
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Os Simpsons: episódio sobre Criacionismo
sábado, 10 de outubro de 2009
Reflexões : Atrás do Monte Improvavel
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Meu amigo ficou com aquele olhar pensativo e, como resposta a minha breve (e incompleta) explicação, mandou a frase que resultou neste post: “Isso é muito de Deus”. Imediatamente luzes vermelhas se acenderam na minha cabeça, me veio o nó na garganta que só quem é verdadeiramente chato em relação a algum assunto sabe como se sente (aquela necessidade incontrolavel de fazer o seu ponto de vista se impor. É o que geralmente acontece com alguns Corinthianos quando contestam o campeonato mundial conquistado em 2000; com alguns fãs de metal progressivo quando alguem fala que o melhor album do Dream Theater é o Six Degrees of Inner Turbulence [e é mesmo]; ou quando duas pessoas começam a discutir acerca de assuntos como cotas, aborto ou heróis da Marvel). Enfim... O sangue me subiu a façe e eu estáva pronto e preparado para dar, ao meu amigo, uma detalhada explicação a respeito de todos os processos evolutivos que deram origem a essa estreita relação entre os figos e as vespas. Um processo incrivel de co-evolução a medida em que as flores das árvores ancestrais de figo se tornavam cada vez mais compactas e condensadas: primeiro como umbelas, depois como capitulos, depois com capitulos mais e mais fechadinhos até chegar no figo. E, simultaneamente as espécies de vespas se especializavam, mais e mais, em se reproduzir, se alimentar e de quebra polenizar, o figo. Ia ser moleza, uma vez que eu acabei de ler essa semana “Escalando o Monte Improvavel” e o Dawkins utiliza precisamente esse como o seu ultimo exemplo de como a evolução, a partir de seleção da variabilidade existente, proveniente de mutações genicas, pode produzir a complexidade tamanha que observamos na vida na terra.

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Já estava abrindo a boca para explicar para meu amigo, tin-tin por tin-tin toda a história. quando um pensamento me conteve. Repeti na minha cabeça a frase do meu colega: “Isso é muito de Deus”. Pausei um pouco para refletir. Ora, afinal de contas, ele estava certo! Eu pelo menos, como meu amigo, creio e estou pronto para testemunhar que há um Deus. Que esse Deus criou todo o nosso universo. Que Ele se relaciona com sua Criação, e que Se revelou a nós a partr de Jesus Cristo. E que esse Deus está intimamente relacionado com tudo que é figos e vespas nesse planetazinho. Essas coisas são, sem dúvida, “de Deus”.
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Então onde estáva o problema? Penso que ele estava implicito! Para o meu amigo, Deus estava atrás do monte improvavel (as complexas relações entre figos e vespas). E o fato de que para ele o monte improvavel parecia um “Monte impossivel” nos remeteria ao Deus Criador, cheio de cuidados e caprichos. Ele não via a suave escalada do lado detrás do monte improvavel. Precisamente a “trilha” que eu estava prestes a abrir a boca para explicar para ele que alí estava. Longe de ser um “monte impossivel”, tratava-se, no final das contas de um “monte extremamente possivel”. Atrás dele havia uma trilha suave, tranquila e pouco ingreme, que subia de forma gradativa até o topo.
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Acho que nunca havia sentido a tensão entre a ciência que eu estudo e a fé que professo de forma tão clara quanto ali, no caminho até o predio da editora Abril. O que, afinal de contas, estava atrás do “monte improvavel”? Deus, ou uma trilha?
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Dawkins deixa a resposta dele extremamente clara ao longo de cada um de seus livros: Existe uma trilha, sempre uma trilha para cada monte improvavel (os olhos dos vertebrados, o cérebro humano, o voô dos morcegos, o comportamento reprodutivo de aves e as teias de aranha. Cada um desses “montes” tem atrás de si uma escalada tranquila cheia de intermediarios e sem quaisquer passagens ingremes). Uma trilha, e nada mais.
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O meu amigo, por outro lado, vê os “montes” improvaveis como o prédio da Abril: grandes monumentos, jamais passiveis de serem erigidos pela martelação cega das próprias forças naturais. Atrás de cada um deles há Deus. E Deus está lá justamente porque não há trilha alguma.
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Discordo dos dois.
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Concordo com os dois: Concordo com Dawkins. É inegavel, há uma trilha atrás do monte improvável. A trilha pode ser mais ou menos ingreme, mas é sempre uma trilha que o jumentinho chamado “seleção natural” e cujas pernas tem a medida da “variabilidade genética da população” pode trilhar. Dentre os “montes improvaveis” que são os seres vivos e suas caracteristicas, nunca encontraram um que não contivesse uma trilha com uma encosta tão ingreme que os musculos do jumentinho não pudessem subir, nem um caminho por detras do monte com uma vala tão grande que as pernas do jumentinho fossem curtas para cruza-lo.
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Concordo também com meu amigo: “Isso é muito de Deus”. Não apenas concordo, como uso esse post para exaltar a singela sabedoria dessas palavras (esse meu amigo é um cara muito sabio. Do tipo que sem se ligar acaba ensinando toda sorte de coisa sobre a vida pra gente). A história das vespas e dos figos. A história de tudo que é inseto polenizando tudo que é flor, de tudo que é hymenoptera, de tudo que é planta. Não apenas o ciclo ecológico tão equilibrado e dinâmico, mas também a história própriamente dita, a história natural: o desenvolvimento gradual dessas mesmas relações ecológicas desde seu principio através de cada geração: “Isso é muito de Deus”.
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Voltamos a conversar mais tarde e meu amigo se lembrou das palavras do Chesterton, de que na verdade as tais regularidades e “leis da natureza” são causalidades tão incriveis e encantadora quanto aquelas dos contos de fada (a carruagem vira abobora a meia-noite, a princesa é desperatada apenas com o beijo do principe). E cada uma dessas regularidades se parece mais com mágica do que com leis cientificas áridas. Talvez a trilha atrás do monte possa parecer, a primeira vista, arida e vazia, mas para mim (e acho que meu amigo talvez fosse gostar desse modo de ver as coisas), ela se parece mais com uma estrada de tijolos dourados, cheia daquele maravilhamento de contos de fadas do qual a ciência é cheia, e não vazia.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Acho que cansei!
Bem, nas ultimas semanas sofri uma overdose que teve fim ontem! Terminei de ler -quase simultaneamente, por coincidência - "Escalando o Monte Improvável" de Richard Dawkins; e terminei de ouvir "The Greatest Show on Earth", também do Dawkins, em audiobook (você já deve ter reparado que eu ouço muitos "audiobooks"! Só digo uma coisa: audioboks foram a solução para todos os meus problemas de transito!).
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Enfim... Estava ficando de saco cheio desse papo de evolução. E mais ainda da visão naturalista seca que Dawkins dá a coisa toda (mas falarei disso a seu devido tempo).
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Só que nos ultimos dias aconteceram coisas que fizeram reavivar meu gostinho pelo grande balé da matéria nesse universo emergindo naquilo que chamamos vida (sem dúvida um dos maiores shows que Deus imbuiu à sua Criação)
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1)O primeirio foi que eu fiquei sabendo que o filme "CREATION", que conta a vida e as tretas de Charles Darwin será lançado em breve. Parece uma bela duma produção e embora tenha encontrado dificuldades para ser lançado nos E.U.A. estou confiante que o filme aparece no Brasil mais cedo ou mais tarde. Aparentemente o filme mostra a repercussão da teoria de Darwin na sociedade inglesa do séc XVIII, além das próprias crises e conflitos espirituais do naturalista. Fique aí com o trailer, eu estou babando para ver!!
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